A Apple substituiu milhares de iPhones falsos por verdadeiros. O esquema fraudulento levou a empresa de Cupertino a perder 2,5 milhões de dólares.
Dois burlões, Haotian Sun e Pengfei Xue, de 34 anos, defraudaram a Apple em cerca de 2,5 milhões de dólares. Entre 2017 e 2019, os funcionários da empresa não conseguiram detetar o que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos descreveu como um esquema bastante “sofisticado”.
Este baseava-se em enganar a Apple para que aceitasse iPhones falsos aquando de devoluções, falsificando números de série ou números de International Mobile Equipment Identity (IMEI) ligados a iPhones de clientes reais que ainda estavam na garantia.
De ressalvar que a Apple oferece uma garantia de um ano para os novos iPhones que apresentem defeitos, além de vender planos de seguro para alargar as garantias.
Os burlões foram apanhados e condenados por fraude postal e conspiração para cometer fraude postal, depois de um investigador da Apple ter avisado as autoridades, segundo um depoimento de 2019 do inspetor Stephen Cohen.
A polícia intercetou pacotes e confirmou que milhares de telefones falsificados estavam a ser enviados da China e depois enviados para a Apple para reparações, por correio ou pessoalmente.
Segundo Cohen, os telemóveis falsificados estavam fora da garantia ou continham peças falsificadas. Contudo, a Apple acreditava “erradamente” que se tratava de telemóveis reais com garantias reais, substituindo frequentemente dezenas de iPhones falsos, devolvidos de forma fraudulenta.
Embora a Apple tenha algumas medidas em vigor para impedir repetidas devoluções fraudulentas, incluindo “rejeitar quaisquer pedidos de reparação e/ou substituição de um telefone de um determinado indivíduo ou endereço”, Cohen explicou que era fácil, para os burlões, contorná-las.
Por exemplo, através de pseudónimos diferentes e a criação de novos e-mails. De acordo com Cohen, Sun detinha pelo menos oito e-mails da UPS Store monitorizadas pelas autoridades policiais.
Um dos burlões apresentou mais de 1000 pedidos de reparação à Apple
Tanto Sun como Xue foram identificados como co-conspiradores, após os agentes federais terem começado a intercetar pacotes que lhes eram dirigidos ou a um dos seus pseudónimos conhecidos.
Em vez de prender imediatamente os burlões, a polícia anotou os números IMEI de cada telemóvel em cada pacote que intercetou e “permitiu que os pacotes fossem entregues aos destinatários pretendidos”, disse Cohen.
A partir daí, a polícia trabalhava com a Apple, que partilhava informações sobre as devoluções associadas a esses números IMEI. As informações partilhadas pela Apple incluíam nomes, moradas e e-mails.
Aparentemente, Sun apresentou mais de 1000 pedidos de reparação através de vários e-mails, alguns dos quais estavam registados no seu nome verdadeiro.
A Apple colaborou, verificando os números de série e IMEI falsificados, e confirmando quando os telemóveis continham peças falsificadas.
Burlões enganaram a Apple, mas já foram condenados
Os dois burlões, que levaram a Apple a substituir cerca de seis mil iPhones falsificados por iPhones verdadeiros, foram condenados a penas de prisão esta semana, segundo anunciado pelo Departamento de Justiça.
Haotian Sun foi condenado a 57 meses de prisão e deve pagar mais de 1 milhão de dólares à Apple. Por sua vez, Pengfei Xue foi condenado a 54 meses e condenado a pagar 397.800 dólares.