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Análise: Fiido X (v2), um conceito mais interessante de uma bicicleta elétrica dobrável

O mercado das bicicletas elétricas continua em crescimento e a oferta está cada vez mais abrangente. Se numa primeira Era as bicicletas elétricas saltavam imediatamente à vista, por se diferenciarem significativamente no seu aspeto, atualmente há alguns modelos que já exigem um olhar mais atento para perceber do que realmente se trata. A Fiido X é um desses casos.

Depois de algumas semanas de teste à Fiido X na sua nova versão, hoje trazemos uma análise completa. Saiba tudo o que pode esperar desta Ebike, incluindo as mais recentes melhorias.


Quer queiramos, quer não, as bicicletas e trotinetes elétricas serão cada vez mais habituais nas nossas ruas. Há várias razões para que isso aconteça, desde a mobilidade mais rápida nas localidades, à sensibilização crescente para a redução do impacto ambiental, e mesmo para poupar dinheiro no combustível, que está mais caro que nunca.

É claro que substituir o automóvel ou o transporte público por uma bicicleta elétrica, não funciona para todas as pessoas nem para todos os dias. Há pormenores a considerar e contas a fazer, mas se a sua deslocação casa-trabalho for exequível de bicicleta, facilmente chegará à conclusão que com uma Ebike poderá poupar muito tempo e dinheiro.

Portanto, se pondera mudar o estilo de vida e adotar um meio de transporte moderno, elétrico e com aspeto de uma bicicleta comum, a Fiido X é uma opção de classe, numa gama média.

 

Características

A Fiido X é uma Ebike dobrável, com roda de 20″ e um motor de 250W ou 350W, que funciona (apenas) como ajuda aos pedais. Pesa 19,8 kg e o quadro é feito é liga de magnésio. É dobrável em 3 partes (quadro e guiador), onde os pedais também podem ser dobrados para otimizar o espaço de arrumação ou transporte.

O motor elétrico encontra-se no cubo da roda traseira e permite atingir uma velocidade de 25 km/h, legalmente, ou de 30 km/h (32 km/h para modelo de 350W) se for desbloqueada a limitação, utilizando uma combinação de botões no controlador do sistema elétrico. Além disso, a Ebike tem um teclado numérico (na zona traseira do quadro, abaixo do selim) que permite ligar/desligar o sistema elétrico, desbloquear a bateria e ativar/desativar funcionalidades.

A bateria está colocada no “espigão” que suporta o selim. Tem uma grande espessura, claro, mas não deixa de ser um espigão. Tem uma capacidade de 11,6 Ah (36 V) e é capaz de auxiliar a deslocação numa distância de até 130 km (de acordo com o fabricante). Como suporte de selim, tem uma regulação muito extensa em altura.

Tem um carreto Shimano de 7 velocidades (desviador Tourney) que se adequam bem até aos 25 km/h, mas merecia uma 8ª velocidade (ou menos dentes no carreto menor) para que não fosse necessário pedalar tanto para atingir a velocidade máxima até onde o motor serve de apoio, os tais 30 km/h. Em termos de travagem, tem travões de disco hidráulicos Radius em ambas as rodas.

O guiador não é regulável em altura, apenas em rotação. Do lado direito tem o manípulo das mudanças (ambos os seletores na zona inferior) e do lado esquerdo tem o controlo do sistema elétrico e o mostrador de velocidade. Junto ao mostrador está uma espécie de campainha.

Os faróis não foram esquecidos e estão integrados no quadro, acionáveis a partir de um botão no dispositivo de controlo elétrico. Podem ainda ser adicionados guarda-lamas em ambas as rodas, que vêm incluídos na caixa, onde estão também incluídas todas as ferramentas (chaves) necessárias para fazer a manutenção da Ebike.

 

Design – da normal à elétrica dobrável

A possibilidade de dobrar uma bicicleta e fazer com que ocupe menos de metade do espaço, permite que seja utilizada em variadas situações e poderá até ser determinante na sua arrumação em casa. No caso da Fiido X, torna-se ainda mais interessante, já que o design é um ponto bastante positivo nesta bicicleta.

Se por um lado permite que a leve facilmente no carro para qualquer local, para dar a sua “voltinha”, também pode ser tomado como uma vantagem que pode ser aproveitada para completar, por exemplo, o seu caminho para o trabalho (caso faça parte do caminho, por exemplo, de comboio). Permitirá não só facilitar a deslocação em cidade mas também poderá evitar a necessidade de ter de encontrar um estacionamento numa zona muito concorrida. Assim, poderá estacionar o automóvel comodamente na periferia, e deslocar-se de bicicleta na zona mais difícil, até ao destino.

Nesta Fiido X, em apenas alguns segundos, é possível dobrar os pedais, destrancar o guiador e dobrá-lo (ficando junto à roda da frente) e, por fim, destrancar e dobrar o quadro. A dobradiça a meio do quadro quase que passa despercebida, já que o acessório de trancar está totalmente “arrumado” na estrutura.

Neste modelo existe ainda um pormenor que vale a pena ser referido, que consiste num acessório colocado em ambos os eixos que, quando dobrado, um íman garante que os eixos estão juntos e a estrutura não desdobra (não se afasta inadvertidamente).

Por fim, para carregar a bateria, caso não tenha uma tomada no local onde arruma a bicicleta, poderá retirar o espigão do selim (que inclui a bateria) e levá-lo consigo até junto do carregador. A ficha de carregamento encontra-se logo abaixo do selim. Para suportar a bicicleta, existe um descanso junto à roda traseira.

 

A nova versão da Fiido X

Não oficialmente referida como “v2”, a nova versão da Fiido X vem substituir uma primeira versão que foi identificada com um problema de segurança, nomeadamente uma fragilidade no ponto de dobragem do quadro que poderia originar um acidente.

A Fiido decidiu fazer um recall das quase 3000 unidades já entregues, garantindo a entrega de uma nova bicicleta gratuitamente, sem bateria, mediante a devolução de 2 peças críticas para o funcionamento da primeira versão. O objetivo, naturalmente, foi de inutilizar essa primeira versão (por razões de segurança, claro). As novas unidades começaram a ser entregues em setembro, sendo que há clientes ainda por receber.

Relativamente à nova versão, há de facto novidades. Além do reforço no ponto crítico, na melhoria da robustez do sistema de dobradiça no quadro (ver detalhe aqui), foram adicionadas outras melhorias:

 

Modo de funcionamento do sistema elétrico

Nas bicicletas elétricas, a ideia é que o sistema elétrico seja um apoio ao pedal, com o objetivo de ser necessário menos esforço para que possa ser um veículo de transporte mais adequado ao dia a dia (ninguém quer chegar suado ao trabalho depois de pedalar). Há Ebikes com a possibilidade de usar unicamente ao sistema elétrico (sem pedalar), como a Fiido D2S que já testámos, mas consta que, de acordo com o código da estrada, não é legal em alguns países, incluindo Portugal.

No que respeita à Fiido X, não existe esse acelerador e o sistema elétrico é apenas acionado pela força nos pedais, com 3 níveis de ajuda. Ou seja, de acordo com o nível de ajuda selecionado no visor presente no guiador (1, 2 ou 3, sendo que 3 é a ajuda de maior intensidade), ao pedalar e ao aplicar força nos pedais, o motor elétrico vai atuando proporcionalmente, graças ao sensor de binário na pedaleira. É um sistema muito mais realista em comparação, por exemplo, com a Fiido D2S.

Para iniciar o sistema é então necessário ligar a bateria (interruptor abaixo do selim), premir o Power (caso tenha passado mais de 24 horas desde a última utilização) e colocar o código seguido do botão Power. O visor no guiador liga-se imediatamente e a Ebike está pronta a andar com o apoio elétrico.

Além dos 3 níveis de ajuda, selecionável premindo repetidamente no mesmo botão, uma quarta posição permite desativar totalmente a ajuda elétrica sem desativar por completo o sistema, algo que não era possível na primeira versão de Ebike.

Finalmente, há ainda um pormenor que pode fazer a diferença em algumas situações: carregador USB. Na zona inferior do controlo do sistema elétrico no guiador, existe uma ficha USB alimentada pela bateria da Ebike, que pode ser usada para carregar um smartphone ou alimentar qualquer outro dispositivo USB.

Velocípedes e ciclomotores… esta Ebike é legal em Portugal?

É uma caracterização que varia entre países. Em Portugal, de acordo com o código da estrada, um veículo de 2 rodas com motor elétrico e potência máxima que não exceda 4 kW, trata-se de um ciclomotor.

No entanto, na revisão mais recente ao Código da Estrada, traduzida na Lei n.º 72/2013, o Artigo 112.º no ponto 2 abrange as capacidades desta bicicleta, concretamente a velocidade máxima de 25 km/h e a potência de 1,0 kW. Recorde-se que o motor elétrico da Fiido X funciona apenas como apoio aos pedais, nunca como uma força motriz isolada (acelerador).

Resumindo, sim, esta Ebike é totalmente legal para circular nas estradas em Portugal, não necessitando de registo, homologação, seguro ou carta.

 

Veredicto

A Fiido X apresenta-se como uma Ebike adequada a qualquer público, ainda que tenha um design moderno com o seu toque radical. É entregue pronta a usar, com bateria carregada, sendo apenas necessário apertar os pedais.

É fácil de montar/desdobrar e não requer esforço. Tem uma estrutura robusta de liga de magnésio, com excelente acabamento, e todos os materiais são de grande qualidade, incluindo os componentes de tração e travagem.

É uma bicicleta rígida, sem amortecedor, e esse facto parece-me aceitável. Quanto a afinações, o selim pode ser afinado em altura e inclinação, e o guiador apenas em rotação, faltando a afinação a altura. Para mim está numa ótima altura, mas certamente não estará para todas as pessoas.

O sistema elétrico é simples de usar, e a possibilidade de desativar o apoio elétrico mantendo o sistema em funcionamento é uma grande vantagem face à primeira versão. O velocímetro é interessante e a forma de atuação do sistema elétrico na ajuda ao pedal é excelente, com uma ótima resposta. O facto da bateria poder ser removida sem sequer ser necessário ligar uma única ficha, é um ponto muito favorável na Fiido X.

Quanto à autonomia, por ser grande, é difícil indicar as condições de teste que permitiram percorrer determinada distância. Além disso, há imensas variáveis, como o peso do utilizador, o tipo de caminho percorrido, o nível de ajuda selecionado, a força real aplicada, entre outros. No entanto, posso dizer que uma carga de bateria, na maior parte do tempo com ajuda máxima, deu para cerca de 90 km. O tempo de carregamento total é de 7 horas.

Em conclusão…

A Fiido X revelou-se uma excelente opção neste segmento, das Ebikes dobráveis de roda 20″. Desde o design bem conseguido, com todo o mecanismo de dobragem muito bem integrado na própria estrutura, até ao sistema inteligente por código, à sensibilidade da força nos pedais para o motor atuar com suavidade, à travagem hidráulica e à iluminação, todo este conjunto eleva o posicionamento desta Ebike num mercado que já começa a mostrar-se muito completo em todos os segmentos. O facto da marca ter admitido um problema de segurança e ter oferecido uma nova bicicleta melhorada, é algo pouco habitual num fabricante chinês, mesmo considerando que se trata de uma bicicleta. Ainda que tenham sido reportados alguns problemas no processo, tem o seu mérito.

A Ebike Fiido X está disponível por cerca de 1600€, com envio rápido e seguro a partir da Europa.

O Pplware agradece à Fiido a cedência da Ebike Fiido X para teste.

Fiido X

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