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Análise: Street Fighter 5 (PS4)

Não é tarefa fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre os míticos jogos de combate “old school” e os mais modernos, mas Street Fighter 5 lida com isso de forma bastante balanceada e com grande estilo. No entanto, quando comparado com características de outros jogos relativamente modernos, o titulo deixa a desejar.

Street Fighter 5 usa os trunfos cultivados pela franquia há já duas décadas e dá-lhes uma nova vida, fluxo e dinamismo comparativamente ao ultimo jogo. Começando pelo V-Skill que, estrategicamente proporciona uma vantagem tática específica a cada personagem, permitindo mudar o rumo do combate quando bem utilizado. Essa vantagem deve ser bem aproveitada porque, para alem de receber dano, a única forma de carregar o V-Trigger é mesmo aplicar corretamente o nosso V-Skill. V-Trigger que é outra nova, poderosa característica do jogo, única para cada personagem onde podem ser simples golpes, como combinações complexas ou até power ups temporários. Em suma, o V-System é um excelente sucessor do Ultra meter do anterior título.

Outra característica positiva deste titulo é o seu elenco. Somos prendados com 4 personagens que já não estavam presentes há algum tempo e bastante aguardados, 4 personagens estreantes e 8 icónicos personagens há muito adorados pelos fãs. A jogabilidade de alguns personagens, fazem com que pareçam ter sido reinventados, enquanto outros são muito mais familiares. Encontrar a dinâmica certa de cada personagem em conjunto com a nossa forma de jogar, é para mim o segredo do jogo, isto porque há personagens que se encaixam melhor em estilos ativos, bem como outros em reativos.

Dito isto, não só o elenco é bom do principio ao fim, como também estão customizados a um nível muito mais elevado que os anteriores títulos. Em Street Fighter 5 nota-se claramente que foi dedicado imenso tempo ao “tuning” dos personagens e dos seus estilos. A Capcom parece ter dado ouvidos às criticas apontadas a Street Fighter 4, como por exemplo a facilidade de jogar apenas no solo usando técnicas defensivas. Já não é possível ficar invulnerável ao usar a esquiva para trás, é agora possível dominar o nosso oponente usando somente o timing e espaço do ataque. Isto é claramente uma oportunidade para abrir o leque de personagens usados, nomeadamente os mais rápidos como Cammy e Karin, assim cada estilo de jogo é igualmente recompensado.

Mas não ficamos por aqui. Os Knockdowns que duravam imenso tempo estão também ultrapassados, agora sempre se somos arremessados, por exemplo, podemos recuperar quase imediatamente. Quando no chão, podemos escolher três formas distintas de nos levantarmos, o que significa que decifrar o próximo movimento do adversário não vai ser tão fácil como antes. A única forma de faturar um hard knockdown, é mesmo a rasteira em contra ataque, mas mesmo isso está de tal forma trabalhado para que seja equilibrado, que é sempre um risco usar.

Tendo tudo isto em consideração, é difícil perceber e aceitar algumas falhas em Street Fighter 5. A maior, talvez, seja o facto de não existir a possibilidade de jogar contra o CPU no típico modo arcade. Sim, isto é incrível mas não há modo versus CPU nem modo Arcade. Existe sim o modo sobrevivência e um modo historia, ainda que estranhamente curto, apenas limitado a combates 1vs1. Infelizmente Street Fighter 5 tem muito pouco a oferecer em modo single player.

Já o modo de treino é brutal, talvez o melhor que já joguei. As ferramentas de gravação e reprodução estão muito bem conseguidas e são uma ajuda preciosa para a evolução do nosso jogo. A experiência online é também um marco positivo. O matchmaking é correto e balanceado. Somos continuamente informados sobre combates que estão para acontecer e os quais podemos participar, sendo que quando terminamos, somos automaticamente colocados onde estávamos anteriormente. Também é possível e fácil, encontrar e partilhar gravações de outros combates e usar as vastas estatísticas fornecidas, para estabelecermos um termo de comparação entre combates.

Veredicto

Street Fighter 5 é um jogo que foi feito à medida de um jogador comum que queira iniciar-se em jogos de combate. No entanto e por mais épica que seja a franquia, não podemos tapar os olhos ao quão pouco este título acrescenta a este tão adorado estilo de jogo. Com trunfos como um vasto e bom plantel de personagens, mecânica de jogo balanceada e uma excelente experiência online revestida de um aspeto gráfico brilhante, resta dizer que apenas faltava algum conteúdo, que jogadores mais imbuídos neste tipo de jogo, com certeza sentiram falta.

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