Os novos smartphones da Apple, da linha 11, foram lançados recentemente. Apesar de muitos estarem convictos de que estes novos modelos da Apple seriam os melhores smartphones para as suas necessidades, existem muitos outros que ainda estão a ponderar a comprar. O investimento é avultado e tem que ser bem ponderado.
Para ajudar a esclarecer algumas dúvidas, depois de várias semanas de testes, trazemos-lhe uma análise completa e detalhada a este gigante da tecnologia móvel, o iPhone 11 Pro Max.
Os novos smartphones da Apple chegaram em três versões. A opção mais acessível é o iPhone 11 de 6,1″, um modelo mais direcionado ao público jovem, com cores modernas e câmara dupla traseira. Depois existem mais duas versões, o iPhone 11 Pro e o 11 Pro Max. Neste caso, a grande diferença entre eles prende-se com o tamanho de ecrã (5,8″ e 6,5″, respetivamente).
Mas a análise é ao iPhone 11 Pro Max e é então sobre ele que aqui vou falar.
Especificações gerais do iPhone 11 Pro Max
O iPhone 11 Pro Max tem um ecrã OLED de 6,5 polegadas a que a Apple decidiu chamar Super Retina XDR. Este painel tem uma resolução de 2688 × 1242 píxeis com 458 ppp.
Tal como aconteceu nos modelos X e XS Max dos anos anteriores o ecrã cobre grande parte da superfície frontal do dispositivo, com exceção da notch, que inclui a câmara TrueDepth e o sistema de autenticação facial – o Face ID.
Em termos de processador, vem equipado com o A13 Bionic da Apple que inclui o Neural Engine (Motor Neuronal) de terceira geração. Esta é a mais recente unidade de processamento desenvolvida pela empresa de Cupertino concebida para dar uma resposta rápida e eficiente na realização de qualquer tarefa.
O iPhone 11 Pro Max possui 4GB de RAM e na altura da compra é possível escolher entre uma das capacidades de armazenamento – 64GB, 256GB e 512GB.
Este ano o iPhone 11 Pro Max chegou ao mercado em quatro cores diferentes: dourado, cinzento sideral, prateado e verde meia-noite. O mais surpreendente acaba por ser o acabamento de vidro na traseira do dispositivo.
Não é leve, mas é poderoso
O smartphone pesa 226 gramas, tem 15,8 centímetros de altura por 7,78 de largura e 0,81 centímetros de profundidade, o que faz deste iPhone o mais pesado das últimas três gerações. No entanto, é resistente a água, pó e salpicos e possui a certificação IP68 que diz que o iPhone 11 Pro Max aguenta estar a 4 metros de profundidade durante 30 minutos.
Instalado neste iPhone vem o iOS 13, a mais recente versão do sistema operativo para smartphones da Apple. Como seria de esperar o hardware e o software trabalham muito bem em conjunto para fornecer uma excelente experiência de utilização.
Uma das grandes novidades deste ano encontra-se no sistema triplo de câmaras de 12MP ultra grande angular (ƒ/2,4 e campo de visão de 120°), grande angular (ƒ/1,8) e teleobjetiva (ƒ/2,0). Na parte da frente do iPhone 11 Pro Max encontra-se a nova câmara TrueDepth de 12MP com uma abertura de ƒ/2,2, que inclui modo retrato e controlo de profundidade.
Uma imagem com olhos postos no passado… e no futuro
A Apple lançou o iPhone X em 2017. Portanto, este é o terceiro ano consecutivo que temos praticamente o mesmo design, apenas com ligeiras alterações.
Nesta terceira iteração a empresa de Cupertino acrescentou uma nova câmara ultra-wide e redesenhou a parte de trás do mais recente iPhone que oferece. De resto, temos o mesmo formato, o mesmo recorte no ecrã e o mesmo conjunto de câmaras e sensores na parte frontal do smartphone. Apesar de hoje já estarmos habituados ao famoso “notch” está na altura da Apple começar a pensar numa redução de tamanho.
Segundo a Apple, o novo vidro que cobre a traseira do iPhone é o mais resistente que alguma vez colocou num smartphone. Os nossos testes apenas revelam que com uma utilização cuidada, não existem nem riscos nem sequer micro riscos a registar. Poderiamos ter ido mais longe nos nossos testes? Claro que sim. Mas nas nossas análises os testes são fieis e a uma utilização comum, que, por norma, não inclui quedas.
Além deste pormenor vale a pena referir que a traseira está muito menos susceptível a dedadas, pelo seu acabamento mate.
Reconhecimento facial Face ID renovado
No que toca ao Face ID, o sistema de reconhecimento facial da Apple está “30% mais rápido”. Não é uma diferença muito notória para o utilizador, a não ser quando se tem o iPhone XS e o 11 Pro Max lado a lado.
Além disso, continua a ser um sistema de autenticação confiável e ao fim de alguns dias de utilização até nos esquecemos que ele existe. Apesar dos aspetos positivos gostávamos de ver o Face ID a funcionar de mais ângulos e esperamos que a Apple esteja a trabalhar numa forma de concretizar isso.
O iPhone sem 3D Touch
Passando agora para o interior do novo iPhone, o pequeno motor de feedback do touch 3D desapareceu. Algumas pessoas disseram “finalmente”, mas muitos outros poderão sentir falta da experiência de utilização que a Apple oferecia com esta funcionalidade. Ainda assim, os atalhos continuam disponíveis e ainda é possível pré-visualizar conteúdo. Mas numa altura em que todas as pequenas peças de hardware competem por espaço no interior dos smartphones modernos é compreensível a decisão da Apple.
Apesar de ter perdido o touch 3D, o novo iPhone ganhou algumas gramas. No entanto, o peso extra compensa. A bateria no iPhone 11 Pro Max é um enorme aspeto positivo no equipamento.
O ecrã Super Retina XDR
Esta melhoria em termos de capacidade de bateria não vem por acaso. Este ano a Apple colocou um novo ecrã OLED em ambos os modelos Pro. A empresa de Cupertino chama-lhe Super Retina XDR. Assim, proporciona uma ótima experiência de utilização para ver filmes e vídeo em alta definição com mais de 1200 nits de brilho.
Além disso, inclui as funcionalidades True Tone e uma experiência de visualização mais natural. Os preto são verdadeiros pretos e, de facto, os nossos testes provaram o quão bom o novo ecrã no iPhone 11 Pro Max é. É sem dúvida uma adição que os novos utilizadores vão apreciar.
Desempenho
Os smartphones da Apple conseguem, de forma geral e ao longo das várias gerações, oferecer um desempenho de excelência. Não existem bloqueios ou aplicações que se arrastam, e por isso estão no topo junto a alguns do mundo Android.
As tarefas mais exigentes ao nível de processamento no iPhone 11 Pro Max acabam até por impressionar. Editar vídeo e fotos no smartphone é simples e rápido. Aliás, este foi um pormenor destacado no dia do evento de apresentação que não desiludiu.
O A13 Bionic da Apple faz deste iPhone um smartphone à prova de futuro. Com isto quero dizer que esperamos que este iPhone mantenha uma performance de alto nível ao longo de vários anos. Este processador oferece uma CPU e GPU que são 20% mais rápidos, ao mesmo tempo que também se destacam em termos de eficiência.
É de mencionar ainda o novo chip U1 desenvolvido pela Apple que usa Ultra Wideband technology e que permite ao novo iPhone ter uma espécie de consciência espacial, o que torna o serviço AirDrop ainda melhor. Além disso, o áudio espacial no iPhone 11 Pro Max fornece uma experiência de som mais envolvente juntamente com o Dolby Atmos.
Uma bateria maior
A autonomia de um smartphone é um dos aspetos mais importantes a ter em conta na altura da compra. Na verdade, a bateria no iPhone 11 Pro Max consegue oferecer uma maior autonomia ao utilizador.
A bateria de 3969 mAh permite uma utilização continua para mais de 8 horas e meia. Na prática, significa isto que o utilizador terá, sem problemas, bateria para mais de um dia de utilização. Numa utilização mais moderada, mesmo com Wi-Fi sempre ligado, é mesmo possível atingir os 3 dias de utilização.
Evidentemente, que sendo esta uma ferramenta essencialmente dedicada à produtividade, o normal é que durante um dia inteiro (mesmo dos mais longos) não existam problemas de bateria.
Agora (finalmente), a caixa do iPhone traz consigo o carregador que carrega a uma velocidade mais rápida. Esta era uma exigência dos consumidores que, sinceramente, não se entende porque demorou tanto tempo a chegar. Assim, este carregador carrega a 18W.
Significa isto, na prática, que em 30 minutos carrega uns exatos 50%. Este teste é feito através do nível de carga minímo. Ou seja, o smartphone perde toda a bateria até desligar e, a partir daí começamos o carregamento e respetiva contagem. Para carregar a 100%, demora 110 minutos.
De uma forma geral, apesar de ser bastante mais rápido que os antecessores, o resultado de carregamento rápido fica muito aquém daquilo que a OnePlus, Xiaomi ou Huawei oferecem.
O facto de não oferecer carregamento por indução inversa pode ser encarado como uma desvantagem. Ou seja, o facto de não permitir carregar outros dispositivos sem fios. Mas quem tem smartphones com esta possibilidade, quantas vezes a utilizaram?
As novas câmaras
Um dos aspetos que distingue o iPhone Pro deste ano é o sistema de câmaras. Este relevo na parte de trás do modelo Pro alberga não duas, mas agora três câmaras. Além disso, estas são já classificadas das melhores do mercado atualmente, perdendo apenas para a o Huawei Mate 30 Pro e do Xiaomi Mi CC9 Pro Premium (a tal de 108 MP). No entanto, ainda não tivemos oportunidade de testar nenhuma das duas, para poder confirmar tal afirmação.
O que sabemos é que o iPhone 11 Pro Max surpreende em vários aspetos!
O módulo traseiro de câmaras é assim composto por:
- Ultra grande angular: 12 MP abertura de ƒ/2,4, 13mm
- Grande angular: 12 MP abertura de ƒ/1,8, 26mm, OIS
- Teleobjetiva: 12 MP abertura de ƒ/2,0, 52mm
Outras caracteríticas relacionadas:
- Modo Noite
- Zoom ótico 2x ampliar/afastar; zoom digital até 10x
- Modo Retrato com efeito bokeh
- HDR inteligente de nova geração para fotografias
- Dupla estabilização ótica de imagem
- Gravação de vídeo 4K a 60fps; 1080p a 60fps
- Zoom de áudio
Já a câmara frontal, também recebeu uma importante melhoria.
Estas são algumas das suas características:
- Câmara TrueDepth de 12 MP com abertura ƒ/2,2
- Retina Flash
- Modo Retrato com efeito bokeh
- Gravação de vídeo 4K a 60fps
- Animoji e Memoji
Neste novo iPhone, a Apple fez um ótimo trabalho na inclusão de novas funcionalidades. Assim, foi capaz de tornar a aplicação da câmara mais simples. As novas funcionalidades são fáceis de encontrar e algumas situações é possível utilizá-las automaticamente. Além disso, existem muitas mais opções de configuração, o que é ótimo para os mais criativos.
Há no entanto, um pormenor que me causa alguma confusão, principalmente, por vir “bem habituada” do mundo Android. Para ajustar as definições da câmara, não é necessário sair da app Câmara. No caso do iPhone, estranhamente, é necessário aceder às definições gerais, para depois, então, poder ajustar os parâmetros.
O modo noturno… que impressiona
O iPhone 11 Pro Max tem um novo “Modo Noite” que é ativado automaticamente em ambientes escuros. No entanto, a opção pode ser ajustada, conforme as preferências do utilizador. Basicamente, este modo noturno aumenta o tempo de captura pelo que é necessário mais estabilidade no momento de fotografar.
Comparando com outros modelos que também oferecem bons resultados em captação através do modo noite, o iPhone impressionou. Mas sejamos realistas, o Huawei P30 Pro, por exemplo, consegue resultados semelhantes, em alguns casos captando ainda mais detalhes.
Aqui é claro que está a funcionar aquilo que a Apple apresentou como Deep Fusion, o que diminuiu bastante o ruído das fotos. De forma resumida, são captadas 9 imagens, que depois são agrupadas, criando uma imagem final. Antes mesmo do utilizador carregar no obturador, 4 dessas imagens já foram captadas.
O que é o Deep Fusion?
Conforme foi apresentado, os novos iPhones 11, 11 Pro e 11 Pro Max trazem suporte ao novo recurso Deep Fusion. Esta tecnologia aparece na versão iOS 13.2. Em grosso modo, esta tecnologia permite que os smartphones utilizem a capacidade de processamento do chip A13 Bionic para compor imagens com menos ruído e com maior qualidade. O resultado é uma fotografia que no fundo é a combinação de uma série de fotos extras que o dispositivso gera sem que o utilizador interfira ou se aperceba.
Assim, o Deep Fusion funciona a partir de nove imagens que são combinadas para formar a foto final. Antes mesmo do utilizador clicar no botão que dispara o obturador na app de câmara, o iPhone já gerou pelo menos quatro dessas fotos. Depois do clique, mais quatro fotos são formadas, complementadas ainda por uma última captação de maior tempo de exposição.
Todas as imagens são analisadas imediatamente, de forma que os recursos de processamento de Inteligência Artificial do A13 Bionic identifiquem as melhores amostras entre cada uma delas. Na sequência, o iPhone combina estes melhores fragmentos de cada foto para a formação da imagem final.
O resultado são das fotos formadas com Deep Fusion tendem a ter melhor contraste e nitidez, além de beneficiarem de um tratamento que reduz o nível de ruído. Nas fotografias, o ruído é aquela distorção formada por pequenos pontos multicoloridos espalhados na imagem, comuns especialmente em fotografias captadas em locais com pouca iluminação.
Depois o trabalho é do processador A13 Bionic que fará rapidamente uma compilação dessas imagens, apresentando um resultado final com mais detalhes e menos ruído.
Retratos
O modo retrato está melhor que nos modelos anteriores. Como tal, tem cores mais fiéis e consegue capturar muito bem os detalhes, conseguindo lidar muito bem com vários tipos de luminosidade. Aqui, uma vez mais, o modo noturno volta a fazer dos seus milagres.
O efeito desfocado ajustável e os próprios efeitos que podem ir sendo adicionados, elevam a qualidade.
Por fim, nos exemplos seguintes, apresentamos fotos captadas no modo automático e outras captadas em modo retrato.
Zoom 2x e Ultra grande angular
A capacidade de fazer zoom ótico duas vezes deve ser valorizada… ainda que este limite já tenha sido ultrapassado. No entanto, os resultados são muito bons, mesmo com modo noturno.
Já a utilização da câmara ultra grande angular deixa muito a desejar. O efeito “olho de peixe” está muito presente. Assim, os elementos captados, acabam por ficar deformados. Neste caso, o melhor mesmo é nem tentar fotografar pessoas…
Além disso, esta câmara não oferece nem foco automático nem modo noturno.
Selfies
No campo das selfies, a Apple não quis continuar atrás da concorrência mais direta, e isso é notório. Assim, a câmara de selfies melhorou substancialmente, oferecendo resultados mais interessantes em diferentes ambientes.
Em vídeo
Em termos de vídeo, o novo iPhone 11 Pro Max consegue gravar em 4K com estabilização de imagem, a 60 frames por segundo. Além disso, este ano a captura de vídeo inclui alcance dinâmico extendido, o que significa que o novo Pro Max é capaz de capturar vídeo a 120 frames por segundo. Além disso, o novo smartphone da Apple usa esses frames extra para produzir vídeos com melhores cores e maior contraste.
Por outro lado a câmara frontal agora filma em 4K e consegue capturar slowfies, ou se não gostar deste termo, selfies em slow motion.
Veredicto
A palavra produtividade está intimamente ligada a este smartphone da Apple. Um ecrã generoso, um processador potente, o mais sofisticado software, câmaras com resultados profissionais, são apenas alguns dos seus atributos. A juntar a eles, claro, a excelente autonomia que finalmente é digna de um iPhone.
O preço é claro que exige que assim o seja. Apesar de alguns pequenos aspetos negativos, a avaliação final é muito positiva.
Análise elaborada com a colaboração de Tomás Santiago.