Há muitos anos que a formula dos operadores é sempre a mesma. Obrigam os clientes a terem os seus equipamentos bloqueados e a pagarem um valor, muitas vezes elevado, para terem os seus equipamentos libertos.
O Canadá resolveu agora mudar esta posição de uma vez por todas e, no país, as operadoras passam a ter de vender os telefones desbloqueados e não cobrar para desbloquear os atuais.
Uma prática que todos conhecemos e que insistentemente repudiamos aos operadores de telecomunicações é a de venderem equipamentos bloqueados, não permitindo que estes possam ser usados noutras redes.
No Canadá, onde esta situação acontecia, a entidade reguladora das telecomunicações resolveu intervir e passou a obrigar que os operadores passem a vender os equipamentos livres da rede e sem qualquer bloqueio. Para além disso, todo e qualquer telefone bloqueado deverá ser obrigatoriamente desbloqueado pelas operadoras, sem que seja exigido qualquer valor ao cliente.
Durante algumas audiências realizadas antes da tomada da decisão, a CRTC (Canadian Radio-television and Telecommunications) ouviu vários operadores. Todos argumentaram que caso a decisão avançasse, os custos teriam de ser passados para os clientes, de formas menos claras.
Estas situações acontecem em quase todos os países do mundo, onde os operadores vendem os equipamentos bloqueados e cobram valores elevados para que os clientes os possam usar noutras redes.
Em Portugal a situação não é diferente, com a maioria dos operadores a vender equipamentos que não podem ser usados noutras redes e cobrando valores demasiado elevados para que esta situação seja alterada.
Não se antevê que esta situação seja alterada no futuro imediato, sendo esta uma fonte de rendimento para os operadores. O problema deveria ser resolvido da mesma forma que os operadores canadianos parecem ir usar, delegando nos clientes o pagamento destes valores, se bem que de forma encapotada e sem ser declarado que é uma taxa de desbloqueio.
A mudança na lei no Canadá poderá ser benéfica para os consumidores, caso o governo monitorize a posição das operadoras. Apesar de ter sido agora aprovada, deverá entrar em vigor apenas em dezembro deste ano.