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Análise Ghost Recon: Wildlands (Xbox One)

A ideia é clara como água para a Ubisoft. Os jogos de mundo aberto continuam a compor grande parte do seu portefólio e a merecer as maiores atenções e esforços por parte da produtora francesa, onde as populares séries: Assassins Creed, Watch Dogs, Far Cry são a prova disso mesmo. Existem ainda novas séries, como The Division ou Steep, também de mundo aberto, que só agora estão a dar os primeiros passos, mas de onde fruirão mais iterações com toda a certeza.

A juntar-se a esta família, de videojogos de mundo aberto da Ubisoft, temos Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands, um jogo de acção, maioritariamente jogado na terceira pessoa, com um enorme foco na cooperação e no trabalho de equipa. Em Wildlands vamos encontrar algumas adversidades, nomeadamente os cartéis de droga que tomaram Bolívia de assalto.


O ano é 2019, e a situação da Bolívia é desesperante, muito por culpa do cartel Santa Blanca, liderado por um maníaco apelidado de El Sueño, que transformou o país no maior produtor de cocaína do mundo. A influência dos Santa Blanca na situação actual do país sul americano é tanta, que os Estados Unidos não conseguiram ficar indiferentes, daí terem enviado um agente infiltrado, que acabou por ser descoberto e assassinado.

Este ponto de ruptura leva os Estados Unidos a inicializarem a operação Kingslayer, uma operação conjunta entre várias forças especiais americanas, cujos soldados de elite formam a equipa apelidada de Ghosts. O objetivo da operação é simples, entrar na Bolívia e eliminar os cabecilhas do cartel, incluindo El Sueño.

Sucintamente, não esperem uma grande história em GR: Wildlands. Esta é minimalista e genérica, enquadrando-se no típico good guys vs bad guys com enredos e plot twists já mais que explorados noutros videojogos. Os personagens também não conseguem dar algo à história para a tornar minimamente interessante, sendo desprovidos de personalidade e deixando sempre ao jogador um sentimento de despreocupação total com o que quer que lhes aconteça no desenrolar desta.

Como bem frisado no início, Wildlands é um mundo aberto, onde existem inúmeras e repetitivas missões para fazer, com a companhia de IA ou com a companhia de até mais três jogadores humanos.

No começo do jogo somos levados a criar o nosso personagem, num editor onde existe uma vasta gama de possibilidades de configuração para o gosto de cada um, como marcas no rosto, tatuagens, penteados, roupas, chapéus e mochilas. Existe também a possibilidade de desbloquear novos customizações conforme se vai progredindo nas missões do jogo.

As missões enquadram-se quase todas no género de ir a um determinado ponto do mapa e fazer uma de três hipóteses: roubar informação, destruir alguma coisa ou matar alguns membros dos Santa Blanca. O ponto positivo destas é que podemos escolher a maneira de como as queremos abordar. É possível entrar de forma furtiva e coordenada ou entrar a matar quem nos aparece pela frente. Pessoalmente, a maneira mais divertida e gratificante é mesmo conseguir despachar uma missão em cooperação com amigos, de forma furtiva e sem alertar ninguém, o que não é tão simples como parece, uma vez que a IA inimiga é bastante agressiva, impetuosa e não hesita em vir para cima de nós.

As armas são mais que muitas, mas a experiência de uso entre as diversas que temos à disposição é pouco notória, onde a única diferença de registo é quando, obviamente, se usa armas de características diferentes, como snipers ou caçadeiras. Talvez a melhor arma do nosso arsenal não seja sequer uma arma de fogo, mas sim um drone que se usa para identificar e marcar inimigos no mapa.

Para nos movimentarmos no enorme mapa de Wildlands temos uma panóplia de veículos à disposição, como motas, jipes, carros, helicópteros, aviões e barcos. Os veículos terrestres, de alguma forma, conseguem ter pior jogabilidade do que os não terrestres, dando a sensação de serem demasiado responsivos, onde um ligeiro toque no analógico leva a uma mudança radical na direcção. Por outro lado, a jogabilidade dos veículos aéreos e aquáticos já se assemelham mais ao encontrado noutros jogos, como GTA ou Just Cause.

Wildlands não é nenhum portento visualmente e definitivamente que não chega aos calcanhares do que foi demonstrado nos trailers de revelação da E3 de 2015, principalmente a nível de iluminação, onde o downgrade é o mais notório.

A verdade é que mesmo assim não é um jogo feio e a escala do mesmo é de certa forma impressionante, onde se nota que houve um cuidado em fornecer áreas diversificadas para serem exploradas, como florestas, bases militares, riachos, zonas montanhosas e aldeias, e onde todas elas oferecem maneiras distintas de abordar os inimigos.

Em relação às animações, não são más, mas parecem saídas de um jogo de orçamentos reduzidos quando comparados com outros jogos da mesma companhia, como por exemplo Watch Dogs 2.

Tecnicamente também não é nada de especial, com uma framerate instável e com quedas frequentes que tornam a jogabilidade mais imprecisa nos momentos de maior intensidade ao enfrentar os inimigos.

Veredicto

Ghost Recon Wildlands está longe de ser um mau jogo, é repetitivo sim, mas se tiverem amigos com quem o jogar, vão certamente retirar daqui muitas horas de diversão. Passar as missões em cooperação é extremamente gratificante, principalmente se as abordarem de forma furtiva e coordenada, que só me fizeram relembrar as belíssimas missões co-op de Splinter Cell.

Ghost Recon: Wildlands

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