De esquemas de lucro fácil a burlas românticas, os utilizadores mais idosos continuam a ser o grupo mais suscetível a fraude online. Conheça alguns dos principais métodos dos burlões – e como os evitar.
Os idosos tendem a correr um maior risco de burla online do que os seus filhos ou netos, gerações mais novas que cresceram com certas tecnologias e que as navegam com maior facilidade, alerta a ESET, empresa europeia líder em soluções de cibersegurança. Fatores como a iliteracia digital, ou até a desinformação digital durante a pandemia da COVID-19, resultou num maior número de casos de idosos vítimas de fraudes, burlas e outros esquemas maliciosos nos últimos anos.
O impacto destas burlas pode ser devastador para pessoas reformadas sem qualquer fonte de rendimento para substituir as poupanças perdidas pelos burlões, e com conhecimentos informáticos para se precaverem. Se é o seu caso ou se é um familiar preocupado, a ESET aborda os 10 principais métodos de burla digital aos quais é necessário estar atento.
1. Phishing
Uma das ameaças mais comuns na Internet é o phishing. Um email, um telefonema ou uma mensagem privada nas redes sociais chega sem ser solicitada. O burlão faz-se passar por uma entidade legítima e começa por pedir informações, como números de conta bancária, ou pede que a vítima aceda a um site.
A primeira situação pode permitir o roubo de informações sensíveis ou contas bancárias, enquanto a segunda pode levar ao download de malware concebido para roubar mais dados ou bloquear o computador.
2. Burlas românticas
Identificado como um dos tipos de burla mais frequentes em Portugal pela Linha Internet Segura, gerida pela APAV, as burlas românticas começam quando os burlões criam perfis falsos em sites de encontros, fazem amizade e sugerem interesse romântico a pessoas solitárias, com o objetivo de extorquir o máximo de dinheiro possível.
As razões associadas ao comportamento fraudulento muitas vezes envolvem supostas despesas médicas ou deslocações para ver a pessoa amadas – motivos que nunca correspondem à realidade.
3. Cuidados de saúde
O burlão faz-se passar por um representante de uma empresa de seguros de saúde, com a intenção de obter informações pessoais e médicas que podem ser vendidas a outras pessoas para cometer fraudes em matéria de seguros. Podem fazê-lo por email, contacto telefónico ou até pessoalmente.
4. Apoio técnico
Um dos métodos mais antigos de burlas telefónicas, através do qual o burlão se faz passar por uma entidade legítima, como uma empresa de telecomunicações, e garante que há algo de errado com o seu computador.
O contacto pode surgir sem razão, ou pode-lhe ser pedido que ligue para uma “linha de apoio” depois de aparecer um pop-up inofensivo no seu PC. Tentam ganhar dinheiro com o utilizador, oferecendo “proteção” ou “atualizações” desnecessárias ao computador, o que pode resultar no bloqueio de dados, o qual será removido após o pagamento de uma quantia.
5. Compras online
Os burlões criam lojas online com aspeto legítimo e depois atraem os utilizadores para as visitarem através de emails de phishing ou mensagens de texto ou de redes sociais. Os artigos são frequentemente marcados com ofertas incríveis. No entanto, os produtos são contrafeitos, roubados ou inexistentes e o verdadeiro objetivo é roubar os dados do seu cartão.
6. Chamadas automáticas
As chamadas automáticas baseiam-se em tecnologia automatizada para assediar um grande número de destinatários de uma só vez. Uma mensagem pré-gravada pode ser utilizada para oferecer produtos gratuitos ou com grandes descontos; ou pode ser utilizada para assustar o destinatário e levá-lo a responder, por exemplo, dizendo-lhe que está a ser alvo de um processo judicial iminente. Se responder, os burlões tentarão obter as suas informações pessoais e financeiras.
7. Falsificação de identidade governamental
Tal como as burlas de apoio técnico, estas são normalmente realizadas por centros de atendimento telefónico baseados no sul da Ásia. Nesta versão, o burlão telefona e faz-se passar por representante de uma organização governamental, exigindo o pagamento de impostos em atraso ou outros tipos de pagamentos. Avisam agressivamente que não pagar pode levar à prisão ou a outras penalidades.
Inesperadamente, recebe um telefonema de alguém que lhe diz que ganhou uma lotaria ou um sorteio, e para reclamar o prémio apenas precisas de pagar uma pequena taxa de processamento ou um imposto. É claro que não há prémio nenhum – a não ser para o golpista.
9. Família falsa
Outro fenómeno recente, que envolve mensagens de um familiar em perigo. Começam com “Olá avó, sabe quem é?” ou “Pai, preciso de ajuda”, e depois prosseguem com uma história destinada a persuadi-lo a dar dinheiro para remediar um qualquer infortúnio. Normalmente, pedem uma transferência de dinheiro ou pagamentos através de aplicações.
Podem até pedir que mantenha tudo em segredo. Em algumas variantes desta burla, o burlão faz-se passar por um agente da autoridade, um médico ou um advogado que está a tentar ajudar o familiar. Os avanços da inteligência artificial permitem criar “deepfakes” de vários tipos, simulações avançadas que permitem imitar a voz de um neto em apuros – em dúvida, um dos piores pesadelos para avós.
10. Burlas de investimento
O método mais lucrativo para os cibercriminosos nos últimos anos. Refere-se a esquemas de enriquecimento rápido que prometem baixo risco e retornos garantidos, muitas vezes através de investimentos em criptomoedas. Na realidade, todo o esquema é construído sobre areia – menos que isso, na verdade.
Como se manter seguro
Embora as táticas dos burlões possam mudar, as boas práticas mantêm-se bastante consistentes. Lembre-se do seguinte para se manter seguro:
- Se uma oferta é demasiado boa para ser verdade, normalmente é.
- Trate qualquer contacto não solicitado com desconfiança. Se quiser responder, nunca responda diretamente a uma mensagem. Em vez disso, procure no Google a instituição remetente e telefone ou envie um e-mail em separado para confirmar.
- Mantenha-se calmo, mesmo quando for importunado ao telefone. E não forneça nenhuma informação pessoal.
- Não confie na identificação do autor da chamada, pois pode ser falsa.
- Utilize a autenticação multifatorial nas suas contas para reduzir o risco de alguém roubar os seus dados de acesso.
- Nunca envie dinheiro através de transferências bancárias, aplicações de pagamento, cartões de oferta ou criptomoedas, uma vez que não há forma de o pedir de volta em caso de fraude.
- Não clique em ligações nem abra anexos em emails, SMS ou mensagens privadas nas redes sociais.
O que fazer se tiver sido vítima de uma burla
Se pensa que pode ter sido vítima de uma burla, denuncie o caso às autoridades, ao seu banco (se estiverem envolvidos dados financeiros) ou autoridades de defesa do consumidor. É também uma boa ideia redefinir as suas palavras-passe se as tiver entregue a um potencial burlão. E se tiver familiares idosos com quem esteja preocupado, considere uma solução de cibersegurança completa e intuitiva como o ESET Home Security Premium.