O fenómeno das criptomoedas invadiu o nosso dia a dia e cada vez mais esta é uma forma de ganhar dinheiro, direta ou indiretamente. Além de todo o processo que pode ser feito, para as gerar, existem também formas discretas de o fazer, muitas vezes sem os utilizadores darem por isso.
Não sendo muito normal, existem já apps que estão a minerar criptomoedas para os seus criadores. Foi precisamente isso que aconteceu com o Calendar 2, mas com a diferença que um bug colocava esta app constantemente a minerar.
Por agora a mineração de criptomoedas dentro das apps estava associada apenas ao universo Android e muitas vezes de forma encapotada para os utilizadores. Menos lógico é isso ter acontecido na App Store, onde a app Calendar 2 esteve disponível com este código.
O criador do Calendar 2 resolveu colocar uma forma de mineração de Monero como forma de pagamento para a utilização da sua app a todos os que não quisessem pagar diretamente pela sua utilização.
A forma de compensar o Calendar 2 por quem não quer pagar
Esta intenção e a sua utilização estava declarada na interface da app, na secção de pagamento, onde era descrito que a máquina dos utilizadores iria ser usada para fazer mineração de criptomoeda, mas de forma não intrusiva.
O problema surgiu quando muitos utilizadores começaram a notar um comportamento anormal nesta app, com a mineração a ser constante e a elevar o processador a níveis de utilização máximo, muitas vezes sem recursos para a realização de outras tarefas.
Os problemas que afetaram o Calendar 2
Gregory Magarshak, o fundador da Qbix, empresa que criou o Calendar 2, revelou que o lançamento desta versão da app acabou por ser vítima de 2 bugs graves e que inviabilizavam a utilização da própria aplicação.
A primeira provocava a utilização do minerador de forma infinita, sem qualquer controlo da aplicação e do próprio utilizador. Este não era suposto ser o comportamento esperado, sendo apenas usado para minerar durante alguns períodos de tempo.
O segundo bug provocava a utilização elevada dos recursos das máquinas, de forma indiscriminada. Os programadores tinham planeado usar não mais de 10 a 20% dos recursos dos Macs, dependendo deste estar ou não ligado à energia.
@SGgrc @QbixApps Calendar 2 for Mac (from the App Store) launched a cryptocurrency miner without my permission. Then it ate 200% CPU until I found it and killed it. I didn't expect a miner infection from an App Store vendor. Wow. It runs the xmr-stak Monero miner.
— Fred Laxton (@fredonline) March 12, 2018
O problema do Calendar 2 foi resolvido
A Qbix anunciou, entretanto, que iria resolver o problema com a maior brevidade possível, removendo de forma completa o minerador que estava dentro da sua aplicação, até porque este não lhes apresentava quaisquer garantias por não ser de código aberto.
De qualquer forma, e sem que se saiba se foi uma decisão da Qbix ou da Apple, o Calendar 2 acabou por ser removido da App Store, não estando agora disponível para os utilizadores.
A posição da Apple?
Apesar de a Apple não ter uma posição definida sobre a presença destes mineradores de criptomoeda nas apps que estão na App Store, o mais lógico e provável é que seja contra estas formas de monetização, até porque escapam ao controlo da empresa. De qualquer modo este deveria ter sido detetado no processo de avaliação da nova versão da app, algo que aparentemente não foi feito.