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Sony: o futuro cada vez mais incerto dos seus smartphones Xperia

Num só dia, Kazuo Hirai anuncia a reforma e a empresa encerra mais uma das linhas de produção na China. O primeiro terá agora o merecido descanso após ter guiado a marca durante um dos períodos mais conturbados. O segundo, porém, deixa-nos com dúvidas face ao futuro dos smartphones Android da linha Sony Xperia.

Assim, debruçámo-nos agora sobre o atual estado da Sony, desde a saída do respeitado CEO, ao estado do seu departamento mobile e, acima de tudo, se terá alguma chance de singrar no mercado de dispositivos Android.


Kazuo, (na imagem acima à esquerda), é um rosto bem conhecido e querido no seio da Sony. A empresa deve-lhe imenso, sobretudo após ter herdado uma empresa em profunda recessão, corria o ano de 2012. Entretanto, a mesma Sony passou do vermelho na ordem dos 6,4 milhões de dólares (em 2011), para melhores praias.

A Sony deve imenso ao ex-CEO Kazuo Hirai

Por conseguinte, foram necessários vários cortes, contenção de custos e uma profunda reordenação das prioridades da empresa. Aliás, estas passaram a ser o Gaming (o exemplo paradigmático sendo a PlayStation), bem como a Imagem (fotografia, câmaras, sensores). Por outras palavras, a Sony tal como a hoje conhecemos.

O resultado? De acordo com o relatório fiscal de 2017, a empresa registou 6,7 mil milhões de dólares em receitas. Com efeito, pouco depois, Kazuo Hirai passou o cargo de CEO a Kenichiro Yoshida no dia 1 de abril de 2018, tendo este herdado uma “nova” Sony. Porém, já aí o departamento mobile se debatia com dificuldades.

Desde que passei o testemunho de CEO a Yoshida-san em abril do último ano, liderei o painel de administração na Sony. Aí, tive oportunidade de garantir uma transição suave, bem como apoiar e auxiliar na gestão da empresa. Agora, estou seguro que a Sony está firmemente liderada por Yoshida-san e terá um futuro radiante pela frente. Por conseguinte, decidi retirar-me da Sony, algo que tem feito parte da minha vida durante os últimos 34 anos – Kazuo Hirai.

Encerra-se uma era para a Sony com a saída de Hirai

Hirai deixará definitivamente o cargo que atualmente ocupa – Presidente do Conselho de Administração – a 18 de junho. Ainda assim, receberá o título de conselheiro emérito, podendo auxiliar a empresa, caso tal se revele necessário. Assim, o futuro da tecnológica japonesa passará pelas mãos de Kenichiro Yoshida que terá de dedicar nova atenção aos smartphone Android da linha Sony Xperia. Um dos espinhos na face desta gigante.

Ainda que a “queda” da Sony no mercado dos smartphones não seja comparável, por exemplo, a uma BlackBerry (e muito menos à Nokia), certo é que os seus smartphones Sony Xperia não são bem acolhidos pelos consumidores. Aliás, a quota de mercado dos dispositivos Android da linha Xperia tem definhado.

A queda do departamento mobile, responsável pelos smartphone Sony Xperia já não é recente. Aliás, os relatórios fiscais da empresa mostram-nos uma contração crónica deste setor que nada traz à tecnológica senão prejuízos. Esta será, seguramente, uma das principais prioridades para a nova gestão – o que fazer aos Xperia.

O departamento de smartphones Sony Xperia

Mais ainda, de acordo com as estimativas oficiais da empresa, este ano a marca almeja vender 6,5 milhões de unidades. Um valor irrisoriamente baixo, especialmente se compararmos estes números com as estimativas de outras empresas como, por exemplo, a Samsung. A sul-coreana espera vender 10 milhões de unidades da geração Galaxy S10 durante o primeiro mês de presença no mercado.

Uma pequenez que não se coaduna com as ambições da Sony. Porém, neste momento torna-se difícil auspiciar um bom futuro para os seus smartphones Android, especialmente à luz do novo relato da Reuters. De acordo com esta agência de notícias, a Sony vai encerrar a sua linha de produção em Pequim, na China.

O encerramento desta linha de produção em Pequim não será acompanhado de nova aposta noutro país como, por exemplo, a Tailândia. A produção de smartphones Android da linha Sony Xperia vai abrandar, mais uma vez, com o intuito de reduzir as despesas, em até cerca de 50%, no problemático setor mobile.

Por fim, recordamos o compromisso reiterado da empresa em não abandonar o mercado de smartphones. Aliás, agora que a nova revolução 5G já se avista no horizonte, poderá ser a oportunidade perfeita para a empresa recuperar o fôlego perdido ao longo dos últimos anos.

Ainda assim, o gradual desmantelamento do seu departamento mobile não nos deixa otimistas. Esperamos, claro, pelo melhor desfecho possível, mas os factos não são auspiciosos para a empresa do sol nascente.

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