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Análise HTC One X – O melhor smartphone do mundo

Quando o HTC One X foi mostrado ao mundo na Mobile World Congress todo o mundo do Android ficou surpreendido com as suas características. Muitos apelidaram este terminal como sendo o melhor smartphone Android do mundo, e outros tantos como sendo o verdadeiro iPhone killer.

Muita tinta correu desde o seu lançamento há pouco mais de 3 semanas e por muito que se fale não há nada como o ter na mão. Foi possível vê-lo pela primeira vez nas primeiras impressões e é nesse seguimento que hoje vos apresentamos o melhor Android alguma vez construído: o HTC One X.

Para estar de acordo com o adjectivo “fundamentalista” que me foi colocado há umas semanas o título que escolhi para esta análise fala por ele. O HTC One X é neste momento o melhor smartphone do mundo. Temos o melhor hardware a trabalhar com o melhor Android, o Ice Cream Sandwich, uma combinação explosiva e muito apetecível para qualquer entusiasta da área das tecnologias.

Em todas as gerações de hardware houve sempre um dispositivo Android que se destacou mais que os outros, quer seja por ser novidade, por ser extremamente bom, ou por representar o começo de uma nova era. O One X é sem dúvida um marco a nível de hardware. É o primeiro smartphone do mundo equipado com um CPU quad-core, o que significa que poder de processamento não vai faltar na hora de se jogar Shadowgun (versão Tegra3) com o wifi ligado em plano de fundo a fazer syncs dos emails e a ouvir música ao mesmo tempo que se joga. Significa que vamos andar com um aparelho eletrónico no bolso mais pequeno que a palma da nossa mão e mais potente que o nosso computador pessoal.

Para vos enquadrar é importante dar a conhecer por termos técnicos o modo de funcionamento deste Tegra 3. Este CPU é de facto um 5 core, 4 cores + 1 companion core. Os 4 cores funcionam em conjunto para tarefas que requerem mais processamento enquanto que quando a carga é menor o Tegra 3 desliga esses 4 cores e liga o companion core num modo especial para poupar bateria. Em teoria os 5 cores são CPU normais Cortex A9, mas a NVIDIA conseguiu arranjar forma de poupar bateria usando apenas um core especial destinado apenas para power saving. Foi interessante ir procurar nos ficheiros do Kernel e tentar perceber como este processo funcionava e é engraçado que o próprio Kernel não detecta o 5ºcore, listando apenas um cpu0, cpu1, cpu2 e cpu3. Entrando um pouco em especulação eu acredito que esta gestão seja feita por uma microkernel da NVIDIA que corre a um nível muito baixo e que controla quando e quais os cpus a serem usados sem qualquer intervenção do sistema. Veremos até que ponto esta implementação é útil, mas na minha opinião é mais prejudicial do que outra coisa.

Os 12 cores GPU também não lhe ficam atrás em termos de poder de processamento gráfico. A capacidade do GPU em correr jogos em alta definição, feitos de propósito para puxar a máquina ao limite é incrível e tem me deixado a boca aberta cada vez que me apetece dar uns tiros no Shadowgun, ou fazer umas corridas de motas de água com o Riptide. Fazer scroll em páginas web como o “The Verge”, que como têm muita informação são difíceis de renderizar em dispositivos mais fracos, (até o meu Galaxy Nexus com GPU na velocidade stock tem dificuldades em renderizar a página como deve ser e arrasta-se um pouco) é uma maravilha. Tudo flui, não há quebras…parece que finalmente há um Android que não tem lag. Para termos de comparação fiz 5 benchmarks para mostrar o poder deste One X:

Ainda há muito que falar no campo do hardware, nomeadamente do ecrã. É sem qualquer dúvida o melhor ecrã alguma vez utilizado num dispositivo Android, não há um único pixel à vista em qualquer circunstância, e estamos a falar e um painel de 4’7 polegadas. A resolução de 1280x720p também ajuda e muito à qualidade deste ecrã. As cores estão muito bem representadas e fidedígnas o que torna a experiência de utilização deste Super Clear LCD 2 absolutamente fantástica. A nível de brilho é também fantástico. Não arranjo outra coisa que não sejam adjectivos para a qualidade apresentada por este painel. A única característica em que é menos bom é na representação da cor preta, sendo o AMOLED o rei e senhor nesse campo. De resto não tenho uma única falha a apresentar, os meus parabéns à HTC.

Uma das características mais importantes para mim na hora de escolher um telemóvel novo é a sua qualidade de som e aqui o One X volta a não falhar. O branding “Beats Audio” é uma peça muito importante na qualidade de som apresentado por este terminal. Para quem não sabe o “Beats Audio” é apenas um equalizador de som e é o escolhido como padrão. Basicamente torna o som mais nítido, mais natural e com um pouco de extra bass. Isto com um par de headphones de qualidade temos uma das melhores experiências de som num smartphone e é algo que não dá para ser explicado, só ouvido. Nota altíssima para a HTC.

O aspecto físico deste terminal foi também uma das características mais faladas deste o dia em que foi anunciado. A primeira coisa que se pensa quando se vê o One X é que ele é lindíssimo, facto confirmado pela minha namorada que por mais Androids que comprasse na sua opinião são todos feios ao contrário deste que gostou à primeira vista. O revestimento em polycarbonato, com uma ligeira curvatura para encaixar melhor na mão, foi uma aposta ganha pois não se sente os típicos plásticos que estão presentes em quase todos os Androids e dá um toque premium ao telemóvel, principalmente no modelo em branco. O facto de não ser possível retirar a bateria também lhe dá alguma elegância e robustez, ao mesmo tempo que lhe retira polivalência em caso de crash do sistema.

Passando para a camera há muito que se possa dizer aqui. Há quem diga que a camera do One X é fantástica, há quem diga que é normal… Pois bem eu acho que é uma camera de topo por variadíssimas razões: tem um chip dedicado mais ou menos como a Apple fez com a camera do iPhone 4S, que nos permite tirar fotografias praticamente instantâneas depois de se premir o botão, permite-nos tirar 20 fotografias sequenciais em poucos segundos, gravar em Full HD com toda a fluidez do mundo e tudo com uma qualidade muito acima da média. O software da camera da HTC é também absolutamente fantástico. Podemos aplicar filtros que são visíveis em tempo real e não aplicados por cima da fotografia como faz por exemplo o Instagram, temos HDR e ainda outras mil e uma opções para podermos tirar as nossas fotos favoritas. Esta camera tem também outra particularidade, quando filmamos podemos tirar fotografias sem sair do modo de gravação. Uma funcionalidade fantástica e muito útil para não escapar aquele momento. A qualidade das fotos é óptima e recomendo vivamente. Abaixo a diferença entre HDR activo e HDR desactivado. Ambas as fotografias foram tiradas com pouca luz só com o flash do telemóvel. A galeria total está disponível no fim do artigo.

A bateria neste terminal é um pouco difícil de qualificar pois está directamente ligada ao Sistema Operativo e ao Sense 4 (mais abaixo). Na versão da HTC que veio de origem, a 1.26, a bateria estava um pouco abaixo do aceitável, mas com o lançamento do OTA 1.28 da HTC esse problema ficou resolvido e agora temos um nível bastante aceitável de duração de bateria. Com 3G ligado o dia todo tenho conseguido chegar às 3 horas de ecrã até a minha bateria chegar ao fim. É um óptimo resultado tendo em conta a quantidade de energia que este ecrã e este hardware consome. Tudo isto vai ser melhorado com o tempo a partir de actualizações vindas da HTC e alterações feitas no Kernel (infelizmente a HTC ainda não lançou os sources…), mas estou bastante contente com a autonomia mostrada pelo HTC One X.

O HTC Sense tem dividido muitos utilizadores ao longo dos anos, uns adoram, outros odeiam. Eu era intermédio pois nunca tinha tido nenhum HTC, mas sinceramente estou algo satisfeito com o Sense 4 apresentado neste terminal. Ainda está algo pesado comparado com a interface Stock do Ice Cream Sandwich mas não é nada de muito mau. Continua com o problema de fundo que é a de grande utilização de memória RAM e dos mil serviços que correm em background, muitos deles a sugar bateria sem necessidade. Em termos de aspecto gráfico podem esperar uma actualização agradável do aspecto do Sense, menos grosseiro e mais limpo comparado com as versões anteriores. Uma das grandes vantagens do Sense UI é a enorme quantidade de widgets para todo o tipo de utilização, tamanho e feitio, e nisso o Sense 4 não desaponta. De resto contém com uma bela integração com as redes sociais, com serviços de email Exchange, Gmail, Skydrive, Dropbox, Twitter, Facebook, LinkedIn, Hotmail e por aí fora. Está uma interface polida e bem constituída, mas não se compara à experiência stock do Ice Cream Sandwich. O teclado da HTC também não é grande coisa e sem qualquer tipo de necessidade coloca umas barras de scroll na parte inferior por baixo do teclado o que nos retira algum espaço de ecrã quando se está a escrever mensagens. De notar o grande esforço da HTC para lançar a sua linha One com o Android 4.0.3 ao contrário de outras empresas que ainda estão a lançar com o velhinho Gingerbread.

Apreciações finais

Por fim, e como devem estar fartos de ler adjectivos, ainda vou fazer mais uns quantos. É notório o trabalho e dedicação por parte da HTC na hora de planear e de criar este terminal. É sem qualquer dúvida o melhor Android já alguma vez produzido. Tem o melhor hardware do mercado, é lindíssimo, tem uma qualidade de som fantástica, qualidade de construção muito acima da média, tem o melhor ecrã já alguma vez visto num dispositivo móvel… sinceramente ainda não encontrei um único defeito.

Este telemóvel marca o início da era dos quad-cores em smartphones e eleva a fasquia a um patamar muito elevado em todos os sentidos. Será sem dúvida um dos Androids mais vendidos de 2012. Espero que a HTC continue com esta estratégia de mercado e julgando pela qualidade deste dispositivo muitas coisas boas virão daqui. Aconselho vivamente o HTC One X sem qualquer tipo de reservas.

Aspectos positivos

Aspectos negativos

Galeria

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