Por Alexandre Carlos para o Pplware!
Chegado o mês de Maio e eis que chega também um dos mais aguardados jogos dos últimos tempos. Anunciado em Junho de 2014 na E3, eis que nos chega às mãos, em exclusivo para a Playstation 4, Uncharted 4: A Thief’s End, o último jogo da série que segue as aventuras de Nathan Drake.
O PPlware acompanhou Nathan nesta sua demanda de um gigantesco tesouro e faz-vos um relato daquilo que foi a sua última aventura.
Chegou Uncharted 4: A Thief’s End, um dos jogos mais aguardados pelos fãs desde que foi anunciado em 2014. Mas a sua chegada assinala também o fim de uma das mais estimulantes e apelativas sagas dos jogos para consolas.
A série Uncharted acompanha Nathan Drake, um caçador de tesouros, nas suas aventuras um pouco por todo o mundo e, neste último capítulo da saga, acompanhamos Nathan na busca de um tesouro de 400 milhões de dólares.
A acção do jogo inicia-se com uma perseguição em alto mar, onde o jogador tem a hipótese de manobrar uma lancha a alta velocidade, à noite, durante uma tempestade, tentando escapar a outras lanchas que o tentam travar. Aqui, a destreza e capacidade de reacção dos jogadores é crucial para ajudar Nathan e o seu irmão Sam a fugir à perseguição. Em seguida, temos um flashback: Nathan, ainda criança, está num orfanato e, juntamente com o seu irmão, terá de escapar da instituição saltando pelos telhados e subindo pelos campanários do edifício sem cair.
Aqui, os jogadores menos habituados à mecânica do jogo têm a oportunidade de explorar todas as capacidades do personagem e de experimentar um pouco daquilo que é a jogabilidade de Uncharted. Os obstáculos que nos são colocados ajudam-nos a entender de que forma nos podemos deslocar no cenário, sempre auxiliados por algumas dicas visuais que nos indicam quais os botões que devemos premir para lançar uma corda, descer pelo interior de uma torre em rappel ou simplesmente saltar um muro. Aliás, essas dicas aparecerão mais vezes durante o jogo, principalmente quando somos obrigados a desempenhar uma acção com a qual ainda não nos havíamos deparado.
Mas esta parte inicial do jogo não serve apenas para isso. Tal como as fases posteriores confirmam, a jogabilidade de Uncharted 4 é notável e de uma fluidez que impressiona. Quando escalamos uma parede suspensos nas pontas dos dedos ou quando balançamos na ponta de uma corda, o movimento é de tal forma fluído e continuo que parece natural, emulando o movimento humano de uma forma muito verosímil.
Um outro aspecto que roça a perfeição é a transição entre as cutscenes e o jogo propriamente dito. O jogo está montado de forma a parecer-se o mais possível com uma obra cinematográfica. As cenas de conversa entre os personagens, além de nos introduzirem ao que se vai passar a seguir, transportam-nos para dentro do “filme” e deixam-nos aquela sensação de não estarmos a jogar um jogo mas a desempenhar o papel principal numa película de acção, aventura e mistério.
Uncharted 4 leva-nos a um mundo aberto, tão aberto quanto é possível, podendo o jogador explorar o ambiente que rodeia os personagens quase sem restrições. Tratando-se de uma história, existe – como é evidente – um guião. Mas os vastos cenários que nos são apresentados colocam-nos numa situação em que a linearidade do jogo é quase inexistente. É sempre possível chegarmos ao nosso destino por vários caminhos diferentes.
São, contudo, poucas as situações em que essa livre exploração nos leva a encontrar algum artefacto que seja útil à nossa aventura. Ainda assim, somos sempre presenteados com paisagens absolutamente avassaladoras que nos deixam de queixo caído. A Naughty Dog conseguiu dar-nos um jogo que, para além de cativante e de absolutamente viciante, é também extremamente bem conseguido do ponto de vista gráfico, aproveitando todo, ou quase todo, o potencial de processamento gráfico da PS4. Este aspecto é bastante visível durante as cutscenes: há uma grande preocupação com a verosimilhança dos personagens, seja nos meneios do corpo, nas expressões faciais ou na simples forma como o vestuário ondula quando há movimento.
Ao nível da jogabilidade, Uncharted 4 é excelente. É fácil movimentarmo-nos no terreno, seja numa selva tropical ou a escalar uma parede íngreme de uma montanha ou de uma estrutura. Tal como já foi referido, o movimento dos personagens é perfeito e fluido. E sentimos essa fluidez quando mergulhamos, quando conduzimos uma lancha a alta velocidade ou quando guiamos um jipe.
Um outro aspecto que caracteriza a jogabilidade de Uncharted 4: A Thief’s End é a sua diversidade. Este não é um jogo em que o jogador se limita a resolver mistérios, a utilizar armas ou a esconder-se atrás de uma parede ou no meio da vegetação. É um jogo onde tudo isto acontece em vários momentos diferentes. Temos situações de luta corpo-a-corpo, situações em que é necessário abrir caminho utilizando armas de fogo e outras em que há que ser o mais cauteloso possível para não ser detectado. Há lugar para tudo neste jogo.
Outro ponto importante é a I.A. dos NPC’s. Os nossos companheiros de aventuras, assim como os nossos adversários, estão munidos de uma grande perspicácia. Não são meros figurantes; têm um papel determinante na acção e reagem às nossas jogadas, conseguindo desenvolver estratégias para alcançar os seus objectivos ou para nos ajudarem a atingir os nossos. Apenas um exemplo: num cenário de luta corpo-a-corpo, se formos agarrados por um adversário, um dos nossos parceiros virá em nosso socorro. Porém, se não chegar a tempo ou for travado antes de chegar até nós – e ao contrário do que acontece em alguns jogos deste género – os outros adversários não ficarão a assistir à luta: poderão aproximar-se e agarrar-nos também, colocando-nos numa situação muito complicada.
Por todos estes motivos, Uncharted 4: A Thief’s End é um jogo único e ímpar. Com personagens envolventes e uma história cativante, é fácil deixarmo-nos envolver no jogo e ter a sensação de que fazemos parte dele. Um último acto digno para uma saga de excelência que vai deixar muitas saudades nos fãs.
Veredicto:
Final excelente que faz jus a uma saga brilhante. Um jogo notável e viciante que nos arrasta para o meio da acção.
A sua abordagem cinematográfica, a fluidez do jogo e a liberdade de exploração de um mundo bem construído e extremamente bem desenhado dão-nos uma experiência que desejamos que não tivesse um fim.
A história está bem montada e as personagens bem construídas, o que dá a Uncharted 4: A Thief’s End uma profundidade que não é habitual em jogos de consola. Um jogo obrigatório para todos os fãs e incontornável para todos os amantes de bons jogos.