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Análise Super Mario Odyssey (Nintendo Switch)

Este foi, sem sombra de dúvida, um grande ano para a Nintendo. Um ano que viu surgir a Switch, uma consola que vendeu aos milhões por esse planeta fora e que foi seguida por um dos melhores jogos de sempre que as consolas Nintendo já tiveram oportunidade de jogar: The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

No entanto, e caso isto não bastasse, ficou reservado para o final do ano, Super Mario Odyssey que, tal como tivemos oportunidade de ver aqui e em primeira mão, vinha acompanhado com a promessa de ser um dos melhores jogos de sempre.

O Pplware já experimentou Super Mario Odyssey e … será que a profecia se cumpriu?


Em ano de consola nova e de lançamento daquele que já foi considerado como o melhor jogo para consolas Nintendo de sempre (Breath of the Wild), eis que surge este Super Mario Odyssey, um outro jogo que com o passar do tempo foi ganhando cada vez mais relevância e expectativas. E em boa hora chega. Não só pois chega a tempo do Natal mas acima de tudo porque surge como uma afirmação da Nintendo Switch e das suas potencialidades.

Esta nova aventura, ou melhor, odisseia de Super Mario surge assim com algumas novidades e outros tantos regressos que conforme iremos ver ao longo das próximas frases, fazem deste também um dos melhores jogos de sempre das consolas Nintendo.

E o jogo começa de uma forma algo atribulada. No inicio é-nos apresentada uma animação que nos mostra um combate entre Bowser e Super Mario. Após o combate, Bowser foge no seu barco-voador e Mario surge num Mundo habitado por estranhos Chapéus fantasmagóricos. Nesta primeira fase do jogo, tomamos de imediato uma pequena noção da liberdade de movimentos que Odyssey nos irá disponibilizar ao longo do jogo. Com uma liberdade de exploração dos mapas tridimensionais, é-nos apresentado ainda o básico sobre a movimentação de Super Mario e algumas das suas habilidades. No entanto, este primeira secção apresenta-nos ainda um outro pormenor … ou melhor, por-maior… que vai ser importantíssimo ao longo do jogo: o Cappy.

Com a ajuda da Odyssey, uma nave especial, Super Mario arranca desta forma a sua aventura na tentativa de resgatar Peach (e a princesa do Reino dos Chapéus) das mãos do Bowser.

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O jogo apresenta ao jogador uma sucessão de Mapas (Mundos) os quais temos de ir completando de forma a desbloquear o(s) próximo(s). Simples mas eficaz.

A ideia base do jogo consiste em limpar cada Mundo da presença dos capangas de Bowser até conseguir salvar Peach. Em cada Mundo existe a necessidade de apanhar um certo numero de Luas (que são o combustível da Odyssey). Com o combustível certo e podemos levantar voo até ao próximo, mas não sem antes derrotar um boss num combate que tanto tem de divertido como de exigente.

Cada Mundo por onde passamos existem dezenas de Luas para serem colectadas e, na maior parte dos casos, encontram-se relativamente acessíveis (umas mais que outras). Aliás,o jogo, apresenta um nível de exigência que tanto agradará a “gregos como a troianos“, o que é bom. Tanto existem algumas Luas mais complicadas de apanhar, como existem muitas outras mais acessíveis. Na prática tanto dá para jogadores mais velhos e com maior destreza, como para mais jovens.

Mas não só. além das Luas visíveis no mapa, existem outras que nos são dadas após ultrapassarmos alguns obstáculos. Esta outra forma de obter Luas surge assim sob a forma de puzzles/tarefas que Mario tem de concluir, o que se torna num pormenor particularmente interessante pois permite a obtenção dessas novas Luas de uma forma não directa. É algo novo no Universo Mario.

Dito isto, pode-se dizer que o jogo não penaliza em demasia os que tenham mais dificuldades em apanhá as Luas pois existem sempre variadas formas de o fazer e é apenas necessário apanhar uma pequena quantidade para encher o depósito da Odyssey e partir para o próximo Mundo.

Mas, e falando dos Mundos de Super Mario Odyssey. Deixem-me dizer-vos que a riqueza visual e dinâmica de cada mapa encontra-se perfeitamente pensado e idealizado. Em cada Mundo, por mais variado que seja, existe vida, cor, inúmeros motivos de interesse. Alguns com os quais podemos interagir e outros meramente decorativos. Mas mais … além de tudo isso, existem ainda diversas arenas escondidas, passagens secretas ou mini-jogos à espera de serem descobertos.

Cada Mundo tem o seu estilo próprio (O Mundo do Lago, repleto de água, Donk City, uma metrópole, …) e cada Mundo apresenta uma loucura muito própria também. Para apreciadores de Super Mario e jogos Nintendo no geral é fácil sentimos-nos apaixonados por cada um desses Mundos por onde passamos e o facto de podermos continuar a explorar mais tarde é um must. É extremamente fácil darmos por nós a vaguear apenas para observar os fantásticos detalhes que abundam.

E isto é extremamente importante pois, com a dinâmica de open-world de Odyssey e com tanta diversidade e quantidade de pontos de interesse, leva o jogador a querer experimentar constantemente novas e loucas formas de interagir.

Para isto ajuda também um outro factor. Odyssey não apresenta um sistema clássico de numero de vidas. Quando Super Mario morre, apenas perdemos algumas moedas (extremamente abundantes, chegando a haver moedas debaixo das pedras, literalmente) para fazer respawn. Dessa forma o jogador sente-se constantemente impelido a investigar ainda mais. E recompensa largamente quem o faz.

O lema é “se posso lá chegar, vou experimentar”. E sabe tão bem!

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Dada a abundância de actividades, acções, interacções possíveis, pode acontecer, por vezes, que o jogador se perca temporariamente sobre o que fazer a seguir. Não há problema … novamente, o jogo apresta-se de imediato em fornecer dicas ou pistas que nos colocam de novo no caminho certo. Existem em qualquer momento NPCs espalhados pelos mapas com os quais podemos interagir e que nos apontam a direcção certa.

Este nível de ajuda pode ser considerado por muitos como um facilitismo exagerado mas, não nos podemos esquecer que este é um jogo para toda a familia e isto ajuda-o a tornar-se acessível a todos, dos mais graúdos aos mais miúdos.

Um pormenor ainda, é o facto de cada mapa possuir uma moeda própria que vamos apanhando durante a nossa exploração e que pode ser usada (apenas nesse mapa) para adquirir itens e acessórios que podem ser úteis para a passagem para o próximo Mundo.

Mas, falemos um pouco de Super Mario. Não há muito por dizer acerca do canalizador mais conhecido do Mundo. Nesta sua aventura da Switch, Super Mario aparece mais leve. Não sei bem como explicar .. talvez mais liberto de amarras e mais louco. Controlar Super Mario é tão ou mais divertido como sempre e as suas capacidades atléticas mantém-se inalteradas. Super Mario continua a poder saltar (duplos saltos, triplos saltos, backflips,…), correr que nem um louco, rebolar como um bicho de contas maluco, saltar e esmagar cogumelos… enfim, toda a loucura a que nos tem habituado ao longo dos anos.

No entanto, Em Super Mario Odyssey surge uma novidade (talvez a maior de todas) que mencionei ao de leve no inicio. Trata-se do aparecimento de Cappy, um chapéu falante capaz de mudar de aparência e que transforma toda a experiência de jogar Super Mario em Odyssey.

Apesar do jogo ser de Super Mario, creio que não ficará mal dizer que Cappy transforma-se na estrela da companhia.

O Cappy é, em Super Mario Odyssey um personagem próprio, com muito do jogo a depender da sua acção. Estamos a assistir a um nascimento de algo. Resta saber o caminho que vai levar este parto no futuro.

Cappy, que nos é entregue no primeiro Mundo por onde passamos (o dos Chapéus Falantes) é então um personagem com personalidade e vida própria. Com o aparecimento de Cappy, Super Mario acaba por ganhar um vasto leque de acções novas que transformam de forma super positiva a jogabildiade do jogo. Esta é uma autêntica lufada de ar fresco à série.

A função mais imediata de Cappy é, como será de esperar, a de ser usado como arma de arremesso. No entanto, Cappy pode ainda ser usado como uma plataforma rodopiante para a qual podemos saltar e usar como trampolim para atingir pontos inacessíveis.

Por fim, o Cappy apresenta ainda uma outra característica, quiçá a mais importante, que é a possibilidade de “capturar” um personagem qualquer do jogo. Por exemplo, podemos lançar o Cappy para um Goomba e tomar assim controlo do Goomba. Esta é uma das características mais importantes do jogo, pois permite interacções distintas com os Mundos por onde passamos e permitindo inclusive novas tácticas a empregar durante o jogo. Por exemplo, no Mundo do Lago, podemos capturar um peixe e assim deixar de estar condenados a morrer afogados após algum tempo.

Os ataques com o Cappy são variados e com o recurso aos Joy-Cons podemos fazer lançamentos quase manuais e com efeitos. Ok, talvez não seja bem assim mas … quase. Aliás, devo indicar aqui que ao longo da aventura tanto usei os Joy-Cons separados como o Hand Grip.

Algo que considerei um pouco chato ao longo do jogo foi o sistema de pontaria que nem sempre consegue ser certeiro e correto em relação aos nossos “lançamentos”. Ao se lançar o Cappy num lançamento frontal é fácil errarmos por muito pouco os adversários. Contudo, existem sempre diversos outros ataques que rapidamente corrigem esses problemas (como por exemplo o lançamento do Cappy em espiral que o faz voar em espiral em nosso redor).

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Não gostaria de terminar sem mencionar dois pontos finais. Por um lado os efeitos sonoros e arranjos musicais que se encontram ao mais alto nível de Super Mario. Por outro lado, gostaria de referir uma das features de Odyssey que mais foi badalada antes do jogo ser lançado. Refiro-me à possibilidade de, em determinadas zonas de jogo, a jogabilidade passar do 3D para o 2D clássico dentro duma parede. Não é um efeito novo mas que se encontra estupendamente aproveitado em Super Mario Odyssey, é inegável. Até o som faz lembrar essas primeiras aventuras de Super Mario nas 8bits.

Finalmente, terminar apenas referindo que mesmo quando acabamos um Mundo, há muito mais para descobrir ou coleccionar. É impressionante a quantidade, qualidade e diversidade de interacções que a Nintendo incluiu em cada Mundo. O jogo parece que, tem vida própria e que quer que estejamos continuamente a ser alimentados por novos motivos de interesse.

Veredicto

O Melhor Super Mario até à data. Facilmente recomendável para todos os que gostam e não gostam de Super Mario.

Super Mario Odyssey

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