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Apple Card: “Nunca deveríamos ter feito essa m**da”… disse um executivo do Goldman Sachs

O Apple Card é um cartão de crédito criado pela Apple concebido para ajudar a melhorar a saúde financeira dos utilizadores. O sucesso do serviço é tal que a própria empresa financeira que suporta o cartão da Apple, a Goldman Sachs, reconhece que o utilizador beneficia tanto que é um “mau negócio” para o banco. Segundo informações, um executivo não identificado do Goldman disse: “Nunca deveríamos ter feito essa merda”…


Goldman perdeu milhões com o Apple Card

Este serviço da Apple traz muitas vantagens aos utilizadores. Além do software plenamente integrado com o ecossistema da empresa, os titulares do cartão ganham 3% de cashback (de reembolso) nas compras da Apple, 2% de reembolso ao usar o Apple Pay em qualquer lugar onde seja aceite e 1% em qualquer outro lugar.

O cartão não tem taxas ou custos (se o usar como cartão de crédito, tem os juros como qualquer outro). É uma boa opção se o utilizador usar o Apple Pay regularmente ou fizer pagamentos regulares à Apple, mas a taxa de 1% em todos os outros lugares… tem sido amplamente usada. Atualmente este serviço não está disponível em Portugal.

O sucesso é tal que há muito que se diz que o Goldman Sachs se arrependeu de toda a parceria com o Apple Card, depois de ter acumulado mais de mil milhões de dólares em perdas até janeiro deste ano e, mais recentemente, de ter perdido o segundo milhar de milhão.

Historicamente, o banco tem ganho dinheiro ao servir as necessidades financeiras de empresas, instituições financeiras e governos. A sua passagem para o crédito ao consumo é um desenvolvimento relativamente recente, e um enorme fracasso. O Goldman passou grande parte deste ano a tentar sair do negócio do crédito ao consumo.

Mas não era para ser um sucesso?

A Apple criou o Apple Card em parceria com o banco Goldman Sachs e com a Mastercard. Conforme foi dado a conhecer na altura, este produto da gigante de Cupertino foi pensado para ser um trunfo para a Apple e para os seus parceiros. Aliás, foi o próprio banco a afirmar na altura que o produto era o “mais bem-sucedido lançamento de cartão de crédito de sempre”.

Volvidos alguns anos, o cenário é outro. A Goldman está a tentar vender a parceria do Apple Card, sem sucesso até agora. Segundo consta, a empresa tem estado em conversações com a Amex há já algum tempo, mas não é claro por que razão a empresa de cartões estaria interessada em adquirir um negócio deficitário. Além disso, a Amex tem uma marca própria muito forte, pelo que é provável que se recuse a comprar um produto com a marca Apple.

 

A conta poupança foi “uma merda de um erro”…

Um novo relatório do WSJ afirma que um executivo não ficou impressionado com o facto de o banco ter aprofundado a sua relação com a Apple através do lançamento de uma conta poupança Apple Card.

Quando o Goldman Sachs e a Apple lançaram a sua conta poupança conjunta em abril, o Goldman organizou uma reunião na sua sede, onde os executivos do banco falaram sobre o assunto. Pouco depois, um executivo transmitiu uma mensagem diferente. “Nunca devíamos ter feito esta merda”, disse o sócio do Goldman aos colegas.

A razão provável para isto é que os muitos milhões de dólares em contas poupança tornam muito mais difícil para o Goldman vender o negócio dos cartões Apple – uma vez que esse dinheiro terá sido investido e o banco teria de o levantar em dinheiro para entregar o negócio a outra pessoa.

A instituição bancária tenta por todos os lados desenvencilhar-se do serviço da Apple. Segundo consta, existe outra proposta que poderá ser uma potencial saída do problema. Isto é, alguns membros do Goldman sugeriram que a Apple emprestasse o seu próprio dinheiro no futuro.

Os funcionários do Goldman que trabalham na parceria com a Apple apresentaram outras opções, incluindo deixar a Apple assumir uma parte maior da parceria, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Por exemplo, uma ideia propunha que a Apple se tornasse o credor de novas despesas e emissões de cartões de crédito, com o Goldman a continuar a gerir os empréstimos existentes.

No entanto, esta ideia não parece ter ganho qualquer força em nenhuma das empresas. De acordo com o relatório, atualmente não está a ser considerada ativamente esta ideia e não foi discutida a um nível superior nem na Goldman, nem na Apple.

Para além das dores de cabeça do banco com o Apple Card, a instituição está a ser investigada pelo Consumer Financial Protection Bureau, a agência governamental de proteção ao consumidor, por não ter resolvido prontamente os erros e reembolsado os titulares dos cartões.

Este imbróglio não está fácil de resolver e a Goldman “acusa” o método da Apple que beneficia o utilizador com informação na hora e uma organização que dá imenso trabalho ao próprio banco. Há quem aponte a falta de experiência do banco nestes serviços de consumo e de não estar preparado para o fluxo de negócio da própria gigante de Cupertino.

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