É um raro momento de partilha aquele em que o CEO da Apple, Tim Cook, divulga vários detalhes e indicadores financeiros da empresa.
Nesse sentido, vemos agora as suas recomendações aos investidores, bem como uma revisão em baixa das vendas do “seu” iPhone.
Em primeiro lugar, esta pronúncia de Tim Cook refere-se ao 1º trimestre fiscal da Apple. Nesse sentido importa deixar bem claro que o trimestre fiscal em questão corresponde ao último trimestre do ano civil. Por conseguinte, estamos a falar do período compreendido entre outubro e fim de dezembro de 2018.
Em segundo lugar, este comunicado do CEO da Apple serve para guiar / orientar a massa de investidores da tecnológica. Aqui tal como avança a publicação do 9to5mac, temos uma revisão em baixa das estimativas de lucro bem como de vendas.
A previsão atual da Apple
Em terceiro lugar, o novo “guia” da Apple lista vários indicadores como a nova previsão de receitas, agora na ordem dos 84 mil milhões de dólares. Logo após temos a margem de lucro, prevista em 38%. Seguindo-se imediatamente a previsão de despesas operacionais na ordem dos 8,7 mil milhões de dólares.
O relatório aponta em seguida uma margem de 550 milhões de dólares para outros custos ou lucros não previstos. Por último temos também a referência à carga fiscal prevista na ordem dos 16.5%.
Leia aqui a carta de Tim Cook aos investidores.
A previsão anterior, em novembro de 2018:
O guia anteriormente publicado era marcadamente mais positivo. Note-se em primeiro lugar a anterior previsão de receitas na ordem dos 89 a 93 mil milhões de dólares. Seguindo-se a margem de lucro estimada entre os 38 a 38,5%. Ao mesmo tempo, as despesas operacionais estavam previstas em 8,7 a 8,8 mil milhões de dólares.
Em seguida tínhamos uma previsão de 300 milhões de dólares para gastos / receitas não previstas. Por fim podíamos ainda contar com uma previsão de carga fiscal na ordem dos 16,5%, permanecendo, portanto, este último indicador sem qualquer alteração.
O iPhone vende menos, sobretudo na China
Olhando para o primeiro trimestre fiscal da Apple em 2018, as receitas rondaram os 88,3 mil milhões de dólares. Já os lucros com as vendas totalizaram 20,1 mil milhões de dólares nesse período. Esta cifra englobou as vendas do iPhone, na ordem das 77,3 milhões de unidades. Em seguida tivemos 13,2 milhões de iPads vendidos e 5,1 milhões de Macs a serem expedidos.
Em seguida, Tim Cook explica aos investidores as razões que motivaram este reajuste das previsões da Apple. Em primeiro lugar citando a calendarização / timing da distribuição e lançamento dos novos modelos de iPhone nos mercados internacionais (fora dos Estados Unidos da América).
Em segundo lugar, o CEO da Apple toca na escalada de tensões entre os EUA e a China, bem como um abrandamento económico deste último mercado. Em suma, foram vários os fatores que resultaram num abrandamento das vendas do iPhone e dos seus vários modelos.
Em terceiro lugar, Tim Cook salienta algumas explicações para o abrandamento das vendas do iPhone. O exemplo da redução dos subsídios e campanhas das operadoras que incentivam a compra de um novo terminal foi o primeiro caso apontado.
Motivos para preocupação e motivos para celebração na Apple
Cook cita ainda as oscilações de preço e força do dólar como pêndulo no mercado bolsista. Ao mesmo tempo, a redução e incentivo à substituição das baterias em determinados modelos de iPhone acabou por retirar atenuar a vontade / necessidade de comprar um novo smartphone.
Numa última nota o CEO da Apple aponta a China como principal motivação das suas preocupações com o atual clima de “guerra” entre as duas potências. Algo que não só tem causado uma preferência pelos produtos de marcas sediadas na China como tem causado dificuldades à Apple neste que é o maior mercado mundial de smartphones.
Em suma, apesar das várias preocupações que assolam a cúpula da Apple, existem ainda vários motivos para estar otimista. Cook cita vários resultados positivos durante o mês de dezembro, impulsionados pelos mercados ocidentais.
Vemos ainda o CEO da Apple a apontar uma subida nos lucros na ordem dos 19% graças a produtos como o Apple Watch e os seus AirPods. Aqui deixando o iPhone propositadamente de fora.
Ainda assim, a marca espera novos recordes de lucros em vários mercados como os Estados Unidos da América bem como o Canadá e vários mercados europeus como a Espanha, Holanda e Itália.