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Análise: Google Pixel 7 Pro – O verdadeiro concorrente ao iPhone?

O Google Pixel 7 e a sua versão Pro chegaram ao mercado como uma afirmação da Google no segmento de topo dos smartphones, equipados com o um SoC desenhado especialmente para tirar o máximo partido do Android. A versão do Google Pixel 7 Pro esteve em testes durante várias semanas e há uma questão que se impõe: terá a Google criado finalmente um verdadeiro concorrente ao iPhone?


Características gerais

O Pixel 7 Pro é apresentado com um ecrã de 6,7” pOLED com taxa de atualização variável (10-120Hz), resolução QHD+ de 3120×1440 píxeis, 1500nits e suporte HDR. A protegê-lo temos o vidro Corning Gorilla Glass Victus.

No campo do SoC existe o Google Tensor G2 que possui dois ARM Cortex-X1 a 2.85 GHz, dois ARM Cortex-A78 a 2.35 GHz e quatro núcleos ARM Cortex-A55 a 1.8 GHz. No campo gráfico temos o ARM Mali G710 MP07. A Google incluiu ainda no smartphone um processador focado na inteligência artificial que lhe permite fazer magia na edição de fotos entre outros.

Para alimentar esta maquina existe uma bateria de 5000mAh com carregamento rápido a 30W (50% em 30minutos, segundo a fabricante) e wireless charging.

Mas um dos elementos onde este novo Pixel faz a diferença é no agrupamento de câmaras que apresenta. Como principal há uma câmara de 50MP com abertura f/1.85 e estabilização ótica de imagem. A lente ultra grande angular chega com 12MP e f2/2 a 125º de campo de visão e abertura f/2.2. Para finalizar, a câmara telefoto, que também possui OIS permite fotos com 48MP e 5x zoom ótico. A câmara frontal tem com 10,8 MP abertura f/22 e um campo de visão de 92,8º.

Construção e design

Ainda que mantendo as linhas principais dos modelos dos smartphones Pixel anteriores, no Pixel 7 Pro é notória uma melhoria em termos de construção e design.

Os elementos em alumínio, o próprio ecrã de grandes dimensões e a traseira lisa e suave, são fatores-chave para tal. O smartphone tem 162,9 x 76,6 x 8,9 mm de dimensões e pesa 212 g.

Na traseira as câmaras estão posicionadas numa moldura metálica que atravessa todo o smartphone, e onde ainda se encontra um microfone e o flashLED. Na lateral direita, existem os botões de volume e power.

Em cima, a fabricante colocou a ranhura para cartões e microfone e, em baixo, os altifalantes e a porta USB Tipo-C. O sensor de impressões digitais está colocado no ecrã.

O ecrã

O ecrã deste Pixel 7Pro tem tecnologia AMOLED com resolução 3120×1440 píxeis (QHD+), com taxa de atualização adaptável que pode variar entre os 10 e os 120Hz. Apresenta um brilho máximo de 1500nits (mais 25% que o seu antecessor).

Tal como no ano anterior na edição Pro, os cantos continuam arredondados, no entanto, a pedido dos utilizadores, a Google reduziu o ângulo da curvatura. Isto resulta num equipamento mais fácil de segurar e manusear.

Performance

O Google Tensor G2 é o sucessor do Tensor do ano passado, um SoC feito especificamente para os smartphones Pixel e criados pela Google. Uma grande diferença entre este processador e um Qualcomm, MediaTek ou o Exynos é que o Tensor é feito para o Software e o software otimizado ao máximo para este processador.

O processador Tensor G2 não consegue apresentar os melhores resultados de benchmarks, mas a verdade é que os benchmarks não representam sempre a velocidade no mundo real, e é aí que este Tensor quer fazer a diferença. A Google não pretende ter a melhor pontuação num ou noutro teste de desempenho. Pretende, sim, criar a melhor experiência possível para os seus utilizadores e, sem dúvida, que o consegue fazer.

Câmaras

Com três câmaras traseiras de alta qualidade aliadas a engenharia de processamento de imagens desenvolvida pela Google, o Pixel 7 Pro é capaz de excelentes fotografias e vídeos em qualquer cenário. A câmara principal tem 50MP e estabilização ótica de imagem, o que permite captar fotos nítidas mesmo em condições de pouca luz. A completar o conjunto de câmaras traseiras, o píxel dispõe ainda de uma câmara ultra-wide de 12MP e uma telefoto de 48MP que dão uma grande flexibilidade na altura de captar qualquer momento.

A câmara frontal possui uma resolução de 10 MP e recursos como deteção de sorriso e modo retrato. Este conjunto de câmaras e de software atira diretamente o Pixel 7 Pro para o segundo lugar do ranking de melhores câmaras de telemóveis, realizado pela DXOMARK.

Aliado a isto, a Google junta um software com recursos como reconhecimento de cenas, modo noturno, modo retrato e muitos mais, para melhorar a qualidade das fotografias, com um alinhamento muito bem conseguido entre as câmaras, o software e o processador.

Em seguida, são apresentados vários exemplos de fotos captadas com o Google Pixel 7 Pro.

Modo retrato

À noite

Com Zoom

Interface: O Android 13

O Pixel 7 Pro já vem com a última versão do Android 13 instalada e permite para os mais corajosos de forma simples instalar as versões Beta lançadas pela Google.

Apesar de o Android 13 estar disponível em vários dispositivos, a Google decidiu desenvolver funcionalidades que estão apenas disponíveis nos pixeis e algumas até mesmo só no Pixel 7 Pro. At a Glance, por exemplo, permite que, de forma automática, seja visível no ecrã principal e ecrã de bloqueio informações relevantes contextuais como a meteorologia para o dia, a bateria dos dispositivos ligados, ou até o próximo evento no calendário.

O Pixel também apresenta como funcionalidade exclusiva a capacidade de transcrever mensagens de áudio enviadas pela app de Mensagens do Google. A juntar ainda às funcionalidades exclusivas, existe a app Google Recorder, que transcreve voz para texto de forma perfeita, que nos Pixel 7 e 7 Pro consegue distinguir entre diferentes vozes.

Nas funcionalidades relacionadas com as capacidades fotográficas, a Google tem modos exclusivos para os smartphones como o unblur de fotos, modo noturno e zoom.

Outra funcionalidade exclusiva é o modo Bedtime que permite configurar o funcionamento do seu smartphone enquanto dorme e regista a tosse e o ressonar, dando indicações importantes sobre a sua qualidade do sono que pode permitir identificar doenças como apneia do sono. Para detetar a tosse e o ressonar durante o sono, o Pixel usa um sensor e não o microfone, o que faz com que essa operação não tenha praticamente nenhum custo associado à bateria.

Há ainda a destacar o Clear Calling que permite fazer chamadas em qualquer ambiente sem grandes preocupações. Confesso que de todas as funcionalidades foi das que mais me deu jeito e se revelou bastante útil.

É claro o objetivo da Google em adoçar e aperfeiçoar o Android nos seus dispositivos, a qualidade e o refinamento nota-se em todas as interações com o telefone. Existem muitas mais pequenas funcionalidades apenas disponíveis nestes smartphones da Google que elevam o telefone para outro patamar, é seguro afirmar que, sem dúvida, a melhor experiência em relação ao Android é nos Pixel.

Veredicto

O Google Pixel 7 Pro representa o estado da arte no mundo dos telemóveis e mais precisamente no mundo Android. O telemóvel junta ao excelente hardware a um excelente software que faz com que seja um prazer usar este dispositivo. De realçar, no Pixel 7 Pro o preço competitivo, a câmara de excelente qualidade, um hardware competente, um conjunto de funcionalidades exclusivo, garantia de updates e um software refinado, são características que fazem com seja muito fácil recomendar este dispositivo.

Se juntarmos ao telemóvel os Pixel Buds Pro e o Pixel Watch temos um conjunto perfeito para todos aqueles que optam pelo ecossistema Google. Assim, perante todos estes argumentos, podemos afirmar que é um player à altura do iPhone e de todo o ecossistema Apple, cabendo ao consumidor a decisão de perceber qual se adapta melhor às suas exigências.

Como ponto menos positivo, existe o facto da Google não disponibilizar algumas funcionalidades no nosso país, como por exemplo a VPN, e o facto de o mesmo não estar disponível na loja oficial da Google em Portugal, ainda que muitas outras façam revenda.

O Google Pixel 7 Pro pode ser encontrado a partir de 850 € em Portugal. A versão Pixel 7 está disponível a partir de 650 €.

Análise escrita por António Ferreira, para Pplware.

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