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Análise: iPhone 8 Plus

No passado mês de setembro, no dia 12, a Apple estreou casa nova e lançou 3 novos iPhones: os já esperados iPhone 8 e iPhone 8 Plus e o iPhone X (dez), a edição comemorativa dos 10 anos de iPhone.

Agora chega o momento de ver o que estes modelos valem e, enquanto o iPhone X não chega, mostramos-lhe tudo sobre o novo iPhone 8 Plus.


Características Gerais

Os iPhone 8 e 8 Plus apresentaram-se ao mercado como uma evolução natural dos antecessores 7 e 7 Plus, onde as diferenças em termos de design se encontram essencialmente na traseira, agora também em vidro.

O iPhone 8 Plus tem um ecrã de 5,5″ que ocupa uma área do painel frontal de, aproximadamente, 67,4%, um valor longe daquilo que a concorrência está a oferecer e daquilo que o próprio iPhone X apresenta (82,9%). Este ecrã tem uma resolução de 1080 x 1920 píxeis, numa proporção 16:9.

O processador é o grande trunfo da Apple, estando a conseguir apresentar os melhores resultados a nível de desempenho do mercado. É o Apple A11 Bionic, com coprocessador de movimento M11 integrado e sistema neural. Além disso, conta com 3 GB de RAM e está disponível em duas versões, uma de 64 GB e outra de 256 GB de armazenamento interno, sendo que o modelo em teste é o de 64 GB.

Outra das particularidades deste novo iPhone é o facto de (finalmente) suportar carregamento sem fios e ainda carregamento rápido… mas será mesmo rápido? Apesar da Apple não disponibilizar carregador para tal na caixa do iPhone 8 Plus, nós fizemos o teste e, mais abaixo, mostramos-lhe os resultados e comparamos com outros gigantes do mundo dos smastphones.

De referir que vem equipado com câmara dupla na traseira com dois sensores de 12 MP (28mm, f/1.8, OIS & 56mm, f/2.8) ideal para fotos em modo retrato com efeito desfocado. A câmara frontal tem 7 MP e uma abertura f/2.2.

Conta com Bluetooth 5.0, Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, tem NFC para pagamentos com o Apple Pay, sensor de impressões digitais colocado no sítio habitual, tem tecnologia 3D Touch, entre muitas outras que já explorámos e que hoje aqui esmiuçamos.

 

Análise em vídeo


Especificações completas

Ecrã
    LED-backlit IPS LCD 5,5″ (1080 x 1920 píxeis), densidade ~401 ppi
Processador
    Apple A11 Bionic, CPU Hexa-core (2x Monsoon + 4x Mistral)
Rede
    GSM/HSPA/LTE
Sistema operativo
    iOS 11 (iOS 11.0.3 até ao momento)
Memória
    • 64 GB + 3 GB RAM

 

    256 GB + 3 GB RAM
Câmaras
    • Principal (Traseira): Dual 12 MP (28mm, f/1.8, OIS & 56mm, f/2.8)

 

    Secundária (Frontal): 7 MP (f/2.2)
Dimensão e peso
    158,4 x 78,1 x 7,5 mm, 202 g
Som
    Altifalantes stereo
Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac

 

    • GPS com A-GPS, GLONASS e BDS

 

    • Bluetooth 5

 

    Lightning
Outros
    Sensores: impressões digitais, acelerómetro, giroscópio, proximidade, bússola, barómetro
Bateria
    Li-Ion 2691 mAh não removível, com carregamento Wireless
Preço

 

Hardware e Design

Em termos de design, o iPhone 8 Plus segue uma linha muito próxima daquela criada desde o iPhone 6 e, em relação ao iPhone 7 Plus, as diferenças são quase imperceptíveis num olhar mais distraído. Na verdade, este iPhone 8 Plus apenas se distingue pela traseira em vidro, o que acaba por lhe trazer um aspeto ainda mais requintado.

Esta alteração da traseira, não lhe traz só vantagens a nível de imagem, graças a esta alteração, a Apple foi capaz de trazer ao iPhone algo já pedido pelos utilizadores há muito tempo: o Wireless Charging.

Mas esta traseira, não lhe dá só uma aspeto mais elegante e traz vantagens ao nível de carregamento. Esta partilha de um problema geral neste universo que são as marcas de dedadas e acumular de gordura nas mãos que obriga a uma constante limpeza.

Quanto à parte da frente do dispositivo, está é igual ao que já se tinha visto na geração anterior do iPhone. Seria interessante que a Apple também tivesse optado por preencher mais área da frente do iPhone com ecrã, tal como a concorrência tem vindo a fazer.

Tal como o iPhone 7 Plus, este novo iPhone também não possui botão home físico. Deste modo, possui um Taptic Engine idêntico ao usado no Touch 3D. Assim, sempre que o utilizador faz força no botão home sente uma vibração que dura apenas alguns nano segundos e que simula o premir do botão home físico. A cima do ecrã, a Apple colocou a câmara de 7 MP, o altifalante para chamada e reprodução de som em stereo.

De referir que as laterais, em metal boleado, apresentam do lado esquerdo os botões de volume e o botão para ligar e desligar o som, do lado direito o botão de Power e o slot para cartão nano-SIM. Em baixo a Apple voltou a colocar o microfone, altifalante e a porta Lightning para carregamento, transmissão de dados e ainda de som, dada a ausência de jack de 3,5mm.

A traseira inclui a câmara dupla com sensores de 12 MP, um microfone auxiliar para gravação de som em vídeo e o flash LED. Ao centro não podia faltar o símbolo da Maçã. De notar que este iPhone é à prova de água e poeiras com certificado IP67.

 

O que distingue o iPhone 8 Plus

Ecrã de Retina HD com True Tone

A Apple sempre foi capaz de equipar todos os seus dispositivos com os melhores ecrãs disponíveis no mercado. Nos testes do Pplware, o ecrã do iPhone 8 Plus não desiludiu nem um pouco. Com o novo ecrã Retina HD é praticamente impossível distinguir qualquer pixel individualmente.

É evidente que se coloca a questão da resolução, já que só oferece resolução FullHD, quando todos os topos de gama apostam já nos 2K. Na verdade, em termos práticos, essa diferença será quase irrelevante para o olhar da maioria dos utilizadores.

Com a nova funcionalidade chamada True Tone (também já incluída em alguns iPads Pro), o iPhone 8 Plus é capaz de ajustar automaticamente o equilíbrio da cor branca em função da luz ambiente do local onde o utilizador se encontra. Deste modo, é capaz de fornecer uma experiência de utilização mais natural e com cores sempre muito vibrantes.

À primeira vista, qualquer pessoa terá dificuldade em notar alguma diferença significativa quando comparado a um iPhone 7, por exemplo. No entanto, quem tiver um olhar mais atento será capaz de reparar na diferença que existe na temperatura das cores e na forma como estas são apresentadas no ecrã do novo iPhone.

 

A qualidade de som

Outro aspeto bastante positivo no iPhone 8 Plus, são os altifalantes. Relativamente aos últimos modelos, é possível notar uma diferença significativa na qualidade do som. E realmente, a Apple não mentiu quando afirmou que o som que sai destas colunas é cerca de 25% mais alto.

Juntamente com o elevado volume, o facto de reproduzir som em stereo traz ao utilizador uma envolvência enorme, além de que o som consegue bons graves e agudo equilibrados.

 

O desempenho

Ano após ano, o iPhone tem-se destacado da concorrência devido ao seu desempenho excepcional, capaz de lidar com qualquer tarefa ou aplicação que tenha que executar, e o iPhone 8 Plus não é excepção.

Sem grande esforço, é capaz de lidar com todo o tipo de tarefas. Tarefas mais simples como fazer chamadas, enviar mensagens e utilizar aplicações de redes sociais é algo trivial para este novo iPhone, bem como a troca de aplicações que se revelou bastante suave e rápido.

Nos testes de benchmark, o iPhone 8 Plus tem-se vindo a posicionar como um dos com melhor pontuação no mundo dos smartphones. Não é que os resultados de benchmark sejam reveladores do verdadeiro desempenho de um smartphone, mas a verdade é que servem como um bom ponto de referência.

Como é habitual, também o iPhone 8 Plus foi submetido aos testes através das aplicações AnTuTu e Geekbench e estes foram os resultados:

Comparando estes valores com alguns dos mais poderosos smartphones da atualidade, nomeadamente, com o Galaxy Note8 e o recém chegado Mate 10 da Huawei, não há dúvidas que o processador A11 Bionic consegue superar qualquer um nestes testes.

Este processador, comparado com o processador A10 Fusion, presente no iPhone 7, possui mais dois núcleos extra e uma rede neural dedicada que será utilizada no Face ID do iPhone X.

Durante os testes de desempenho, aquilo que realmente nos interessou foi explorar os limites deste smartphone e perceber até onde é que o processador era capaz de ir com o uso do dia-a-dia. Para além dos testes de benchmarks, instalámos aplicações que realmente fazem o CPU e GPU trabalhar em conjunto.

O iPhone 8 Plus mostrou um excelente desempenho enquanto executava o Modern Combat 5 que é, como o próprio nome indica, um jogo de ação e que, por sinal, exige bastante do processador. Nas cenas onde decorria mais ação e estava muita coisa a acontecer ao mesmo tempo o iPhone mostrou-se bastante capaz e não notamos uma descida significativa na taxa de frames por segundo, o que é um indicador do bom desempenho do processador gráfico.

Durante os 15 minutos de teste, o processador mostrou-se à altura e apresentou uma excelente performance. No entanto, o iPhone aqueceu um pouco devido ao intenso trabalho dos processadores. O aquecimento foi notado também ao longo da utilização mais comum, mas de forma menos intensa.

No geral, ficamos bastante satisfeitos com a prestação do novo iPhone 8 Plus. É extremamente rápido a executar as tarefas e aplicações que normalmente se utiliza no dia-a-dia normal e, para além disso, consegue correr com imensa facilidade aplicações mais exigentes.

 

O iOS 11 no iPhone 8 Plus

O iPhone 8 Plus já traz de fábrica o iOS 11, o novo sistema operativo da Apple para o iPhone e iPad, proporcionando a este smartphone da Apple uma agradável experiência de utilização.

Combinado o novo processador A11 Bionic tudo se torna incrivelmente rápido e bastante fluido. Além disso, esta nova versão do iOS traz um conjunto bastante interessante de novas funcionalidades, que o novo iPhone consegue tornar ainda mais especiais e agradáveis de utilizar.

O iOS 11 mostra-se um sistema operativo bastante ambicioso e, além disso, com o ARKit abre-se uma gigante porta para um mundo em Realidade Aumentada e que todos os utilizadores gostarão de experimentar.

 

O ARKit

Estávamos na expectativa de testar algumas aplicações que utilizam Realidade Aumentada para sermos capazes de verificar o comportamento do aparelho enquanto tirava partido do novo ARKit. Como seria de esperar, esta interação entre o mundo virtual e o mundo real através do iPhone 8 Plus é fantástica. Foi rápido a analisar o ambiente à sua volta e facilmente executou as aplicações dedicadas.

Ainda assim, por vezes, aqueceu um pouco. Mas disso já estávamos à espera. De facto, para tirar partido do ARKit, o iPhone 8 Plus utiliza vários recursos ao mesmo tempo, nomeadamente, a câmara, o processador A11 Bionic e o processador gráfico. As nossas favoritas foram o StackAR e o Measure Kit, que recomendamos que todos os nossos leitores experimentem.

Assim, é seguro dizer que o iOS 11, combinado com as novas aplicações de Realidade Aumentada assenta como uma luva ao iPhone 8 Plus.

 

A câmara

As câmaras do iPhone 8 Plus encontram-se, obviamente, entre as melhores do mercado, conseguindo fantásticas fotos com detalhes incríveis.

A câmara traseira tem dois sensores, ambos de 12 MP, mas uma com lente de 28mm e abertura f/1.8, com estabilização ótica de imagem, e a outra com 56mm e abertura f/2.8. À esquerda temos a lente principal, a grande angular, e à esquerda o sensor que funciona para as fotos de retrato (para criar o efeito desfocado) e para zoom ótico.

A detecção de rostos e focagem de objetos é feita de forma muito rápida, no entanto, comparando com alguma concorrência, existe alguma dificuldade em focar objetos muito próximos. Para conseguir alcançar o pormenor desejado, neste acaso o utilizador terá que recorrer ao zoom 2x. De uma forma geral, o zoom ótico tem um comportamento dentro do esperado, conseguindo resultados muito bons.

A câmara frontal não recebeu grandes melhorias, face ao modelo iPhone 7 Plus, ainda assim é uma câmara de 7MP com ótimos resultados tanto a nível fotográfico quanto em vídeo.

O software dedicado à câmara é bastante simples de utilizar, recheado com alguns modos de captura, nomeadamente Fotografia “Live” (que grava um pequeno clip antes da foto); vídeo (até 4K a 60fps); câmara lenta; time-laps; retrato (incluindo alguns modos especiais dependendo das condições de luz); quadrado; e panorama. Conta ainda com alguns filtros comuns a este tipo de apps. Apenas com alguns minutos de utilização, rapidamente aprende grande parte das coisas que é possível fazer.

Em vídeo, os resultados foram bastante bons, incluindo a gravação de som em ambientes com muito ruído. A estabilização de imagem da lente principal é bastante competente, mas em zoom 2x a falta de estabilização ótica no segundo sensor é sentida de forma notória.

Modo retrato, o que ainda falta melhorar…

O iPhone 8 Plus inclui um modo retrato que joga com diferentes ambientes de luz e cria efeitos na fotografia muito interessantes. A ideia é incrível e já consegue bons resultados, no entanto, por ainda se encontrar numa fase beta, é claro que ainda tem muito para melhorar.

Os contornos no modo retrato surgem ainda de uma forma forçada de mais, e a desfocagem, em alguns casos é demasiado marcada, parecendo quase edição manual.

As próximas 5 fotos são representativas dos 5 modos associados ao retrato, existentes na câmara do iPhone 8 Plus.

Em seguida, apresentamos mais algumas fotografias captadas com o iPhone 8 Plus em diferentes modos e condições de luz:

Panorâmica

Pessoas

Paisagem

Sem zoom e com zoom

Em pormenor

Dentro de casa

Selfie

A Bateria

A bateria foi um aspeto que a Apple melhorou de forma drástica, principalmente por lhe ter incluído tecnologias nunca antes usadas num iPhone, nomeadamente, o carregamento sem fios e o carregamento rápido.

Antes de falar sobre a autonomia é importante falar sobre o carregamento… e sobre a oferta da Apple. O iPhone 8 Plus, apesar de ter novas tecnologias associadas à bateria, apenas fornece o carregador comum de 1A, usufruindo apenas do longo carregamento de 3 horas (de 1% aos 100%).

Ainda assim, e dado que temos ao nosso dispor carregadores da Apple capazes de carregar o iPhone 8 Plus através da tecnologia Fast Charging, com um carregador de 2.1A, conseguimos carregar o iPhone na totalidade em cerca de duas horas e, em 30 minutos de carregamento foi capaz de atingir os 42%.

Ainda assim, estes valores encontram-se bastante abaixo do que aquilo que a concorrência mais direta oferece, como se pode ver pelo gráfico abaixo.

Quanto a autonomia, esta bateria consegue valores esperados: 1 dia de utilização intensiva e 2 dias com uma utilização mais moderada. Inicialmente, com a primeira versão do iOS 11, havia um problema claro de autonomia, que foi entretanto corrigido.

 

Veredicto

Depois de vários dias de utilização intensiva, não restam dúvidas de que a Apple colocou no mercado mais um topo de gama de excelência, com um desempenho que nenhum consegue atingir. A sua rapidez na execução de tarefas, para o qual contribui o processador A11 Bionic, é de facto impressionante (palavra de uma Android user), além de toda a interação com a realidade aumentada que este novo modelo e este novo iOS permitem.

No entanto, como todos os dispositivos que se encontram no mercado, não é perfeito, e a Apple tem uma boa margem para melhorar, tanto na autonomia, quanto na área da fotografia.

O design não foi de todo uma surpresa, mas o mercado parece ter aceitado bem a decisão da Apple, já que está para chegar o iPhone X, esse sim, que marcará uma nova fase dos smartphones da marca.

O iPhone 8 Plus encontra-se disponível no mercado nacional a partir de 867,50€. Este valor é coerente face a outros modelos disponíveis no mercado dos smartphones topo de gama.

Análise elaborada com a colaboração de Tomás Santiago.

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