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Análise: Samsung Galaxy Z Fold3, quando os dobráveis precisam de encontrar o seu lugar…

Os smartphones dobráveis estão a criar o seu espaço no mercado dos smartphones. Segundo a Samsung, não são alternativas aos modelos tradicionais. São, sim, um novo segmento que irá responder a outras necessidades. O Samsung Galaxy Z Fold3 é o mais recente lançamento da empresa que apresenta melhorias significativas em termos de construção face à versão anterior. Há, no entanto, muitas reticências quanto à efetiva utilidade destes produtos e vantagens face aos smartphones tradicionais de topo.

Depois de alguns dias a utilizar intensivamente o novo Samsung Galaxy Z Fold3, hoje apresentamos algumas considerações pertinentes e mostramos as grandes vantagens e desvantagens deste produto de luxo da Samsung.


O Samsung Galaxy Z Fold3 foi apresentado em agosto, ao lado do Galaxy Z Flip3. Estes são os dois smartphones dobráveis mais recentes da empresa, sendo que se apresentam de forma diferente, um em livro, outro em concha, mas ambos vêm mostrar que os ecrãs dobráveis vieram para ficar.

No entanto, o caminho para conquistar o público é longo. O Galaxy Z Fold3 é um dispositivo de luxo, e esta versão mostra uma grande evolução nesse sentido.

As especificações gerais do Samsung Galaxy Z Fold3

O Samsung Galaxy Z Fold3 apresenta-se com dois ecrãs Dynamic AMOLED 2X, sendo que o principal (dobrável) é de 7,6″, com resolução 2208 x 1768 píxeis, e o ecrã exterior é de 6,2″ e tem uma resolução de 832 x 2268 píxeis.

A grande novidade deste ecrã principal, prende-se com o facto de já suportar interação com a S Pen, o que torna esta máquina ainda mais produtiva.

O smartphone pesa 271g, o que um peso consideravelmente elevado se pensarmos num “smartphone”, no entanto, se pensarmos num tablet de 7/8″ vamos ter uma peça mais leve. Aberto mede 158,2 x 128,1 x 6,4 mm e fechado 158,2 x 67,1 x 16,0~14,4 mm. Em termos de design há que destacar que é resistente a água com classificação IPX8.

O processador que o equipa é o Qualcomm Snapdragon 888, pelo que se garante um excelente desempenho, graças também aos 12 GB de RAM. Há ainda duas versões de armazenamento interno disponíveis para o mercado nacional, uma de 256 GB e outra de 512 GB.

O Samsung Galaxy Z Fold3 vem com 5 câmaras. O módulo principal conta com três, uma grande angular, uma ultra grande angular e há ainda uma teleobjetiva, todas elas de 12 MP. As câmaras frontais estão posicionadas nos ecrãs, há uma de 10 MP no ecrã exterior e há outra de 4 MP no ecrã interior.

Esta câmara de 4MP é uma novidade da Samsung, uma vez que apresenta a tecnologia UDC – under display camera – apresentando, assim, imagem na área da câmara.

Os dois ecrãs e o suporte à S Pen

Os dois ecrãs do Samsung Galaxy Z Fold3 integram tecnologia Dynamic AMOLED 2X garantindo uma excelente reprodução de cores e de conteúdos. No entanto, o ecrã principal, tem uma proteção que não permite que a experiência em ambientes com muita luz seja a mesma que com o ecrã exterior.

O ecrã de 6,2″ tem um vidro protetor Corning Gorilla Glass Victus, sendo esta a proteção mais elevada atualmente utilizada nos ecrãs dos smartphones de topo. É, por exemplo, resistente a quedas até 2 metros e muito resistente a riscos.

Outra particularidade deste ecrã prende-se com o facto de ocupar a quase totalidade do painel frontal exterior, com margens reduzidas. A experiência de utilização é praticamente igual à de um smartphone comum, ainda que a apresentação do conteúdo seja mais estreita.

O ecrã de 7,6″ tem um Vidro Ultrafino Samsung, que representa o maior salto na tecnologia de ecrã dobrável da própria Samsung. Com a adição de uma camada de painel e película protetora, é 80% mais durável do que antes. É visível o salto em termos de qualidade que este ecrã tem face ao seu antecessor e já foi comprovado por especialista da área que levam os testes de resistência ao limite.

Além disso, o ecrã apresenta mais novidades. Tem agora suporte à S Pen, ainda que não venha incluída no smartphone já é uma grande vantagem. Com o fim da linha Note (esta não é uma informação oficial, mas as evidências apontam para tal), é provável que o próximo dobrável já venha então com um espaço próprio para integrar a caneta e sem obrigar à aquisição desse acessório. Neste teste não nos foi fornecida nenhuma caneta para comprovar a sua potencial melhoria na produtividade.

Há que referir que a dobradiça garante uma confiança na utilização do smartphone, sem haver receio de danificar, como senti com a primeira versão do smartphone. Além disso, o vinco no ecrã, apesar de evidente, não é tão vincado quanto nas versões anteriores.

A câmara escondida no ecrã

Este ecrã tem ainda a particularidade de trazer a primeira câmara sob o ecrã. Ou seja, a câmara é aparentemente escondida por píxeis que revelam a imagem do ecrã, sem que haja uma perturbação na visualização do conteúdo, por um ponto preto no ecrã.

A verdade é que se a Samsung quer avançar com este tipo de tecnologia para os seus topo de gama, ainda tem um longo caminho a percorrer. Tanto do lado da tecnologia de píxeis naquela área, quanto da própria captação de fotos.

Quando estamos perante uma imagem preta, os píxeis no ecrã OLED estão desligados e, portanto, como se pode ver na imagem acima, a zona da câmara parece ser uma das comuns, com câmara a perfurar o ecrã. No entanto, quando a imagem tem cor, os resultados não são propriamente extraordinários, como se pode ver pelas imagens abaixo.

Ainda assim, a experiência de visualização tem melhorias significativas quando comparado com as imagens que aprecem com um ponto preto que acaba sempre por desviar a atenção.

E os resultados das imagens captadas pela câmara?

Em primeiro lugar há que considerar que esta é uma câmara de apenas 4 MP, pelo que, só por aí, não se podem esperar resultados ao nível de um topo de gama. Adicionalmente, existe a questão de todo o painel que está sobre a câmara, o que acaba por piorar a situação.

Mas será esta uma câmara para selfies?

Não, de todo. O smartphone permite tirar selfies de qualidade com a câmara grande angular de 12 MP, tem ainda uma outra câmara frontal de 10 MP. Não faz sequer sentido estar a utilizar esta câmara para fotos.

Esta câmara serve, portanto, de forma muito competente para chamadas com vídeo. Nesse parâmetro, a câmara cumpre de forma exemplar o seu propósito.

As selfies com o Samsung Galaxy Z Fold3

Através da app câmara é possível captar selfies com todas as câmaras disponíveis. Tal como já foi referido, a câmara de 4MP não será a mais indicada para tal, mas existem as outras e aí os resultados são muito bons.

Além da câmara frontal de 10 MP, posicionada no ecrã exterior, ao abrir o smartphone, é possível captar selfies com a câmara principal, a olhar para o resultado no ecrã exterior.

Desta forma, as fotografias de retrato irão ganhar uma qualidade elevada, sem necessidade de passar o smartphone para outra pessoa ou de ter que o deixar nalgum suporte.

Mas vejamos alguns resultados. A primeira foto foi tirada com a câmara de 4MP, a segunda com a de 10 MP e a terceira com a câmara principal.

A câmara fotográfica do Samsung Galaxy Z Fold3

Além das selfies, esta app dedicada à câmara tem algumas funcionalidades extra, considerando o ecrã dobrável que tem e a própria área de ecrã. Permite, por exemplo, colocar a previsualização das imagens captadas ao lado do ecrã do obturador, de forma a rever aquilo que foi fotografado com maior detalhe.

Com o ecrã dobrado, a parte do ecrã do lado oposto da câmara fica com a imagem que está a ser captada e, do outro lado, aparecem todas as funcionalidades de captação associadas, bem como uma pré-visualização da última imagem fotografada.

Sem dúvida alguma que, para criadores de conteúdo multimédia, para fotografos ou vidiógravos, que estas são algumas das funcionalidades com grande utilidade na app câmara do Z Fold3.

As imagens captadas não carecem de grande comentário, uma vez que são de qualidade de topo e os resultados em vários ambientes são bastante bons. Veja alguns exemplos.

O desempenho e a interface de um dobrável

O Samsung Galaxy Z Fold3 vem equipado com Android 11 e com OneUI na versão 3.1.1. A experiência é basicamente a mesma que se tem com qualquer outro smartphone Samsung, com a vantagem de ter um ecrã de grandes dimensões.

Algumas das apps da Samsung estão muito bem adaptadas a este ecrã, mas a maioria das apps de terceiros carecem de atualizações profundas, para oferecer uma boa experiência de utilização.

O facto de se estar no ecrã exterior, abrir o smartphone e ter tudo adaptado ao grande ecrã é uma das vantagens.

Em termos de desempenho, tudo funciona com grande fluidez, ao nível de um topo de gama. Pequenos bugs que foram aparecendo são, claramente motivados pelo facto de ter utilizado uma versão de testes, como já é habitual.

O smartphone tem como sistemas de segurança o reconhecimento facial, que apenas recorre à câmara para o desbloqueio, e tem sensor de impressões digital na lateral, que funciona de forma bastante eficaz.

Em termos de autonomia, acabei por me surpreender uma vez que até em dias de testes mais intensivos, foi possível chegar ao fim do dia com alguma carga. De relembrar que a bateria tem capacidade de 4400 mAh e tem carregamento a 25W, carregamento sem fios a 11W e carregamento reversível a 4,5W. A caixa apenas vem com o cabo USB Tipo-C, tendo que adquirir um carregador à parte ou utilizar um que já tenha em casa.

A qualidade de som reproduzida é muito boa e o grande ecrã conjudado com o som permite ter uma experiência de visualização de vídeos muito interessante.

Adicionalmente, o smartphone oferece Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac/6e, Bluetooth 5.2, tem sistema de navegação, NFC e integra os sistemas Bixby, Samsung DeX e Samsung Pay.

Em resumo

O Samsung Galaxy Z Fold3 é, sem dúvida, a melhor máquina dobrável que a Samsung já criou. Este smartphone teve uma melhoria extraordinária na tecnologia do ecrã dobrável e isso é notório logo que se agarra nas mão e se abre pela primeira vez.

O desempenho, a qualidade fotográfica, as funcionalidades nativas e o suporte à S Pen são todos fatores muito positivos. No entanto, os dobráveis precisam de encontrar o seu lugar…

As aplicações do sistema já estão adaptadas ao universo dobrável. Mas o mundo Android vai muito além disso e, o que pude constatar, é que as apps mais populares ainda não estão adaptadas a esta nova realidade e, por isso, a experiência de utilização em ecrã aberto, acaba por ficar prejudicada.

Em ecrã fechado, a única crítica a fazer é ao peso do equipamento que é quase impossível de usa com uma só mão, como estamos habituados a fazer com um qualquer smartphone.

O preço do Samsung Galaxy Z Fold3 é de 1.859,90 € para a versão de 12 GB + 256 GB. A versão de 512 GB custa 1.959,90 €. De relembrar que a Samsung abriu uma nova possibilidade aos seus clientes de terem acesso a esta máquina. Agora, ao invés de uma compra efetiva, o utilizador pode optar por alugar o smartphone a partir de 72,70 € já com seguro incluído, o que poderá acabar por compensar.

O Pplware agradece à Samsung a cedência do Samsung Galaxy Z Fold3 para análise.

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