Engenheiros da área da Química, da Universidade da Califórnia, podem ter encontrado algo revolucionário. Surpreendentemente descobriram como desenvolver circuitos de auto montagem que se assemelham à estrutura e atividade elétrica de um cérebro. Assim, os investigadores conseguiram obter evidências científicas de que os cachos de nanofios de crescimento sintético exibem comportamentos semelhantes aos da memória num cérebro vivo.
Será que é possível criar um “cérebro sintético”?
Engenharia química pode estar perto de conseguir o cérebro sintético
Cientistas da UCLA agarraram num conceito completamente diferente no que toca à construção de um cérebro humano artificial.
Ou seja, por um lado a ideia de construir um computador quântico para “agir como um cérebro” ainda está longe. No entanto, uma equipa de engenheiros químicos descobriu como desenvolver circuitos que se organizam sozinhos. Desta forma, a descoberta assemelham-se, em termos de estrutura e atividade elétrica, a partes de um cérebro.
A ideia de “fabricar” um cérebro sintético remonta a 2012
A investigação é o projeto favorito do engenheiro químico da UCLA, James Gimzewski, que proclamou que queria criar um cérebro sintético em 2012.
Entretanto, o cientista e os seus colegas descobriram que uma grade de colunas de cobre bem compactadas, quando tratadas com nitrato de prata, produzia nanofios em direções aparentemente aleatórias que se pareciam com os neurónios de interligação ramificados e concentrados num cérebro.
Na escala atómica, as ligações entre os nanofios de prata assemelham-se a sinapses. Estas são as junções nas quais dois neurónios se encontram e transmitem sinais entre si. Contudo, o modo como os nanofios se arranjam reflete o tipo de estruturas que surgiriam durante uma ressonância magnética de um cérebro enquanto este armazena memórias.
Posteriormente, quando esta rede de fios foi atingida por um sinal elétrico, os nanofios organizaram as suas “informações” como um cérebro faria – tudo por conta própria.
De certo modo, quando todas as partes são combinadas, todo o circuito ganha vida, no sentido de que cada parte interage com todas as outras partes. E existem caminhos nos quais podemos estabelecer ligações neuromórficas mais fortes.
Refeiu Gimzewski à ZDNet.
No passado era o entusiasmo e atualmente é a cautela
Na verdade, a atitude de Gimzewski mudou. Se no passado incentivava e proclamava a vontade de criar um cérebro sintético, hoje esse ímpeto tem mais cautelas.
Quero criar uma máquina que pense, uma máquina que possua inteligência física. Tal sistema não existe e promete causar uma revolução que poderíamos chamar de revolução pós-humana.
Escreveu o cientista em 2012.
É perigoso correlacionar diretamente e dizer ‘Isso é um cérebro! [O sistema] está a mostrar características elétricas que são muito semelhantes a uma ressonância magnética funcional do cérebro, semelhante às características elétricas das culturas neuronais e também aos padrões de EEG.
Concluiu o cientista.
Inegavelmente, novas tecnologias e novas abordagens podem mostrar caminhos mais simples para estruturas tão complexas como o cérebro.