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Descoberta a fonte das misteriosas ondas de rádio no espaço

Ondas de rádio que ninguém conseguia explicar têm sido um dos grandes quebra-cabeças da astronomia moderna, mas uma descoberta recente pode ajudar a desvendar o mistério de ondas de rádio captadas no espaço.

Chamam-se Fast Radio Bursts (FRB) ou, em português, Rajadas Rápidas de Rádio e são um fenómeno astrofísico que consiste em pulsos de ondas de rádio de curta duração – milésimos de segundo – mas bastante potentes.

Uma rajada rápida de rádio é um fenómeno astrofísico de alta energia que se manifesta como um pulso de rádio de alguns milissegundos. Pelo facto de serem muito breves, combinado com a dificuldade de determinar a sua localização, criaram um grande mistério em torno da origem dessas ondas.

Agora, uma equipa de astrónomos anunciou ter descoberto que a fonte de uma dessas rajadas seria outra galáxia.

A revelação é um passo importante para solucionar o mistério, que já gerou dezenas de explicações possíveis – desde buracos negros até inteligência extraterrestre. As primeiras FRBs foram descobertas em 2007, num arquivo de um telescópio australiano. Os astrónomos realizavam outra investigação quando se depararam com um novo fenómeno: uma rajada de ondas de rádio, captada em 2001. Desde então, outras 18 rajadas foram descobertas.

Outra possível explicação já apresentada é que as ondas são geradas por uma magnetar – estrela de neutrões com um campo magnético poderoso

 

Especulação teórica

Sobre todas as teorias que foram criadas em volta destas ondas de rádio, o autor do estudo agora apresentado, Shami Chatterjee, da Universidade de Cornell, referiu que:

Não seria exagero dizer que há mais teorias sobre o que elas realmente seriam do que o número descoberto até agora de FRBs.

Os investigadores, recorrendo aos sofisticados radiotelescópios do observatório Very Large Array (VLA), no estado americano do Novo México, conseguiram determinar, com a ajuda de equipamentos de alta resolução, a localização de um desses flashes de onda, conhecido como FRB 121102. Este FRB, contido, tem uma característica peculiar: já ocorreu diversas vezes.

Quando registámos, no ano passado, que um desses flashs se estava a repetir, isso deitou por terra muitas das hipóteses levantadas até agora. Isto porque sabíamos que ao menos essa fonte não podia ser gerada de uma explosão. Tinha de ser algo em que o mecanismo que a estava a produzir sobrevivesse até o próximo flash.

Very Large Array é um observatório de radioastronomia localizado na Planície de San Agustin

Explicou o cientista.

Então, determinamos que essa rajada vinha de uma galáxia anã, mais de três mil milhões de anos-luz da Terra.

O facto de vir de uma distância tão grande determina o quanto estas ondas de rádio são poderosas. Esta pesquisa foi divulgada na revista científica Nature e apresentada num congresso de astronomia no estado americano do Texas.

 

Do cepticismo às dúvidas

O professor Heino Falcke, que também investiga os FRBs, mas não está envolvido neste estudo em particular, destacou a importância das novas descobertas. No entanto, destacou que ainda há diversos factores ligados a essa onda que ainda são um enigma.

Para ele, uma das dúvidas que ainda precisa ser mais estudada, é o motivo pelo qual esse FRB “tão espectacular” está numa galáxia tão pequena. O professor Chatterjee e sua equipa informaram que as investigações vão continuar para determinar mais detalhes sobre o fenómeno, inclusive se todos os FRBs são produzidos da mesma maneira ou possuem origens diferentes.

Via: BBC

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