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Alzheimer não é uma doença da terceira idade e pode chegar a partir dos 30 anos. Esteja atento!

Embora seja altamente associada à terceira idade, a doença de Alzheimer pode chegar bem antes das idades que a compõem. Aliás, os sintomas podem começar a ser sentidos, em raros casos, a partir dos 30 anos.


Contrariamente ao que poderá pensar, Alzheimer não é apenas uma doença da velhice. Aliás, cerca de 3,9 milhões de pessoas, em todo o mundo, com idades compreendidas entre os 30 e os 64 anos, vivem com a doença de Alzheimer young-onset – uma forma de demência em que os sintomas aparecem antes dos 65 anos.

De acordo com Mark Dallas, professor associado de neurociência celular na Universidade de Reading, no condado de Berkshire, em Inglaterra, há várias diferenças entre a doença de Alzheimer young-onset e late-onset (que depende da idade em que a doença ocorre). Por exemplo, nevoeiro cerebral e ansiedade.

Mark Dallas, professor associado de neurociência celular na Universidade de Reading, no condado de Berkshire, em Inglaterra

Uma forma de as distinguir é, desde logo, a idade em que os sintomas começam a aparecer. Apesar de a doença ser, normalmente, diagnosticada entre os 50 e os 64 anos, em alguns casos raros, é detetada logo a partir dos 30.

Depois, enquanto as pessoas com Alzheimer têm, habitualmente, a perda de memória como primeiro sintoma claro da doença, aqueles com doença de Alzheimer young-onset tendem a detetar outro tipo de sinais:

Além disso, há também quem registe um aumento da ansiedade pré-diagnóstico, possivelmente justificado pela “tomada de consciência das mudanças que estão a ocorrer, sem uma razão clara”.

As pessoas podem pensar que estas alterações de comportamento são temporárias, o que pode fazer com que não procurem ajuda médica. Os profissionais de saúde também podem interpretar erradamente a ansiedade como um indicador de outras doenças.

Segundo Mark Dallas, contudo, embora possam ter menos perturbações cognitivas na altura do diagnóstico, os estudos indicam que as pessoas que vivem com a doença de Alzheimer young-onset apresentam alterações mais rápidas no cérebro.

Além de a doença de Alzheimer young-onset poder ser mais agressiva do que a late-onset, a evidência mostra que, quanto mais jovens, mais conscientes estão os pacientes. Essa consciência, por sua vez, pode provocar alterações comportamentais e, inclusivamente, motivar depressões – predominantes neste grupo.

Apesar de, no cérebro, a doença de Alzheimer provocar alterações químicas semelhantes em todas as idades, as áreas cerebrais afetadas por essas alterações podem ser diferentes.

A evidência revela que as áreas cerebrais envolvidas no processamento de informação sensorial e relacionada com o movimento (o chamado córtex parietal) apresentam maiores sinais de danos. Também há menos danos no hipocampo, em comparação com a doença de Alzheimer late-onset – uma área do cérebro importante para a aprendizagem e a memória.

Explicou o professor associado de neurociência celular.

Por que ocorre doença de Alzheimer em pessoas tão jovens?

Os fatores de risco da doença de Alzheimer young-onset e late-onset são semelhantes.

De ressalvar que os investigadores ainda não compreendem, totalmente, todos os fatores que influenciam as hipóteses de uma pessoa desenvolver a doença mais cedo. No entanto, Mark Dallas explicou que níveis baixos de capacidade cardiovascular e uma capacidade cognitiva inferior no início da idade adulta foram associados a um risco oito vezes maior de desenvolver doença de Alzheimer young-onset.

Apesar das dúvidas dos especialistas, uma coisa é clara: a genética desempenha um papel em cerca de um em cada 10 casos de doença de Alzheimer young-onset. Há cada vez mais provas que sugerem que também pode haver uma ligação entre um traumatismo crânio-encefálico e a doença de Alzheimer young-onset.

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