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Análise Surf World Series (Xbox One)

O Verão terminou e os dias de praia estão também a chegar ao fim. Todos os anos a mesma coisa e agora é tempo de começar a pensar no trabalho e na escola mas … o espírito da praia ainda está no ar.

Pois bem, Surf World Series, da Climax Studios acaba de ser lançado mantendo durante um pouco mais, o espírito veraneante.

O Pplware já cavalgou as ondas de Surf World Series e deixamos a nossa experiência.

 


E seja bem-vindo Surf World Series. Em final de Verão nada melhor que manter o espírito da praia um pouco mais, nem que seja nas ondas virtuais de um jogo de Surf.

E é precisamente com esse mesmo espírito que Surf World Series tem de ser encarado. Este é um nicho para o qual não existem muitos jogos e muitos jogadores esperam e desesperam por um simulador de Surf a sério (já desde o velhinho Kelly Slater Pro Surfer). No entanto, ainda não é desta que o vão ter.

Isto porquê? Surf World Series não é, nem creio que o tenha pensado ser, um verdadeiro simulador de Surf. É extremamente Arcade e descontraído dando preferência ao prazer dos jogadores em apanhar ondas e fazer manobras do que em simular realmente as manobras em si.

Nada de mal nisto, claro está mas… acaba por perder uma oportunidade talvez única, de ocupar uma posição de realce neste nicho.

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O jogo começa por nos lançar num tutoria que nos ensina os controlos e a forma de executar as manobras básicas do jogo. Trata-se de um tutorial simples mas extremamente eficaz.

De seguida, e após selecionarmos um dos surfistas disponíveis no jogo (não existe opção de criar um surfista de raiz, mas podemos personalizar os existentes) passamos à ação. E a ação passa-se mediante dois Modos principais.

O primeiro consiste em surfar livremente nas praias disponíveis no jogo, fazendo apenas manobras e atacando melhores pontuações. Trata-se de um modo livre no qual o jogador além do prazer de apanhar ondas sem a pressão da competição, acaba por poder testar novas manobras e treinar as melhores sequências a usar no Modo Online ou no Modo Eventos.

O segundo modo principal é o Modo Eventos e corresponde a uma competição singleplayer em forma de rounds/desafios a serem ultrapassados para se ir avançando. Basicamente, começamos como rookie a apanhar as ondas numa praia, e após cerca de 10 provas (com objetivos variados) evoluímos até ao Evento Final dessa praia. Após, ultrapassarmos essa final passamos à próxima praia onde mais 10 eventos e uma final nos esperam e assim por diante. É uma mecânica simples e que funciona no âmbito geral do jogo. À medida que vamos evoluindo de evento em evento e de praia em praia, o grau de dificuldade vai aumentando e a exigência à destreza do jogador vai sendo cada vez maior.

Em cada onda, existem três desafios distintos que podem ser exigidos ao jogador. Pode ser pedido ao jogador que faça o maior número de pontos possível numa só onda (ondas intermináveis, por sinal), ou pode ser pedido que faça uma manobra especifica durante a onda ou finalmente pode ser exigido que se mantenha na prancha até terminar um tempo limite.

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No entanto, é aqui que se verifica o caráter Arcade do jogo. Existem dezenas de manobras possíveis de fazer, cada qual com o seu nível de dificuldade. As manobras correspondem ao uso sincronizado de gatilhos e botões, em determinadas posições ou zonas da onda. Por exemplo um Floater tem de ser executado na crista da onda e premindo o LB durante um curto espaço de tempo, ou um Snap Down consiste em virar a prancha na direção da onda e a meio dela, virar o manipulo da direção para trás e pressionar LB em simultâneo.

Por seu lado, os tubos estão brutais. Ao deixarmos a onda nos apanhar, entramos na curva da mesma e pressionando o LB entramos numa perspetiva lateral a partir do interior da onda e na qual temos de manter o surfista equilibrado. Para o manter equilibrado o jogador terá de utilizar o LS, ajustando para os lados consoante o desequilíbrio do surfista. É simples e gostaria de referir que os tubos estão visualmente brutais.

Até aqui tudo bem. As manobras são feitas de uma forma fluida e consistente. As manobras mais espetaculares têm inclusive direito a um Zoom In de grande beleza e espetacular. Contudo estas manobras, que na realidade são extremamente difíceis de executar, acontecem invariavelmente com sucesso no jogo. O surfista está bem na forma como mexe o corpo, mas interage com a onda de forma estranha, fazendo curvas e acelerações pouco reais.

O jogo dá preferência ao prazer de fazer manobras, mas deveria ir um pouco mais além no sentido de que, nem todos os surfistas arrancam Nose Grabs de 180º, quando querem e que, terminam quase sempre em pé na onda quando os executam. Mas mais, aterrando na onda de frente, de lado ou de costas, a probabilidade de nos mantermos em pé e continuarmos a dominar a onda é demasiadamente elevada. É dificílimo não conseguir fazer uma manobra e cair à água no momento da queda. A resposta das ondas e surfista até se encontra bastante decente mas acredito que poderiam não ter optado por exagerar na facilidade.

O jogo acaba por estar demasiado focado em pontuar manobras aéreas, permitindo fazer muitas e de forma demasiado fácil na mesma onda, o que é completamente fora da realidade.

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No entanto, não quero com isto dizer que o jogo não seja à mesma bastante divertido de jogar e realmente tira-se bastante prazer de jogar, seja no modo Eventos, seja no Modo Livre. Apenas pretendo referir que quem procure uma simulação pura e bruta, não a vai encontrar aqui.

Existe ainda um modo Online, bastante simplificado que convida o jogador a entrar em competições curtas de surf. A ideia é de até 7 surfistas virtuais se juntarem e competirem entre si nas diversas praias ao dispor. Em cada praia é permitido aos jogadores votar no tipo de um desafio a concluir (desafios indicados mais acima) e ganha o que fizer a melhor pontuação. Depois vota-se na próxima praia e tipo de desafio e assim por diante. É engraçado a curto espaço mas sente-se que falta um propósito ou objetivo final, havendo apenas um ranking online global. Creio que seriam bem-vindas outros tipos de competições no online.

E por falar em competição, fica também a sensação de que a Climax Studios poderia ter ido um pouco mais além sendo pena que não tenha tentado recriar no jogo o campeonato mundial de Surf ou mesmo reproduzir os grandes surfistas da atualidade. Questões de licenciamento? Se Surf World Series simulasse o circuito mundial, com as mesmas regras e etapas, seria interessante e teria acrescentado uma dose muito maior de realismo… e competitividade.

Graficamente o jogo encontra-se bastante decente. As manobras estão bastante interessantes e os Zoom In feitos estão deliciosos e convidam constantemente a Print Screens para mostrar aos amigos. Não posso no entanto de referir que as ondas (consistente com as praias de cada país e onde se encontra Supertubos) estão muito bem recriadas e com belos efeitos de espuma e rebentação.

Veredicto:

World Surf Series é um jogo demasiadamente Arcade para ser recomendado a jogadores que procurem um bom simulador de Surf. Trata-se de um jogo que privilegia a espetacularidade das grandes manobras em detrimento do realismo. Não deixando de ser divertido Surf World Series mantém o espírito do Verão vivo por mais algum tempo.

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