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Análise Deus Ex: A Criminal Past (Playstation 4)

Deux Ex: Mankind Divided – cuja análise pode ser lida aqui foi um dos grandes jogos de 2016, proporcionando uma experiência imersiva e intensa que deixou uma impressão forte nos jogadores. Desde o seu lançamento que se sabia que iriam existir alguns DLCs que dariam a possibilidade de jogarmos histórias paralelas à trama principal. Agora, após o lançamento de System Rift, eis que é lançado Deus Ex: A Criminal Past, aquele que será provavelmente um dos últimos DLC’s para Deus Ex, pelo menos durante uns tempos.

Tivemos a oportunidade de jogar este DLC e de experimentar, em primeira mão, o ambiente de uma prisão high-tech de elevada segurança num mundo opressivo e dividido entre humanos modificados e não modificados.

 

Estamos na “The Penthouse”, uma prisão de alta segurança para humanos com capacidades supra-humanas, perdida no meio do deserto do Arizona. Um local high-tech patrulhado por guardas prisionais com dedo leve no gatilho, drones, torres de guarda automatizadas e vigilância apertada.

Estamos nós e está Adam Jensen que, na sua primeira missão para a Task Force 29, está encarregue de contactar um outro prisioneiro e recolher informações sobre um possível ataque terrorista. Fácil, pensará o leitor, principalmente sabendo que Adam tem as suas capacidades aumentadas por implantes de alta tecnologia. Porém, e infelizmente para Jensen, assim que dá entrada na prisão é-lhe implantado um chip que anula todas as suas capacidades sobre-humanas.

“Adam Jensen numa prisão de alta segurança sem as suas capacidades especiais é um desafio.”

Esta missão foi a primeira de Jensen como agente infiltrado e decorre 9 meses antes da acção do jogo principal. Aliás, toda a missão é um flashback porque, na realidade, o personagem principal encontra-se no gabinete da psiquiatra Delara Auzenne a relatar tudo aquilo por que passou durante a sua permanência neste estabelecimento prisional. Aliás, é possível ouvir excertos da conversa entre os dois à medida que vamos avançando na nossa missão dentro desta prisão futurista, o que não deixa de ser um apontamento interessante que confere algum contexto à história. Não somos apenas atirados para dentro da acção; somos lá colocados com um propósito definido.

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Mas voltemos à prisão. Tal como referimos acima, são retiradas a Jensen todas as suas capacidades sobre-humanas, o que antecipa – pelo menos até arranjarmos maneira de recuperar essas capacidades – um desafio bastante complicado: a vigilância é apertada e todos os nossos movimentos são seguidos passo-a-passo. A prisão está bem concebida e desenhada e, embora não nos faça lembrar uma prisão da actualidade, corresponde completamente ao que imaginamos que poderá vir a ser um estabelecimento prisional do ano 2029.

Contudo, a Eidos Montreal falhou um pouco no ambiente que quis imprimir ao local. “The Penthouse” não tem a aura própria de uma prisão povoada por criminosos duros e violentos e isto deve-se sobretudo aos diálogos que travamos com os outros prisioneiros. São mecanizados e nada naturais, parecendo mesmo bastante forçados e desconexos da realidade envolvente. Mas essa é uma falha menor se tivermos em consideração o ambiente que nos rodeia. À medida que percorremos os vários corredores e os vários blocos da prisão sentimos que não temos escapatória possível pois bastará um passo em falso para sermos cercados por aquilo que parece ser a totalidade dos guardas desta prisão.

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“Cumprirmos a nossa missão não é fácil uma vez que é praticamente impossível deslocarmo-nos sem sermos vigiados. Um autêntico pesadelo…”

Ora, tudo isto confere à nossa missão um grau de dificuldade bastante elevado. Jensen é detido no Bloco A e o seu contacto encontra-se no Bloco B pelo que o nosso primeiro objectivo é arranjar maneira de conseguir ir até ao nosso contacto. Essa tarefa não se afigura, de forma alguma, fácil. Para além do facto de os uniformes dos vários blocos serem diferentes, temos de conseguir escapar do bloco onde nos encontramos sem sermos detectados o que, face a toda a segurança existente, faz do nosso objectivo uma autêntica epopeia. É possível, mas não é mesmo nada fácil!

O truque será aguardar pela altura certa e mantermo-nos o mais imperceptível possível, evitando os guardas e circulando sempre com a consciência de onde se encontram as câmaras de segurança. Aproveitando todos os “atalhos” que o jogo nos dá, iremos conseguir atingir os nossos objectivos. Lá está, não é fácil, mas é possível.

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“O mundo de Deus Ex é o espelho de uma sociedade receosa e intolerante relativamente ao que é diferente.”

Veredicto:

Deus Ex: A Criminal Past é apelativo e desafiante. Conseguirmos circular numa prisão de alta segurança, iludindo os guardas e evitando a detecção – tudo isto sem qualquer arma e sem podermos utilizar as nossas “capacidades especiais” – é um desafio que requer perícia, paciência e perseverança. Bem desenhado, este estabelecimento prisional transporta-nos – tal como o jogo principal – para um mundo pautado pelo policiamento excessivo e pela opressão. Sentimo-nos, enquanto ser humano com capacidades físicas tecnologicamente aumentadas, diferentes de todos os seres humanos ditos “normais” e um alvo a abater.

Um jogo a jogar pelos aficionados desta saga e por todos aqueles que gostam de desafios. Definitivamente, aconselhável aos amantes de bons jogos.

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