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Dispositivo surpreendente transforma pensamentos em frases audíveis

Quantas vezes já lhe aconteceu “pensar alto”? Várias vezes de certeza. Contudo, o que hoje mostramos é um passo bem mais além. Vamos dar a conhecer um novo dispositivo de interface cérebro-computador que descodifica a atividade cerebral. O objetivo deste sistema é descobrir o que alguém está a tentar dizer. Assim, serão usados esses dados para sintetizar frases completas e audíveis.

Já pensou se um dia os seus pensamentos ganham voz?


Do cérebro para a voz

O dispositivo está longe de ser perfeito e a investigação ainda está nos seus estágios iniciais. No entanto, este dispositivo é o primeiro a recriar uma frase completa de uma forma compreensível para outra pessoa.

De acordo com a Scientific American este poderá ser um raio de esperança para as pessoas que perderam a capacidade de se comunicar, por consequência de derrames ou outras condições.

 

Leitura da mente é muito complicada

Investigadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, descobriram que tentar traduzir diretamente o comportamento do cérebro num discurso audível era complexo demais. Assim, em vez disso, usaram a inteligência artificial para correlacionar sinais que o cérebro enviava aos tratos vocais dos participantes que correspondiam a vocabulário específico, simulando, em última análise, o comportamento do trato vocal para gerar palavras que soassem realistas.

Num teste, o dispositivo conseguiu sintetizar a fala enquanto as pessoas falaram palavras em silêncio.

 

Ainda é um sistema trapalhão, mas já diz algo lúcido

As pessoas que ouviram e tentaram transcrever as frases geradas pela máquina entenderam mal pelo menos uma palavra, mais da metade do tempo. Contudo, o facto de terem acertado nalgumas representa progressos sobre os sistemas existentes.

Para alguém que está bloqueado e não se consegue comunicar de maneira alguma, alguns erros menores seriam aceitáveis. Obviamente, que gostaria de [poder] dizer qualquer palavra que quisesse, mas ainda assim seria muito melhor do que digitar palavras usando letra a letra, que é o estado [atual] da arte.

Referiu o SciAm , o neuroengenheiro da Northwestern University, Marc Slutzky, que fez projetos semelhantes.

Esta investigação foi publicada no passado dia 24 de abril na revista Nature.

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