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Análise: Resident Evil 3 (Xbox One)

O survival horror da Capcom está de volta, praticamente um ano após o lançamento do remake de Resident Evil 2. Trata-se de um jogo que soube respeitar os pergaminhos do original e, ao mesmo tempo, atualizar-se para os tempos modernos. Voltou assim a repetir o sucesso comercial e de boas críticas do original lançado em 1998.

Resident Evil 3 está aí e o Pplware já experimentou.


A empresa japonesa voltou a pegar nesta fórmula vencedora e aplicou-a em Resident Evil 3: Nemesis, a sequela direta do segundo jogo da série. Dessa forma, as diferenças para o original começam logo a manifestar-se no nome, uma vez que o jogo perde o subtítulo de Nemesis, que é “só” o gigante monstro que nos persegue durante o jogo todo.

Fiquem com a nossa análise e a saber se as diferenças para o original se ficaram pela remoção do subtítulo ou se foram feitos outros ajustes a este relançamento.

Resident Evil 3 tem muito do seu antecessor

Se é verdade que o jogo é uma sequela, não é menos verdade dizer que a história decorre em paralelo à história de Resident Evil 2, com a diferença de que aqui vamos assumir os papéis de Jill Valentine e Carlos Oliveira, tal como acontecia na versão original.

Se acompanham a história de Resident Evil, sabem que Jill Valentine é um membro da força especial S.T.A.R.S. e que foi uma das protagonistas do primeiro jogo da saga, cuja história se centrava numa mansão cheia de zombies e outras criaturas. No desenlace, é descoberto que os responsáveis por tal acontecimento foi a Umbrella Corporation, através de um vírus chamado T-Virus, e agora, passados dois meses esse mesmo vírus atinge a Racoon City.

Determinada a expor a Umbrella Corporation, Jill vê o seu trabalho interrompido, não só pelo caos que ocorre na cidade, mas também por uma monstruosidade apelidada de Nemesis, uma criação da Umbrella para eliminar todos os membros da S.T.A.R.S., este será sem dúvida o maior obstáculo durante todo o jogo, tal como o foi durante o original.

É durante uma fuga que conhecemos o outro protagonista do jogo, Carlos Oliveira, um membro da U.B.C.S., uma força especial criada pela própria Umbrella para salvar pessoas em situações de pandemia. Como podem imaginar, o verdadeiro objetivo desta força especial não é esse, mas sim para a Umbrella determinar e estudar como os mutantes especiais se comportam em confronto contra pessoas treinadas para a guerra.

A dinâmica entre os dois personagens é imediata, e ambos concordam em ajudar-se mutuamente para tentar salvar o maior número de pessoas possível, tarefa que se vai tornar extremamente difícil quando anda um monstro enorme e rápido atrás de nós.

A história e o remake

A história é a mesma do original, mas, infelizmente, os momentos de escolha foram completamente eliminados neste remake. Essas escolhas, apesar de não alterarem a história de forma radical, alteravam a forma de como algumas cenas se desenrolavam, o que incentivava a jogar novamente para ver todos os cenários. Outra alteração para o original foi a remoção de algumas zonas icónicas, como a Clock Tower e o cemitério.

Na parte da jogabilidade, podem contar com todos os melhoramentos verificados no remake de Resident Evil 2. Tais como: a câmara na terceira pessoa em vez de uma câmara fixa, possibilidade de apontar e andar ao mesmo tempo, o que permite disparar para zonas especificas do corpo, de forma a desmembrar os zombies.

Tal como no original, também foi incluído a mecânica de esquivar, que é bastante útil nos vários confrontos com o Nemesis, mas com um melhoramento significativo. Ou seja, se for efetuado no timing certo, acionamos um “slow motion” que nos garante um curto período para apontar com mais precisão aos inimigos.

Personagens e armas

No decorrer do jogo vamos ter de jogar com os dois protagonistas e ambos são idênticos na forma de jogar, sendo a única exceção as armas que têm no arsenal. Os dois têm a pistola e a faca, mas a Jill tem como armas exclusivas a caçadeira, a Magnum e o lança-granadas, enquanto o Carlos tem apenas a metralhadora.

Como dito mais acima, a história decorre em paralelo à de Resident Evil 2, e isso é fácil de perceber na visita à estação da polícia quando jogamos com o Carlos Oliveira, que é a mesma que exploramos com a Claire e o Leon. Claro que aqui é uma versão mais limitada na estação, onde não temos acesso a grande parte dos corredores e salas, e claro, não vamos encontrar o famoso Mr. X. Para além da estação, vamos poder explorar o hospital, um quarteirão de Racoon, os esgotos e o laboratório da Umbrella.

O jogo é claramente mais virado para a ação do que o original e a prova disso é a falta de puzzles, que caracterizam a série Resident Evil e que marcavam presença no original, o mais parecido com um, é quando temos de ligar a linha do metro, mas é tão óbvio e fácil que dificilmente se pode considerar isso um puzzle. Em troca da falta de puzzles temos mais zombies para combater, são muitas as vezes em que podemos enfrentar grupos de zombies, algo que acontecia com frequência no original nem em Resident Evil 2.

O detalhe gráfico

Graficamente o jogo mantém o visual e estética de Resident Evil 2, uma vez que usam o mesmo motor de jogo, o RE Engine. Os modelos dos personagens continuam bastante bons, em especial destaque todas as formas de Nemesis, com os detalhes grotescos a fazerem deste inimigo um verdadeiro pesadelo vivo.

Infelizmente os zombies “normais” parece que utilizam os mesmos modelos que já existiam em Resident Evil 2, o que faz sentido tendo em conta que se passam na mesma cidade, mas se calhar não tinha sido mau adicionarem novos modelos.

Originalmente, o desempenho do jogo apresentava alguns problemas na versão da Xbox One X, onde a framerate era bastante instável a troco de uma resolução que aparentava estar perto dos 4K. No entanto, à data desta análise saiu uma atualização que coloca a versão da Xbox One X a uns estáveis 60 frames por segundo. Mas claro, a resolução baixou e a imagem não é tão definida. Infelizmente, não é possível escolher o modo preferencial, caso prefira resolução à performance, onde a única maneira é apagar a atualização.

Veredicto

No geral, e apesar de perder algumas coisas para o original, este remake está bem conseguido como um jogo de ação na terceira pessoa, com uma boa história, cinemáticas incríveis e excelente jogabilidade. Só peca na longevidade, uma vez que há poucos motivos para voltar a passar a campanha, que dura pouco mais de seis horas a completar.

Resident Evil 3

Artigo escrito por Ricardo Correia.

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