Foi preciso cerca de um ano e meio para que surgisse um substituto para o Xiaomi Mi 4, um topo de gama que muita “tinta” fez correr.
O Xiaomi Mi 5 apresenta-se com músculo forte e traz o melhor SoC da Qualcomm no mercado, um design totalmente renovado, mais confortável e funcional, sensor de impressão digital e consegue albergar dois cartões SIM que tanta falta fazem num topo de gama.
Depois de 3 semanas de utilização intensiva, chega a hora da verdade.
1 – Características Gerais
Este novo smartphone topo de gama foi lançado em Março passado e surge como um sucessor do Xiaomi Mi 4 (lançado em Agosto de 2014), ignorando assim a geração Snapdragon 810 da Qualcomm, que apenas foi utilizado pela Xiaomi no Mi Note Pro.
O Xiaomi Mi 5 é um smartphone Dual-SIM LTE, com ecrã IPS de 5,15″ de resolução FullHD, a mais apropriada para este tamanho de ecrã. A versão em teste é a Standard, com SoC Snapdragon 820 da Qualcomm, composto por dois CPUs Kryo Dual-core (1,8 GHz + 1,36 GHz), 3 GB de memória RAM e GPU Adreno 530. Tem 32 GB de armazenamento interno e não tem suporte para cartão microSD.
Existem outras duas versões:
- Mi 5 Prime
- SoC Snapdragon 820 a 2,15 GHz
- 3 GB de memória RAM
- 64 GB de armazenamento interno
- Mi 5 Pro
- SoC Snapdragon 820 a 2,15 GHz
- 4 GB de memória RAM
- 128 GB de armazenamento interno
- Preto, com revestimento em cerâmica
Tem interface NFC, sensor de impressões digitais na parte frontal em baixo, servindo de botão Home tal como nos smartphones Samsung Galaxy. A câmara traseira é de 16 MP, f/2.0 com estabilização óptica de 4 eixos e flash Dual-LED de dois tons e a câmara frontal é de 4 MP, f/2.0. A bateria é de 3000 mAh, de carregamento rápido utilizando a interface USB Tipo-C, e tudo isto pesa apenas 129g, numa espessura de 7,3 mm.
Na caixa vem o Mi 5, um cabo USB/USB Tipo-C, um carregador rápido, o acessório para abrir o slot dos cartões SIM e os manuais de instruções rápidas.
Vídeo de unboxing
Especificações completas
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Ecrã
- 5,15″ de resolução 1080 x 1920 píxeis, 428 ppp
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Processador
- CPU: Qualcomm Snapdragon 820, CPU Dual-core Kryo a 1,8 GHz / 2,15 GHz + Dual-core Kryo 1,35 GHz
- GPU: Adreno 530
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Rede
- LTE/HSPA+/GSM (dual stand-by)
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Sistema Operativo
- Android 6.0 (Marshmallow)
- Interface: MIUI 7.2.10
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Memória
- Memória RAM: 3/4 GB
- Memória interna: 32/64/128 GB
- Memória externa: não disponível
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Câmara
- Principal (traseira): 16 MP, f/2.0 com estabilização óptica de 4 eixos e flash Dual-LED de dois tons
- Secundária (frontal): 4 MP, f/2.0, com gravação de vídeo a 1080p@30fps
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Sensores
- Acelerómetro, giroscópio, bússola, proximidade, luminosidade, barómetro, impressões digitais
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Outros
- LED infra-vermelhos para controlo remoto universal
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Dimensões e peso
- 144,6 x 69,2 x 7,3 mm, 129 g
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Conectividade
- Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, hotspot
- GPS, GLONASS e BDS
- Bluetooth 4.2, A2DP, LE
- USB Tipo-C
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Bateria
- 3000 mAh Li-Po
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Cores
- Branco, dourado e preto
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Preço
- Preço: ~250€
2 – Hardware e Design
O Mi 5 tem um design completamente renovado, embora pareça que tenha sido baseado no Mi Note, principalmente na parte traseira.
O corpo é em alumínio, com a capa traseira revestida a vidro Corning Gorilla Glass 4. A traseira é ovalizada, tal como se pode ver na imagem abaixo, e isso traduz-se num conforto adicional na sua utilização.
Um pormenor que pode parecer irrelevante mas que para mim faz toda a diferença, é a facilidade com que se consegue agarrar o smartphone quando está sobre uma mesa. Por ter a parte traseira ovalizada, e consequentemente as arestas da parte da frente mais salientes, faz com que não escorregue da mão ao pegar, agarrando apenas dos lados. Por exemplo, nos smartphones iPhone 6S, Galaxy S7 ou Huawei P8, que são mais arredondados nas laterais, é mais difícil agarrá-los numa superfície plana e há maior probabilidade de escorregarem das mãos no momento de agarrar.
A moldura em volta do ecrã é bastante fina, a mais fina de sempre, tendo apenas cerca de 2 mm nas laterais. Isso faz com que o ecrã ocupe 73,1% de toda a área frontal, conseguindo assim optimizar espaço para toda a estrutura, tendo sensivelmente a mesma largura que um smartphone de 5″, como é o caso do Mi 4, mas com um ecrã de 5,15″.
A espessura é de 7,3 mm e o peso de 129 g, valores impressionantes considerando que se trata de um smartphone com uma bateria de 3000 mAh.
Na frente, acima do ecrã de 5,15″, encontra-se o LED de notificações, os sensores de luminosidade e proximidade, o altifalante para chamadas e a câmara de 4 MP. Em baixo encontram-se os botões capacitivos de Menu ou troca de aplicações e Retroceder, com retroiluminação em formato de ponto, e ao meio o novo botão Home com sensor de impressões digitais.
Como utilizador regular do Mi 4, a chegada deste novo botão Home no Mi 5 foi vista como algo não desejado, já que preferia o simples toque no botão capacitivo em vez de ter de premir o botão físico, que obriga assim a ter de agarrar o smartphone com mais força. No entanto, a grande novidade, é que este novo botão Home não só é físico como também é táctil, podendo ser utilizado das duas formas, activando para isso uma opção. Para os interessados, basta ir a Settings > Additional Settings > Buttons > ligar a opção Tap Home button to go back to Home screen.
Na lateral, em baixo, está colocada a porta USB Tipo-C, o microfone e o altifalante. Na lateral direita estão os botões de volume e power e do lado esquerdo existe apenas o encaixe para os dois cartões nanoSIM. Em cima está colocada a ligação áudio para ficha jack de 3,5 mm, o LED infra-vermelhos para controlo remoto e o segundo microfone, para permitir gravação de som em stereo.
Na traseira, bem no canto superior esquerdo, encontra-se a câmara de 16 MP com flash Dual LED de dois tons. Em baixo tem apenas a inscrição da marca MI. A capa traseira e a bateria não são removíveis.
3 – O que distingue o Xiaomi Mi 5?
À parte de ter o mais rápido SoC da Qualcomm, memória RAM LDPPR4 e memória flash ultra rápida UFS 2.0, o Mi 5 distingue-se essencialmente pelo novo design, mais moderno, mais apelativo, mais funcional, mais confortável e simplesmente bonito.
O ecrã IPS está bastante melhorado em comparação com o seu antecessor, tendo agora os pretos mais pretos, conseguindo assim reproduzir maior contraste. O brilho é mais forte (iluminado por 16 LEDs), onde os conteúdos conseguem ser vistos com facilidade aquando da incidência directa da luz solar.
A inclusão do sensor de impressões digitais é algo quase obrigatório nos dias que correm. Este sensor demonstrou ser muito rápido e ter uma precisão incrível, considerando o seu tamanho bem inferior ao existente no Galaxy S7, por exemplo. Na secção seguinte poderá ver este ponto mais desenvolvido.
O suporte para 2 cartões SIM faz dele uma oportunidade para quem quer ou precisa de um smartphone topo de gama, com excelente qualidade de construção, mas com capacidade para duas redes móveis em simultâneo.
Porque cada vez mais os smartphones são autênticas máquinas fotográficas e de vídeo, a estabilização óptica de 4 eixos permite um nível de estabilidade até então alcançável apenas com recurso a software.
E porque o NFC ainda tem muito para mostrar, a Xiaomi fez questão de incluir a interface NFC. O carregamento rápido, recorrendo à ligação USB Tipo-C, é também uma grande evolução face ao seu antecessor.
4 – Interface e desempenho
A interface MIUI 7 sobre o Android 6.0 Marshmallow
O sistema operativo MIUI é produzido pela Xiaomi e suportado também por uma enorme comunidade, pronta a colaborar no seu desenvolvimento. Actualmente, a versão mais recente é a MIUI 7.2, uma interface rica, desenhada ao pormenor, leve e muito bem optimizada.
O Mi 5 é o primeiro Xiaomi com a interface MIUI assente no Android 6.0 Marshmallow. Como utilizador de longa data do Mi 4, que ainda corre sobre o Android 4.4.4 KitKat, as diferenças visuais relativamente a este novo Mi 5 são… nulas! E é esta a magia do MIUI: um sistema que evolui de igual forma para todos os modelos independentemente da versão base do Android.
Foi identificada uma excepção de funcionalidade, onde no Homescreen, nos 5 ícones fixos na parte inferior do ecrã, deixou de ser possível agrupar várias ícones numa pasta. Em todos os outros smartphones MIUI isso é possível.
Se ainda não conhece a interface MIUI, pode ver todos os detalhes da análise às funcionalidades do MIUI, em vídeo, na análise do Xiaomi Mi 4, ainda consistente com a actualidade. Em termos de segurança e controlo de permissões, consumo de dados por aplicações e notificações está muito bem conseguido. Pode ver aqui outros detalhes do MIUI.
O problema dos idiomas
O problema mantém-se, infelizmente. É este o calcanhar de aquiles do MIUI oficial, que é fornecido apenas com os idiomas Chinês e Inglês na versão oficial Chinesa e com outros idiomas (inclui apenas o Português do Brasil) na versão Global, que geralmente sai mais tarde que a versão Chinesa.
Devido a essa falta de suporte de idiomas, os utilizadores são “obrigados” de recorrer a alternativas não oficiais que, embora existam, não estão ao alcance de qualquer um (seja ao nível de conhecimentos, disponibilidade ou paciência). Este é um motivo que, frequentemente, leva à desistência da compra de um smartphone Xiaomi.
No entanto, neste momento já está disponível a versão Global oficial para o Mi 5 (ver aqui), estando portanto disponível o idioma Português.
Desempenho
Como seria de esperar, tudo acontece de forma muito rápida no Mi 5. A abertura de aplicações, a troca, o rápido tempo de resposta, o sensor de impressões digitais, tudo rola mais rápido que nunca mas… e porque há sempre um mas, é notória a necessidade de 4 GB de memória RAM, isto porque o Mi 5 foi utilizado em paralelo com o Samsung Galaxy S7, que mostrou conseguir lidar com uma maior quantidade de aplicações em segundo plano.
Em termos de pontuação no AnTuTu v6.0.1, o Mi 5 consegue uma pontuação de 113616. Considerando que se trata de um SoC Qualcomm Snapdragon 820, o valor pode parecer baixo (ver comparação de chips aqui), no entanto, há que ter em conta que estamos perante o modelo standard do Mi 5, com o CPU a 1,8 GHz. O modelo Prime ou Pro, com CPU a 2,15 GHz, já deverá obter uma pontuação de aproximadamente 135000.
Em termos de aquecimento aquando de uma utilização prolongada de tarefas mais exigentes, como jogos ou utilização da câmara, o aquecimento não é exagerado, não incomoda a sua utilização.
Quanto ao sensor de impressão digital, revelou-se numa agradável surpresa. A precisão, a rapidez e a facilidade de utilização levaram a que fosse comparado directamente com o Samsung Galaxy S7 edge. O resultado pode ver-se no vídeo abaixo.
5 – Câmaras
O Mi 5 traz uma câmara principal com um novo sensor, Sony IMX298 de 16 MP, e acoplado a ele está um conjunto de lentes com estabilizador óptico de 4 eixos, procurando assim eliminar pequenas instabilidades, quer a fotografar quer a filmar.
O efeito conseguido pode ser visto num vídeo produzido pela Xiaomi, revelado na apresentação do Mi 5. Veja-o abaixo.
Infelizmente não conseguimos replicar as mesmas condições técnicas para fazer o mesmo teste entre os mesmos smartphones. Ainda assim, foi realizada uma comparação directa com o topo de gama Android do momento, o Galaxy S7 edge.
Ambos os smartphones foram colocados num suporte improvisado e foi possível ter uma noção da diferença entre as câmaras, não só na estabilização mas também no equilíbrio da luminosidade e noutros pormenores. A gravação foi feita em 4K, no modo automático e sem qualquer zoom. Não esqueçamos que esta comparação está a ser feita entre dispositivos de preços muito díspares, já que o Galaxy S7 edge custa mais do dobro do Mi 5, no entanto, podemos dizer que é possível compará-los. O vídeo segue abaixo.
Houve movimentos bruscos e suaves, sendo possível notar uma ligeira ondulação no vídeo quando são corrigidos movimentos suaves. O vídeo do Galaxy S7 edge aparenta ser ligeiramente mais estável e tem maior equilíbrio no brilho. O vídeo do Mi 5 apresenta ainda alguma compressão, possível de detectar nos azuis do céu (mais evidente no original). Contudo, a conclusão é que a prestação do Mi 5 na câmara está ao nível do melhor que o mercado tem para oferecer.
Como ponto negativo, destaca-se um ruído desagradável, embora muito pequeno, existente no vídeo sempre que é feito um foco, provocado pelo sistema mecânico.
Quanto à fotografia, não há novidades de grande destaque. A melhoria de qualidade deve-se principalmente ao novo sensor e os resultados estão à vista. São notórias também as melhorias na precisão e rapidez da focagem. Quanto à aplicação nativa da câmara, é igual à já existente nos outros dispositivos Xiaomi, oferecendo as funcionalidades básicas exigidas como HDR, modo panorama, modo audio (disparo desencadeado por ruído), modo manual (com ajuste de brancos, foco, tempo de exposição e ISO), modo gradiente (para capturar fotos sempre direitas), ajuste de tom de pele, modo olho de peixe, detecção de rosto e 12 filtros. A câmara frontal, de 4 MP, tem uma qualidade significativamente superior e com maior fluidez.
Outro ponto negativo é a grande proximidade que a câmara tem da lateral. Mesmo tendo algum cuidado, facilmente se estraga uma fotografia com um “dedo intruso” colocado inadvertidamente ao alcance da câmara, como se pode ver no exemplo abaixo.
De seguida estão alguns exemplos de fotos.
Download fotos originais Xiaomi Mi 5
6 – Autonomia
Tomando mais uma vez o Mi 4 como base de comparação, que tem uma bateria de 3080 mAh, não se esperava grandes melhorias na autonomia do Mi 5, que tem uma bateria de 3000 mAh. Embora tenha um SoC de arquitectura diferente, o desempenho também é muito diferente e isso exige recursos energéticos.
A autonomia do Mi 5 é assim muito semelhante à conseguida com o Mi 4, que se traduz em 2 dias completos sempre com Wi-Fi ou dados móveis ligados, cerca de 2 horas de chamadas e 4 horas de ecrã.
No que diz respeito à velocidade de carregamento, é aqui que o Mi 5 marca pontos. Tirando partido da interface USB Tipo-C, capaz de lidar com mais corrente, o carregador tem 3 modos automáticos de carga: 2,5 A a 5 V (máx 10 W), 2,0 A a 9 V (máx 18 W) e 1,5 A a 12 V (máx 18 W).
Assim, é possível fazer uma carga de 10% até 65% em 30 minutos e até 90% em apenas 50 minutos.
7 – Veredicto
Para quem é mais contido nos investimentos e quer comprar o melhor pelo preço mais baixo, o Xiaomi Mi 5 é definitivamente a escolha acertada para um topo de gama, com a vantagem de ser Dual SIM.
O sensor de impressão digital tem prestação muito boa, as câmaras evoluiram bastante e o desempenho em geral é capaz de executar rapidamente a mais árdua das tarefas.
Quanto à rede de dados LTE, tal como acontece com qualquer outro smartphone Xiaomi, não é suportada a banda 20 (800 MHz) em utilização em Portugal (fora dos grandes centros). Isso não é de todo um problema, pois na maioria dos casos uma ligação 3G é suficiente. Já quando há 4G, o resultado deverá ser semelhante a este.
O Xiaomi 5 pode ser adquirido na HonorBuy por cerca de 250 € para versão normal, entregue em apenas 1 dia (ou 3 a 5 dias em áreas remotas). Note que tem também disponível a versão Pro e pode utilizar o voucher PPLWARE para ter um desconto de 5€.