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Análise Nokia Lumia 900

Há telemóveis e telemóveis. Uns maiores, uns mais pequenos, outros mais redondos que outros, uns mais bonitos, uns menos atraentes. No final a maior parte passa despercebida. A série Lumia da Nokia faz parte do grupo de dispositivos que marcam a atualidade e não há ninguém que não os distinga dos demais.

Foi com este pensamento que a Nokia e a Microsoft conceberam um aparelho para alargar a sua carta do segmento Lumia. Já existia o 700 e o 800 mas faltava algo com um ecrã maior para ir de encontro a evolução do mercado.

Foi assim que nasceu o Nokia Lumia 900.

Hardware e design

É sempre desafiante sair do nosso ecosistema normal para testarmos dispositivos diferentes com sistemas operativos diferentes – foi com esta postura que enfrentei o Sr. 900. Habituado a telemóveis grandes com ecrãs acima das 4’5 polegadas testar um com estas dimensões (preview – tem as dimensões e specs do Nokia) foi tarefa fácil… mas nem sempre agradável. A forma rectangular do Lumia com as extermidades algo quadradas magoa as mãos após algum tempo de uso e não facilita muito a sua utilização pois acaba por ser muito difícil chegar aos pontos mais afastados do polegar… algo que não acontece com o seu irmão mais novo, o Lumia 800, por este ter um ecrã de 3’7 polegadas.

Ainda falando do ecrã, este dispositivo tem um painel AMOLED, muito conhecido pela sua utilização nos famosos Galaxy S, Galaxy S2 e Galaxy S3 (entre outros). As grandes vantagens são os pretos serem perfeitos e cores muito vivas e concentradas… mas infelizmente não sei se devido às drivers do Kernel ou pela fraca calibração do painel as cores estão demasiado saturadas no Lumia 900, o que tira algum realismo na visualização de páginas web com muitas imagens ou simplesmente a navegar na galeria. Em termos da resolução escolhida o padrão do Android já se tornou 1280×720 principalmente em ecrãs com dimensões generosas (4’0 para cima), e no iPhone é a famosa 960×640 com ecrãs de 3’5 polegadas. Tendo em conta esta informação é completamente descabido a Microsoft e a Nokia terem fabricado um dispositivo com uma resolução de 800×480 com um ecrã de 4’3 polegadas… não faz mesmo sentido e nota-se claramente uma falta de definição sobretudo a ler texto comparando com um Galaxy Nexus, por exemplo, que saiu antes deste Lumia 900.

Neste capítulo onde este aparelho se sobressai é no design. Seguindo o seu irmão mais novo este Sr. 900 transpira sensualidade. O revestimento a policarbonatos de alta qualidade é fantástico. É um telemóvel que dá prazer em apertar, em usar, em tocar e em abusar. Não se sente plástico e parece um aparelho “a sério” e não um de “brincar” como outros em que se sente o plástico a ranger quando os apertamos. Tem um look futurista ao mesmo tempo que é sóbrio e discreto. A Nokia sempre se excedeu na qualidade de construção dos seus aparelhos, e neste não ficaram nada atrás.

O SoC (System on a Chip) deste dispositivo tem duas maneiras de se avaliar – por um lado está ultrapassado quando se compara com os flagships de outros OEM’s com Android em que já há quad-cores com 2GB de RAM, mas para aquilo que o Windows Phone 7.5 precisa não se nota uma única ponta de lag ou lentidão. Todas as operações que lhe atribuí foram superadas com sucesso, e não notei necessidade de ter mais cores ou mais RAM. Claro que para o futuro e para a evolução natural das coisas o Lumia 900 não tem argumentos suficientes em termos de poder de processamento bruto, mas por enquanto aguenta bem o sistema operativo e as suas aplicações.

Camera Quem conhece as câmeras que os Nokias utilizam, está concerteza familiarizado com as lentes Carl Zeiss e com a sua qualidade. Este Lumia 900 é equipado com essas famosas lentes, mas infelizmente não é suficiente para que esta câmera tire fotos com boa qualidade. Fiquei extremamente desapontado pois tinha grandes expectativas e tendo em conta que um dos headlines da Microsoft em que os Windows Phones são para captar momentos chave com rapidez, então esperava-se muito mais.

A gravação a 720p é aceitável, nada que deslumbre mas cumpre o seu trabalho.

Bateria e software

Longe vai o tempo em que o nosso Nokia 3310 aguentava 1 semana sem ser carregado. Mesmo com muito jogo de Snake ou Space Invaders era possível estar dias e dias sem sequer pensar num carregador. Os ecrãs aumentaram, os processadores estão cada vez mais fortes, temos radios 3G e 4G que nos sugam muita bateria… enfim esse tempo acabou. Desde então que um dos principais focos quando se vai à procura de um telemóvel para comprar é a sua autonomia. Devo dizer-vos desde já que nesta vertente o Lumia 900 é simplesmente fantástico. A bateria dura e dura e dura e ainda se estivermos um pouco aflitos ainda há uma opção no sistema para poupança de energia. Isto não é só mérito da Nokia, é também muito mérito da Microsoft pela implementação robusta do seu sistema. Não vi nenhum leak de bateria contrariamente aos constantes leaks que acontecem no Android e funciona muito ao estilo do iPhone na sua gestão de processos e bateria, o que me agrada substancialmente.

A nível de software este dispositivo feito pela Nokia está à mercê do bom e do mau do sistema do gigante de Redmond. A parte boa é que o sistema é mega fluído, sem breaks e tudo suave. O Marketplace está muito maior desde a última vez que tive um Windows Phone para testes, e já conta com uma carta de aplicações muito maior e muito mais maduro. O pacote de aplicações base também é sólido e em conjunto com a app do Office oferece uma boa versatilidade. Deixo uma nota especial ao browser, o Internet Explorer, que continua a ser o meu browser favorito em todos os sistemas operativos móveis. Rápido, flúido, rápido… e flúido.

A parte má está um pouco ligada à minha experiência com o Android, portanto aqui pode ser mais opinião pessoal do que propriamente uma verdade absoluta ou uma opinião geral do Pplware. Quando uso o Windows Phone sinto-me algo “preso” e limitado quanto ao nível de escolha de personalização. Tal como acontece com o iOS estamos completamente limitados às escolhas da empresa responsável. O que sinto é que aquilo que uso e que estou a ver é apenas o que está disponível. No Android a possibilidade de personalização é imensa e é algo que me deixa triste não poder estar presente neste sistema. O Metro UI é também um pouco limitativo e deixa me algo “nervoso” pois vejo imenso espaço de ecrã desperdiçado, principalmente no desktop. Claro que isto nao se observa nas aplicações disponíveis, mas sim na navegação dentro do sistema e entre menus.

Conclusão O Windows Phone é um sistema operativo muito sólido e muito consistente. Está feito para quem não quer mexer muito no sistema para este funcionar – ao contrário de alguns Androids em que é preciso modificar muita coisa para ficar no ponto. Mas não oferece o mesmo nível de profundidade que um Android oferece. Eu gostei muito de o utilizar e se não fosse um aficionado utilizaria este aparelho para o dia a dia.

Desde já um agradecimento à Nokia por ter fornecido ao Pplware o Lumia 900 para fazermos esta análise.

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