Desde o choque entre a Apple e a Qualcomm que se sabe do interesse da Apple na compra da divisão de modems da Intel. Esta é a forma da empresa de Tim Cook se libertar principalmente da dependência de outras empresas e conseguir a sua autonomia.
Depois de várias informações que davam como certa essa compra, surge agora a sua confirmação. Ambas as empresas anunciaram um acordo. Vai custar mil milhões de dólares e dará acesso à maioria da divisão de modems da Intel.
A compra da divisão de modems é agora real
Os rumores que se vinham a acumular acabam de se revelar verdadeiros. A intenção da Apple era real e a Intel concordou em libertar-se da sua divisão de modems para smartphones. Esta era uma movimentação inevitável e agora tomou forma.
Para as duas empresas este acordo pode ser positivo, por diversas razões. Para a Apple esta é a forma mais simples de se conseguir libertar da Qualcomm num futuro próximo. Tem igualmente acesso direto a toda a tecnologia e patentes para desenhar e produzir os modems para o iPhone.
Para a Intel é igualmente vantajoso. A empresa já tinha alertado que queria dispensar esta sua área de negócio, procurando quem a assumisse. O avanço tecnológico da concorrência e a sua aparente incapacidade de criar um modem 5G em tempo útil ditaram o seu fim.
Apple ganha ativos para smartphones com esta compra
Do que foi comunicado, esta compra deverá estar terminada no final deste ano e dará acesso à maioria desta divisão da Intel. Cerca de 2200 funcionários da Intel vão reforçar a empresa de Cupertino e trazer com eles toda a tecnologia associada.
Outra informação importante, e que mostra o valor para a criadora do iPhone, foi o seu preço. As empresas acordaram que a Apple iria pagar mil milhões de dólares à Intel para ter acesso a toda esta informação e ativos.
Importa, portanto, destacar que a Apple não vai apenas receber os técnicos e a tecnologia. A empresa vai ter acesso direto a mais 17.000 patentes da Intel, muitas delas fora do âmbito direto dos modems para smartphones.
Intel tinha em mãos um peso morto
Apesar deste acordo, a Apple não deverá, de imediato, começar a usar os modems da Intel. O seu acordo com a Qualcomm estabeleceu, todavia, que ambas as empresas iam colaborar durante vários anos. Isto obriga a Apple a ter de usar os modems da Qualcomm por este período.
Claro que não impede que comecem agora a ser criados os próximos modems do iPhone. Estes vão ser usados mais tarde, quando o acordo terminar. Há ainda a possibilidade destes serem usados por outras marcas ou em outros equipamentos da Apple.
Fica assim fechado mais um capítulo. A Intel queria libertar-se deste seu ativo, que não consegue competir com a concorrência. A Apple, entretanto, garante o acesso a toda a tecnologia necessária para ter independência, como já faz noutras áreas.