Eis o regresso de um dos jogos (exclusivos) mais bem sucedidos da Xbox: Forza Horizon 4 já chegou.
Com a ação a decorrer numa nova localização geográfica, Forza Horizon 4 traz de novo toda a liberdade, emoção e adrenalina do desporto automóvel que os Horizon anteriores nos habituaram.
Será que Horizon 4 se mantém fiel a estes princípios? O Pplware já experimentou o jogo…
Bem…. e por onde começar? Esta é a questão e é esclarecedora da quantidade e diversidade de conteúdos bem como de atividades que Forza Horizon 4 tem e levaríamos muitas mais páginas que as seguintes para as descrever com pormenor e atenção.
Se bem se lembram, Forza Horizon 3 decorria na Austrália, um país farto em contrastes nos terrenos e paisagens e dessa forma, um local perfeito para um jogo como Horizon. Pois bem, Forza Horizon 4 traz-nos até bem mais perto… Reino Unido.
No Reino Unido, essa diversidade consegue ser quase tão abrangente como na Austrália, passando ter no mesmo mapa, ambientes citadinos (Edimburgh), montanhas e morros, amplos planaltos, extensas plantações ou mesmo densas floresta temperadas.
Convém reforçar que tudo isto nos é servido com um grafismo guloso e particular atenção ao detalhe. (até temos direito a ver veados a pastar nos planaltos, e dando para os perseguir de carro).
Esta diversidade apresenta só por si, um magnifico cartão de visita e, mesmo sem estar a competir, é delicioso explorar cada uma das mais de 500 estradas que o jogo apresenta.
Existe, no entanto um outro pormenor, o mais importante de Forza Horizon 4, que faz com que tudo isto ganhe uma nova e maior dimensão: as Estações do Ano.
Foi introduzido pela primeira vez na série, um sistema de simulação das Estações do Ano que vão mudando ao longo do jogo. Para além da parte visual (assombrosa) surgem agora mudanças de jogabilidade decorrentes de cada estação.
Poderá ser algo que, mais cedo ou mais tarde pegue também noutros jogos, pois representa muito mais que uma simples mudança estética ao jogo. E é fácil perceber porquê.
As estradas que até então pensamos conhecer bem e em cada milímetro, com a mudança de estação ganham uma nova vida e não me refiro apenas à parte visual. A equipa de desenvolvimento conseguiu fazer com que a sensação de conduzir numa estrada seja diferente em cada Estação do Ano. Por exemplo, no Verão aceleramos por debaixo de um sol escaldante e céu límpido mas no Inverno já encontramos neve e gelo, assim como no Outono podemos apanhar chuviscos e montes de detritos no chão. Os efeitos de tempo do jogo estão também eles do melhor que temos visto. A chuva, a neve agarrada aos vidros, o nevoeiro… o sol por detrás das nuvens…. impressionante.
Horizon 4 é um jogo altamente multifacetado mas mais ainda se tivermos em consideração a quantidade de eventos e pontos de interesse que o jogo nos apresenta e de uma forma constante.
Quem conhece este jogo exclusivo da Xbox sabe que Corridas e Eventos são o seu prato forte e Horizon 4 não deixa de ser assim. Existem tantas atividades disponíveis em Forza Horizon 4 que em dadas alturas torna-se difícil a escolha do que fazer a seguir.
Excluindo talvez a primeira hora, o nosso mapa encontra-se repleto de eventos (corridas das variadas categorias), pontos de interesse turístico, de radares de velocidade à espera que records de velocidade sejam batidos, placards de influência para serem destruídos e nos atribuírem mais gabarito…
Essa diversidade prolonga-se também ao tipo de corridas disponíveis, que vão desde corridas de rua pelas cidades de Edimburgh por exemplo, a competições Dirt em terra batida ou Cross Country correndo pelo meio dos montes. E no topo disto tudo existem ainda os Showcases, que são eventos especiais no qual o jogador tem de enfrentar desafios mais ou menos exigentes e inesperados (como competir contra um Hoovercraft ou um comboio).
Uma outra novidade que em boa hora foi implementada foi a possibilidade de vestirmos a pele de duplos de cinema em filmagens a decorrer no jogo. A ideia será a de fazermos seções de velocidade, saltos impossíveis, … como duplos para esses filmes e trata-se de uma ideia bem pensada permitindo ao jogador ver a condução por outro prisma.
E por falar em condução. Todos os carros permitem a visão de dentro do cockpit e, deixem-me que vos diga: o detalhe e riqueza gráfica mantém-se dentro das viaturas. Aliás, toda a componente gráfica (tirando talvez os danos nos veículos que parecem algo… simplistas) do jogo está perfeita.
Apesar de toda esta oferta, Forza Horizon 4 não obriga o jogador a nada. A liberdade é tal que podemos passar horas apenas a conhecer o mapa, a competir apenas em corridas de Dirt ou simplesmente a destruir placas de Influência ou procurar celeiros. O foco do jogo mudou ligeiramente, deixando de ser orientado apenas para os eventos do Festival e passando a ser mais livre (escolha do jogador).
Contudo a mecânica é semelhante à dos anteriores. De evento em evento, o jogador vai ganhando influência e créditos, avançando assim na fama local. E eventos nunca faltam, estando sempre a surgir: termina-se uma corrida de Street Racing e surgem mais três.
Praticamente tudo em Forza Horizon 4 permite ao jogador ganhar experiência. A lista de atividades é enorme e permite até que o jogador seja avaliado até pela destruição de árvores (Timberman ou Madeireiro) ou pelas fotografias que tiramos (Fotógrafo).
A personalizalção dos carros continua a ser um dos pontos fortes de Forza Horizon 4. A quantidade de opções disponíveis para dar o “toque pessoal” aos nossos veículos é enorme. Quase todas as partes de cada veiculo podem ser personalizadas (assim como o nosso condutor virtual), seja através da criação dos nossos próprios styles ou templates, ou pela importação da comunidade. E por falar em comunidade… além de podermos criar e partilhar estilos artísticos podemos também criar/partilhar os nossos próprios eventos (época do ano, tipo de veículos, efeitos atmosféricos…). Forza Horizon 4 é um jogo extremamente social.
Além da parte estética dos carros continua a ser também possivel equipá-los com novos acessórios e/ou peças. Vale de tudo, desde componentes para o motor (velas, correias, válvulas, …), para os pneus, amortecedores, … neste aspeto continua toda aquela grandeza que Horizon 3 nos tinha habituado.
Falta ainda falar de algo extremamente importante: os carros. São mais de 450 carros e com a promessa de entregas de novos regularmente, sob a forma de DLC ou Car Pass e (…não me canso de repetir…) graficamente estão um…assombro! Cada bomba de 4 rodas que temos à nossa disposição (seja mais recente ou um clássico), está um brinco e dá gosto apenas… admirá-los.
No entanto, é precisamente quando pegamos nestes carros em mãos e partimos para a terra batida e terrenos sem ser alcatrão que se nota o caráter menos bem conseguido do jogo: a condução. Apesar da jogabilidade ser maioritariamente arcade, nota-se em diversas ocasiões uma artificialidade de movimentos e colisões. Isto é particularmente notório em corridas de Drag, Dirt e Cross Country onde temos de conduzir em terrenos muitas vezes acidentados e portanto propícios a choques e saltos.
E eis que surge uma outra novidade interessante: cada carro vai ganhando Pontos de Habilidade. Quanto mais tempo conduzimos um carro, mais experiência vamos ganhando especificamente para essa viatura (em Horizon 3 era generalizado) e isto faz com que sejam atribuídos Pontos de Habilidade que permitem adquirir melhorias como dar mais XP em Passagens, ou dar mais 15% de créditos em corridas.
Mas por falar em Horizon 3, uma outra das novidades deste novo jogo é o fato de, em cada sessão, poderem estar até 70 condutores em simultâneo e em realtime, deixando de ser apenas habitado por Drivatars e NPCs. Esta alteração é de extrema importância pois permite aos jogadores socializar em direto e ingame. O fato de ver condutores em direto acaba por ter um outro aspeto engraçado, que é o de podermos assistir in loco às asneiras ou loucuras dos outros…
De qualquer forma continuam a existir os NPCs que, tranquilamente da vida continuam a fazer a sua vida no Mundo de Horizon 4 (e não só na estrada, havendo vida também em mansões, esplanadas, …). Tudo isto dá uma maior sensação de vida e conformidade ao jogo, apesar de tempos a tempos acontecerem coisas esquisitas, como por exemplo, carros dos NPCs desaparecerem do nada quando usamos a funcionalidade de Rewind.
Outra novidade corresponde ao fato de podermos solicitar que qualquer veículo da nossa garagem seja entregue no ponto em que nos encontramos e, estando a falar em coisas esquisitas, aconteceu-me num par de ocasiões o carro a ser entregue ser outro que não o que escolhi.
Mas descansem que continuam a haver as Team Adventures do Festival que permitem que vários jogadores se entretenham a competir ou cooperar em sessões multiplayer, em eventos ranked ou não ranked. O modo cooperativo continua viciante como sempre, onde equipas de 5 jogadores lutam umas contra as outras de forma a ganhar mais pontos em corrida e assim, mais pontos de Experiência e Créditos.
Veredicto
É um dos jogos do ano. Sem sombra de dúvida. A fórmula não se esgotou e os Microsoft Studios conseguiram tirar novamente vários coelhos da cartola e fazer de Forza Horizon 4 um jogão, no qual a liberdade, diversidade e personalização são as palavras de ordem.
Todas Xbox One deveriam ter a companhia de um Forza Horizon 4 a seu lado.