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Análise Gears of War 4 (Xbox One)

Foi sem qualquer dúvida uma herança pesada a que a The Coalition herdou da Epic Games. Gears of War é uma das principais séries da Microsoft, estando no topo de jogos relevantes da companhia norte americana, juntamente com Halo e Forza.

A série vendeu milhões de cópias e é aclamada, quer pela crítica, quer pelos jogadores, como sendo das melhores que originaram na geração passada.

Como se não bastasse, o primeiro jogo da série é apontado como sendo um dos maiores responsáveis pelo sucesso inicial da velhinha Xbox 360, tendo convertido imensos jogadores de consola ao HD gaming.

Gears of War 4 chegou e o Pplware já experimentou!

Por isso mesmo, a tarefa de pegar numa série com este legado e continuar o registo irrepreensível dos antecessores, nunca seria propriamente um desafio fácil, mesmo tendo em conta que a The Coalition é composta por alguns ex-membros da Epic Games. Sendo Gears of War 4 o primeiro jogo da companhia e o primeiro na actual geração (sem contar com o remake do primeiro – GoW: Ultimate Edition), a expectativa em torno do jogo é ainda maior.

Mas a novidade em Gears of War 4 não se prende apenas em ser feito por outra empresa. Para começar, o jogo conta com novos protagonistas, nomeadamente James Dominic Fenix – JD, nada mais nada menos que o filho de Marcus Fenix, o protagonista dos anteriores. Del, amigo de infância de JD, e Kait formam o resto da equipa que vos acompanha no decorrer da campanha. Outra novidade é que esta equipa age por conta própria, em contraste com os anteriores, que pertenciam à força militar da COG, os denominados Gears.

A história é simples e fácil de acompanhar, contudo, consegue ser bastante intrigante e envolvente, principalmente para quem jogou a campanha dos anteriores. Esta decorre 25 anos após o fim de Gears of War 3, que marcou a vitória na guerra da COG contra os Locust.

Apesar de não possuírem o mesmo carisma que os personagens dos jogos anteriores, é fácil de sentir afinidade por estes novos heróis.

JD e Del, são antigos Gears que desertaram e agora ajudam pequenas povoações que não estão sobre proteção da COG. Numa destas povoações juntaram-se a Kait e ao seu tio Oscar para pilhar recursos a uma fábrica gerida pela COG. Eventualmente acabam por ser descobertos e confrontados pela líder da COG, que os culpabiliza não só do roubo de recursos, mas também de desviarem pessoas para as povoações.

Quando regressam à povoação de Kait, irrompe um confronto contra os Deebees, robôs de batalha da COG. Após a batalha, a vila é atacada novamente, mas desta vez por uns seres desconhecidos, que matam e raptam todas as pessoas. Uma das pessoas raptadas é a mãe de Kait.

E é neste ponto que a história vos consegue deixar completamente agarrados. Não só pela tentativa de perceber o que aconteceu à mãe de Kait, mas também para perceber o que é esta nova ameaça aos humanos.

A campanha está absolutamente fantástica! O ritmo desta está no ponto, bem balanceada em termos de combate e rotatividade do tipo de inimigos. Os Deebees são a primeira ameaça com que teremos que lidar, estes são robôs de combate da COG que aparentam não ter grandes receios em investir no jogador em detrimento de manobras mais tácticas. Estes estão divididos em quatro classes, os Shepherd têm o tamanho e fisionomia idêntica aos humanos, munidos com uma metralhadora ou com uma sniper. Os DR-1 são idênticos aos Shepherd mas maiores e carregam consigo uma poderosa caçadeira. Os Trackers são uma esfera do tamanho de uma bola de basquetebol que ao aproximarem-se do jogador, explodem. Por fim, os Guardian são naves com um escudo de energia e que transportam consigo uma metralhadora ou um lança rocket.

A nova raça é apelidada de Swarm, e em termos fisiológicos é bastante semelhante aos Locust, mas com uma cor mais pálida. Existem diferentes tipos de Swarm, os Juvies são pequenos, rápidos e investem sem grande raciocínio. Os Drones já utilizam armas e tácticas de combate. Os Pouncer são criaturas de quatro patas e com uma cauda que utilizam para disparar espinhos contra o jogador, a melhor maneira de os derrotar é com uma granada bem colocada no corpo. Os Snatchers são semelhantes a um escorpião gigante e possuem uma bolsa onde conseguem transportar uma pessoa. São difíceis de derrotar, principalmente se atacarem em grupo. O primeiro contacto com este inimigo é aterrador, pois não estamos à espera de ser transportados naquela bolsa, a não ser que os nossos companheiros consigam fazer dano o suficiente para sermos libertados, se isso não acontecer, é “Game Over”.

Vamos ter no vosso caminho áreas de combate variadas e em diferentes ambientes, vamos lutar em cavernas escuras com o auxílio da lanterna das armas, fábricas abandonadas, em cidades quase desertas, florestas, etc. Nada que fuja muito ao já encontrado nos jogos anteriores.

Para os combates têm as tradicionais armas, como a Lancer ou a Gnasher, que são sempre divertidas de se usar, mas tal como é habitual em cada nova iteração de Gears of War, são introduzidas novas armas. Entre estas está uma absolutamente devastadora, a Overkill, uma caçadeira que ao premir o gatilho dispara dois cartuchos e ao levantar o gatilho dispara mais dois! A EMBAR é uma sniper onde o jogador pressiona o gatilho para carregar o tiro e larga para disparar. Outra das mais divertidas de utilizar é a Buzzkill, que dispara discos serrilhados que fazem ricochete nas paredes e fazem dos inimigos um festival de entranhas.

Em alguns dos combates, para além dos inimigos vamos ter que lutar contra o ambiente, isto porque sobre o planeta ocorrem pontualmente fortes tempestades, com ventos fortíssimos e raios mortíferos. Quando estamos perante estas tempestades temos de nos adaptar. Algumas das armas ficam inutilizáveis e as granadas são para esquecer, uma vez que o forte vento as arrasta para outros lados. Para além disso é necessário ter em atenção aos detritos para não acabamos esmagados.

Em algumas partes do jogo vamos ter que defender uma área de autênticas “waves” de inimigos, ao estilo do modo Horde. Utilizando vedações, turrets e engodos, o jogador tem de conseguir aguentar até que não restem mais inimigos. Se não são fãs do modo Horde podem ficar descansados, pois acontece apenas três vezes no decorrer da campanha.

O modo Horde é já um clássico na série, aqui os jogadores sozinhos ou cooperativamente vão derrotando “waves” de inimigos que vão ficando sucessivamente mais fortes. Este modo traz também algumas novidades. Entre elas a introdução de classes que se tem de escolher antes de iniciar uma partida, as classes existentes são: Engineer, Scout, Heavy, Sniper e Soldier. O engineer consegue reparar as defesas que são colocadas, a classe scout consegue movimentar-se rapidamente no campo de batalha, o heavy vem munido com uma Boomshot para causar grandes quantidades de dano, a sniper traz consigo a clássica longshot para abater inimigos ao longe, e por fim, o soldier carrega consigo a clássica Lancer e Gnasher. Cada uma destas classes só pode ser usada por um jogador ao mesmo tempo, mas não é impeditivo de usarem qualquer outro tipo de armas. Outra novidade neste modo é o Fabricator, esta ferramenta é utilizada para se criar as defesas contra os inimigos. Quando se derrota um inimigo este deixa créditos que o jogador terá de apanhar e depositar no Fabricator, para se poder criar ou reparar as defesas.

Infelizmente o divertido modo Beast, onde controlávamos os Locust em “waves” contra os Gears, que fez a sua estreia em Gears of War 3, foi esquecido.

Felizmente os clássicos modos versus voltam em Gears of War 4, Team Deathmatch, Execution, King of The Hill, etc. E ainda traz um novo modo, o divertidíssimo Dodgeball, onde os jogadores de uma equipa ficam mortos até que alguém consiga matar um jogador da equipa adversária e assim sucessivamente até que consigam eliminar todos os jogadores da equipa adversária.

O multijogador é estável, fluido e corre sem problemas, á excepção de um par de jogos, onde os tiros de caçadeira pareciam não registar. O matchmaking à data desta análise parece ainda não estar bem afinado, podendo demorar uns bons minutos até se entrar numa partida.

Graficamente, Gears of War 4 é estrondoso, e mantém uma solidez visual em todas as frentes, seja no multi-jogador seja na campanha. Os modelos estão excelentes e detalhados, os efeitos de partículas quando estamos no meio de uma tempestade são de deixar o jogador de queixo caído. A The Coalition está de parabéns por ter conseguido este aspecto na máquina da Microsoft e aparentam dominar o Unreal Engine 4 como ninguém.

Tecnicamente também está muito bom. Um dos pontos que foi melhorado em relação aos anteriores, foi sem dúvida a IA dos adversários e dos companheiros, bem notório quando estamos caídos e estes procuram levantar-nos o mais atempadamente possível. As vozes e efeitos sonoros também estão muito bons, na linha dos anteriores, e a prova disso mesmo é a veracidade dos sons das armas, onde mesmo as mais rebuscadas funcionalmente, parecem autênticas devido aos efeitos sonoros.

Veredicto

O maior elogio que se pode fazer a The Coalition é que este Gears of War 4 é mais do mesmo, e Gears é isto mesmo, uma história leve, fácil de acompanhar com uma jogabilidade aprimorada, com armas cada uma mais diferente que a anterior, com batalhas épicas e grandes confrontos no multi-jogador.

Todas estas características provam que a The Coalition fez bem o seu trabalho de casa e evidenciou que esta série está em boas mãos.

Gears Of War está de volta!

Gears of War 4

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