Chegou no inicio do Verão a edição de 2018 de MotoGP, o simulador da competição de 2 rodas mais mediática a nível internacional e na qual pontua um português, Miguel Oliveira em MotoGP2.
O Pplware teve oportunidade de experimentar as altas rotações de MotoGP 18…
MotoGP 18 corresponde ao regresso deste ano da competição de veículos duas rodas mais frenética e conhecida do planeta. Desta feita a Milestone decidiu, numa jogada arriscada, ir um pouco mais além e remodelou o motor gráfico do jogo, que ficou a encargo do Unreal Engine 4.
Boas noticias, portanto! Todos conhecemos as capacidades e potencialidades do motor Unreal 4 e existem variados exemplos de jogos usando este motor gráfico com mestria.
Essa foi talvez a grande novidade de MotoGP uma vez, na sua essência, o jogo se manteve dentro daquilo que se estava à espera.
MotoGP 18 aposta essencialmente em dois aspetos. Por um lado aposta num Modo Carreira extremamente competente e empolgante que nos faz querer voltar vezes sem conta até sermos os melhores, e por outro lado, num online piscando o olho aos eSports.
O Modo Carreira permite ao jogador a criação do seu piloto novato e coloca-o na escada do sucesso, desde os primeiros degraus. O jogador começa a sua carreira como um desconhecido piloto no campeonato Red Bull Rookie MotoGP e, com o passar das épocas pode aspirar a ingressar em equipas de modalidades acima, até aspirar a chegar ao MotoGP.
Contudo tudo isto leva tempo e, além da época ser longa, o jogo exige bastante dedicação ao jogador. Pelo menos se o levarmos minimamente a sério. E isto por variados motivos.
Cada uma das 19 pistas (recriadas na perfeição e com recurso a drones para melhor detalhe) tem, como na realidade as suas próprias particularidades que obrigam o jogador a levar a sério cada performance, se quiser vir a dominá-las. Apesar de existirem variadas opções de personalização, é aconselhável fazer os dois dias de treino e a classificação antes da corrida. Isto pois, tal como disse, cada pista requer uma grande destreza e concentração mas também porque existe um sistema de clima dinâmico que pode levar a que os treinos tenham condições atmosféricas alternadas.
Outro dos fatores que levarão os jogadores a investir bastante no jogo (em especial os que queiram levar o jogo mais no caminho da simulação), é a simulação de física extremamente competente que a Milestone implementou nas motos. Cada uma das motos das diversas categorias tem as suas propriedades (as MotoGP são autênticos monstros) e dominá-las é extremamente complicado, mesmo com ajudas ativas. Até o simples movimento de inclinação do corpo tem a sua dose de influência.
Como já devem ter percebido, tido isto faz com que MotoGP 18 tanto pisque o olho aos jogadores mais hardcore, mas também o pisque a jogadores novatos sendo que, em nenhum dos casos desiluda.
Onde desilude isso sim, é em determinados momentos de pista. Seja pela migração de motor gráfico, seja por alguma pressa no desenvolvimento, MotoGP 18 apresenta problemas ao nível das fps quando em corrida. Existem ocasiões, claramente mais notórias em corridas à chuva em que se verificam autênticos engasganços no ecrã. Não é sempre mas… estão lá e isso, num jogo de simulação de condução é grave.
E é pena que isso aconteça pois o soberbo grafismo do jogo aliado à sensação de velocidade e potência das motos conseguem criar na maior parte das vezes, momentos de grande espectacularidade e adrenalina. A experiência é de tal forma que, tanto dá gozo participar nas corridas como depois assistir às repetições na integra.
Contudo existe ainda um outro problema que é complicado de aceitar levemente: os tempos de loading. Nos tempos que correm, é impensável tempos de loading entre cada sessão, durarem mais de 1 minuto.
O jogo imediatamente após o lançamento recebeu um mega update mas infelizmente estes problemas não ficaram resolvidos e fica a dúvida se alguma vez os venham a ficar.
Em relação aos restantes modos de jogo offline, além do Modo Carreira, existe ainda um Modo Grande Prémio, um Modo Time Trial e um Modo Campeonato, onde podemos pegar no nosso Miguel Oliveira e tentar fazer igual ao que ele se encontra a fazer na realidade.
Tal como referi ao inicio, e aproveitando o estado atual do gaming, MotoGP 18 apresenta ainda um Campeonato Online eSport que, quando se consegue ter sucesso (primeiro na conexão e depois nas corridas) consegue ser também empolgante. Este modo, não será de todo tão completo quanto os campeonatos online de F1 mas deixam boa impressão a quem deseja mostrar que é o melhor sobre as duas rodas.
Um dos pormenores que ainda não mencionei foi a tradicional existência de diversos modos de camera durante a corrida. Desde o tradicional posicionamento na terceira pessoa, ao posicionamento ao nível do guiador, existem variadas opções. Cada qual apresenta um nível de espectacularidade diferente muito ajudado pela capacidade gráfica do Unreal 4. Devo, no entanto confessar que a perspetiva de vista pelos olhos do piloto é extremamente complicada de manusear. Um verdadeiro desafio. E isto ainda melhora se tentarmos jogar sem mudanças automáticas, sem ajudas de controlo, …
Palavras finais para o capitulo sonoro que está simplesmente assombroso. Tanto em redor do asfalto com as reações entusiasmadas do publico mas principalmente quando nos encontramos ao comando de um monstro destes de 1.000cc e damos aquela aceleração inicial, até parece que os pelos dos braços se eriçam.
Não fossem os desesperantes tempos de loading e as insuficiência ao nível dos fps durante algumas corridas e MotoGP poderia bem ter ido muito mais longe. O uso do motor gráfico Unreal Engine 4 recria de forma espetacular o que se passa no asfalto assim como os vários modos trazem diversidade ao jogo, onde o Modo Carreira tem particular destaque, sendo extremamente viciante e entusiasmante.
Com um sistema de ajudas robusto e flexível, o jogo consegue ser atrativo quer aos fãs mais acérrimos do desporto motorizado sobre duas rodas, quer aos principiantes.