O segmento dos smartphones está em constante evolução e nos próximos anos vamos ver os dobráveis como um hábito de consumo. No entanto, neste momento, a oferta ainda é bastante limitada, mas já não há marca que esconda o seu interesse por estes dispositivos, onde a OPPO surge como a mais recente entrada mundo dos smartphones dobráveis.
Ainda que não esteja já disponível para Portugal, o OPPO Find N foi-nos cedido para uma primeira análise.
O OPPO Find N foi lançado em meados do mês de dezembro como o primeiro smartphone dobrável da marca OPPO, dirigido, para já, ao mercado chinês. Não sabemos se esta máquina será uma realidade em Portugal, mas a verdade é que já é uma porta de entrada da fabricante ao novo segmento.
Ainda assim, a OPPO forneceu-nos uma unidade para testes para que pudéssemos avaliar, essencialmente, a qualidade de construção e a usabilidade.
Antes de tecer qualquer opinião é importante falar de especificações.
Especificações gerais do OPPO Find N
O OPPO Find N apresenta-se com um ecrã frontal AMOLED de 5,49″ com uma proporção de 18:9 e resolução de 988 x 1972 píxeis. O ecrã dobrável é de 7,1″ com resolução de 1792 x 1920 píxeis. O ecrã dobrável tem tecnologia LTPO AMOLED, com uma taxa de atualização de 120Hz, HDR10+, e um brilho máximo de 1000 nits.
Vem equipado com Android 11 e interface de utilizador ColorOS 12, mas sendo uma versão de testes, foi fornecida com ROM chinesa. A máquina tem duas versões de 8 e 12 GB de RAM com 256 e 512 GB, respetivamente. O processador que o equipa é o Snapdragon 888 5G da Qualcomm.
No total, o smartphone vem com 5 câmaras, sendo que três fazem parte do módulo principal e as outras duas estão alocadas a cada um dos ecrãs. O módulo de câmaras principal tem então uma grande angular de 50 MP, uma telefoto de 13 MP e uma ultra grande angular de 16 MP.
As outras câmaras são iguais, de 32 MP de 26 mm, com abertura f/2.4. Permitem fazer vídeo a 1080p a 30fps. A câmara principal grava a 4K a 30 e 60 fps ou 1080p a 30/60/120 fps.
Vem equipado com tecnologias Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac/6, Bluetooth 5.2, tem NFC, altifalantes em stereo, sensor de impressões digitais na lateral e, depois, conta com todos os sensores habituais necessários à utilização do smartphone.
A bateria é de 4500 mAh, carrega a 33W com fio e sem fio a 15W. Permite ainda carregamento reverso, ou seja, carregar sem fio outros dispositivos, a 10W.
Construção e Design
O OPPO Find N surge como uma máquina dobrável e são os pequenos pormenores à volta dessa característica que mais curiosidade nos trazem.
Em primeiro lugar há que olhar para a dimensão. Falamos de um smartphone que pesa 275g e que, aberto mede 132,6 x 140,2 x 8,0 mm, como um pequeno tablet, e fechado mede 132,6 x 73 x 15,9 mm. Apesar de fechado se tornar um pouco grosso, a verdade é que pode ser facilmente colocado no bolso das calças ou até nos bolsos dedicados a este tipo de dispositivos em mochilas e malas.
Como comparação, o Z Fold 3 da Samsung tem mais alguns centímetros de comprimento (158,2 x 67,1 x 14,4-16 mm), e isso acaba por ser mais desconfortável principalmente para colocar o smartphone no bolso e a proporção do ecrã frontal também acaba por ser desajustada à forma como as aplicações estão desenhadas.
A dobradiça – como funciona a estrutura de flexão?
A Articulação de Flexão do OPPO Find N tem 136 componentes com uma elevada precisão de até 0,01 mm, “garantindo que a articulação funciona tão bem como as articulações do corpo humano”, segundo indica a própria fabricante.
O design da articulação em forma de gota de água única da OPPO resolve alguns dos maiores problemas dos dispositivos dobráveis ao alargar o ângulo da dobra do ecrã e oferecer um amortecedor quando o ecrã se dobra, resultando num vinco mínimo que chega a ser até 80% menos percetível em comparação com outros dispositivos, de acordo com a TUV.
O design também elimina praticamente a fenda entre os ecrãs quando dobrado, oferecendo um aspeto mais integrado e protegendo melhor o ecrã interior contra riscos. O ecrã Serene pode ser dobrado mais de 200.000 vezes praticamente sem vincos.
A estrutura de Flexão permite que o dispositivo se mantenha de pé quando desdobrado em qualquer ângulo entre 50 e 120 graus. Em conjunto com uma gama de funcionalidades de software que tiram partido do ecrã dobrável, o modo FlexForm do OPPO Find N oferece aos utilizadores a flexibilidade de adaptar o dispositivo a um vasto leque de cenários de utilização.
Mas não há mesmo vincos?
É importante perceber que neste tipo de smartphones, atualmente, não se pode esperar um ecrã completamente plano, depois de aberto. Apesar do vinco não ser tão pronunciado como já vimos nos primeiros dobráveis que surgiram no mercado, há sim, um vinco visível. No entanto, não é um vinco que perturbe a utilização, principalmente a ver conteúdo multimédia.
Os ecrãs
O ecrã dobrável do OPPO Find N tem tecnologia LTPO AMOLED e 7,1″, com resolução de 1792 x 1920 píxeis. Adicionalmente, oferece uma taxa de atualização de 120Hz, HDR10+, e um brilho máximo de 1000 nits.
Este ecrã apresenta uma proporção de 8,4:9 e o conteúdo pode ser tanto visto na horizontal quanto na vertical.
O ecrã exterior tem tecnologia AMOLED de 5,49″ com uma proporção de 18:9 e resolução de 988 x 1972 píxeis. O ecrã tem a proporção ótima para trabalhar como num qualquer outro smartphone comum, apesar de ser um pouco mais pequenos. Mas, assim, temos aplicações otimizadas, não há falta de conteúdo visível e ao abrir o smartphone, há depois todo um maior ecrã, caso haja essa necessidade.
Em termos de resolução e de experiência de visualização, ambos apresentam bons resultados. No entanto, dadas as exigências do ecrã dobrável, a experiência em ambientes de muita luz fica prejudicada.
As câmaras do OPPO Find N
O OPPO Find N vem equipado com 5 câmaras, sendo que duas são consideradas “frontais” ou câmaras para selfie. São câmaras posicionadas nos ecrãs, numa pequena perfuração, e são ambas de 32 MP de 26 mm, com abertura f/2.4. Permitem ainda fazer vídeo a 1080p a 30fps.
Em termos de resultados de imagens captadas, temos uma máquina bastante competente, capaz de apanhar muitos detalhes, mesmo em condições com luminosidade mais fraca.
Já o módulo principal vem com uma grande angular de 50 MP com abertura f/1,8 e com estabilizador ótico de imagem, uma telefoto de 13 MP com abertura f/2.4 e zoom ótico até 2x e, por fim, uma ultra grande angular de 16 MP (f/2.2) com ângulo de 123º.
A aplicação da câmara tanto se ajusta ao formato 18:9 do ecrã frontal, como ao 18,5:19 do ecrã alargado, como ainda ao ecrã posicionado em L, podendo o smartphone fotografar ou filmar assente numa superfície sem necessidade de apoio extra.
Os resultados são dentro do esperado para o hardware apresentado e para o próprio posicionamento do produto.
Um futuro de dobráveis…
O que vimos no OPPO Find N revela bem o caminho que o mercado dos smartphones, em geral, está desbravar, com grande mestria. Neste momento as fabricantes ainda estão a criar as necessidades aos utilizadores, enquanto vão melhorando as tecnologias desafiantes associadas aos dispositivos dobráveis.
Seguramente que dentro de um ou dois anos teremos propostas robustas não só em termos de estrutura. O software desenvolvido pelas várias empresas dedicado aos dispositivos móveis, está também ele a adaptar-se lentamente e esse é um ponto fundamental no desenvolvimento do segmento.
Quanto ao OPPO Find N, apesar das limitações de utilização devido ao sistema operativo, foi possível constatar que a fabricante conseguiu desenvolver um primeiro dobrável já bastante interessante, com uma estrutura de qualidade. O ecrã ainda necessita de uma maior evolução, para responder às exigências de visualização do consumidor de dispositivos de topo.
Algo que me agradou bastante foram as proporções de ecrã e o próprio espaço que ocupam na estrutura, sendo que o ecrã externo garante uma experiência de utilização completa com as aplicações devidamente ajustadas.
Tal como referido, esta versão do smartphone da OPPO não deverá chegar ao mercado ocidental, mas o caminho está a ser traçado para que no futuro possamos ter um OPPO Find N disponível para todos.
O Pplware agradece à OPPO a cedência do equipamento para análise.