Análise ao smartphone Asus Zenfone 2

A Asus tem vindo a destacar-se no mercado dos smartphones de uma forma bastante interessante e, apesar de discreta, é hoje uma das marcas mais cobiçadas por parte dos utilizadores.

Durante as últimas semanas tivemos em análise o Asus Zenfone 2, cedido pela Geekvida, e agora damos-lhe a conhecer este smartphone em pormenor.

Aspectos positivos

• Desempenho
• Aplicações e funcionalidades pré-instaladas
• Qualidade e resolução do ecrã

Aspectos negativos

• Falta de luminosidade nos botões capacitivos
• Qualidade de reprodução de som

 

1 – Características Gerais

O Asus Zenfone 2 é um dos mais aguardados smartphones de gama média em Portugal graças às suas excelentes características aliadas à reputação que a Asus tem vindo a adquirir no segmento dos dispositivos móveis.

Este é um smartphone de 5.5 polegadas com uma resolução FullHD de 1080 x 1920 píxeis e conta a protecção Gorilla Glass 3, já habitual nos ecrãs dos dispositivos móveis. O modelo em análise, de 4 GB de RAM, tem um processador Intel Atom Z3580 quad-core a 2.3 GHz e o GPU é um PowerVR G6430.

Além do modelo de 4 GB de RAM existe ainda o modelo de 2 GB de RAM e poderão ser adquiridos com 16, 32 ou 64 GB de armazenamento interno, expansível através cartão micro SD até 64 GB.

Além do mais, este é um smartphone dual-SIM, que acaba por responder às exigências de muitos utilizadores. A versão do Android é a 5.0 Lollipop com interface própria Asus ZenUI.

A câmara principal tem 13 megapíxeis e a frontal 5 megapíxeis e, apesar dos resultados em geral não serem extraordinários, as suas funcionalidades e modos fotográficos são mais desenvolvidos do que num Android comum.

Dentro da caixa que nos chegou para análise veio incluído o Asus Zenfone 5, o cabo USB/microUSB, o transformador e adaptador para fichas europeias e os manuais de instruções rápidas.

 

2 – Design

O Asus Zenfone 2 tem um design que segue a linha dos seus antecessores, contudo, apresenta algumas alterações que o distinguem.

As dimensões não são de todo as mais bem conseguidas do mercado, além do equipamento ter uma espessura de 10,9 (com um volume de 152,5 x 77,2 x 10,9 mm) ainda pesa 170 gramas. Ainda assim, a curvatura traseira fazem com que seja mais ergonómico do que qualquer outro smartphone com as mesmas dimensões.

Na frente, além do ecrã de 5.5 polegadas, encontra-se o sensor de luminosidade e proximidade, o altifalante e a câmara de 5 megapíxeis, acima do ecrã. Em baixo, os habituais botões capacitivos dos Android: Retroceder, Home e Menu, que tal como o Asus Zenfone 5, não têm qualquer iluminação, o que limita um pouco a utilização em ambientes pouco iluminados ou no escuro.

Em baixo, estão colocados a porta microUSB e o microfone, em cima o jack de áudio de 3,5 mm, o outro microfone, que permite gravação em stereo para vídeo e ainda o botão Power que ganha assim uma nova posição. Esta não é de todo a melhor posição para ele, contudo, tendo em conta as novas funcionalidades de toque associadas ao ecrã, até faz algum sentido que tenha sido deslocado das laterais, laterais essas que já não incluem qualquer botão.

Agora, tal como os smartphones da LG (pioneiros nesta tecnologia), também o Asus Zenfone permite utilizar dois toque no ecrã para o ligar e desligar, sendo para tal desnecessário o botão Power.

Na traseira em cima e a meio estão colocados a câmara de 13 MP e o flash LED, e logo abaixo, tal como já é conhecido dos smartphones da LG, o botão de volume. Em baixo encontra-se altifalante principal que, graças à curvatura do ecrã, não perde qualidade de reprodução ao ser colocado sobre uma superfície plana. Ainda assim, o volume do som é um pouco baixo em quase toda a extensão de ajuste, e mesmo no final, torna-se muito alto (algo comum com o Zenfone 5).

Em relação à nova posição do botão de volume, a mim é algo que me agrada, já que estou habituada devido à utilização diária do LG G2. Na verdade, é muito mais prático o acesso a este botão na traseira do que na lateral dadas as dimensões do smartphone.

A capa traseira é removível e dá acesso aos slots para os dois cartões SIM e para o cartão micro SD e ainda à bateria de 3000 mAh, não removível.

 

3 – Interface, aplicações e funcionalidades

O Asus Zenfone 2 tem a interface ZenUI desenhada sobre o Android na sua versão 5.0, e é claramente distinta da do Android no seu estado mais puro.

O smartphone vem equipado com todas as aplicações comuns do Android e o pack de aplicações da Google. Depois traz ainda aplicações próprias da Asus:

• Do It Later: uma aplicação de gestão de tarefas.
• Poupança de energia: permite escolher entre vários modos de gestão da energia da bateria, sendo possível escolher entre o modo optimizado, o modo de ultra-poupança e ainda personalizar esta gestão à medida de cada utilizador.
• SuperNote: um bloco que notas que permite escrever de forma manuscrita, através de um teclado ou desenhar de forma livre.
• WebStorage: o serviço de cloud da Asus que permite capturar e enviar imagens ou vídeos de forma instantânea, editar ficheiros em .pptx, .xlsx e .docx e ainda trabalhar em equipa através da cloud.
• PC Link: para um interacção entre o smartphone e o PC.
• Remote Link: transforma o smartphone num touchpad, teclado e controlador sem fios para o PowerPoit e Windows Media Player.
• Share Link: para a transferência de ficheiros sem necessitar de ligação Wi-Fi ou rede móvel.
• Party Link: permite que o utilizador se ligue a dispositivos nas proximidades de forma a partilhas imagens de forma automática.
• Modo Criança: o espaço do Asus Zenfone 2 dedicado aos mais novos, com controlo de aplicações e de tempo de utilização.

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Funcionalidades como adaptação do ecrã à leitura, tornando os brancos menos brilhantes, o modo de Luva que torna o ecrã sensível ao toque mesmo entre um tecido ou o modo Não Perturbar que desliga notificações e outras acções seleccionadas pelo utilizador, elevam a produtividade deste Android. Um dos pontos negativos desta interface é o teclado, que não é muito prático à escrita rápida.

A qualidade do ecrã do ZenFone 2 é muito boa conseguindo-se uma reprodução de cores realista e com bom contraste. Em termos de desempenho, este revelou-se um equipamento fluído, tanto dentro das várias aplicações e em transições e animações, quanto na navegação em browser, ou em jogos.

O Asus Zenfone 2 tem alguns inconvenientes, apenas os modelos disponibilizados pela Geekvida e por outras lojas online de proveniência chinesa.

Estes são equipamentos que a Asus disponibiliza para o mercado chinês com ROM própria desenvolvida para o país, que, por exemplo, não tem acesso à Play Store da Google. Contudo, para que estas lojas consigam vender para fora do seu país, aplicam as suas próprias ROM modificadas, para que os utilizadores tenham acesso a todas as funcionalidades da Google a que estão habituados.

No entanto, este processo não permite que sejam feitas actualizações da Asus, bem como invalidam a garantia que a marca pudesse dar ao equipamento.

Esta ROM adaptada ao mercado ocidental é totalmente funcional, ainda que os utilizadores se deparem com várias aplicações pré-instaladas sem grande interesse e com o pedido de várias permissões “aborrecidas” ao início e ainda com uma ou outra mensagem em chinês.

Para resolver a questão das permissões é simples: depois colocar um cartão SIM no smartphone, efectuei o restauro de fábrica, reiniciei o smartphone e os pop-ups de permissões deixaram de surgir. Para resolver a questão da ROM modificada pela Geekvida, é possível instalar o Firmware original da Asus Worldwide/Global, contudo, este é um procedimento que poderá não estar ao alcance de todos os interessados.

O nosso leitor Rafael Marcelino adquiriu um Asus Zenfone 2 pela Geekvida e explica-lhe todo o processo que utilizou, bem como os prós e contras, da alteração do Firmware. Clique em + para conhecer todo o processo.

 

4 – Câmaras

Relativamente às câmaras, a traseira conta com 13 MP com flash de dois tons e a frontal tem 5 MP. Os resultados obtidos, tanto em fotografia como em vídeo são bons, mas nada de extraordinário, um pouco abaixo até do que a concorrência é capaz de fazer.

O que distingue estas câmaras das outras são os modos fotográficos mais completos e que permitem uma captura adaptada a diferentes situações e com alguns efeitos extra, sem necessitar de edição manual. Além do mais, a aplicação vai sugerindo o modo fotográfico mais adequado para os diferentes ambientes em que se encontra.

Com a câmara traseira é assim possível capturar com vários modos, entre os quais:

• Recuar tempo: captura várias imagens durante 2 segundos e permite escolher a melhor
• HDR
• Panorâmico
• Baixa luminosidade: aumenta automaticamente o valor de exposição permitindo aumentar a qualidade da imagens quando o ambiente está mais escuro
• Autorretrato: depois de escolhido o número de rostos que irá ser fotografado, são detectados e é então capturada a fotografia
• Miniatura: permite focar apenas um ponto ou uma parte do que se está a fotografar e desfocar tudo o resto à volta.
• Profundidade de Campo: ideal para fotografar algo em pormenor desfocando a cena de fundo
• Remoção Inteligente: permite eliminar elementos em movimento que não se querem na fotografia, como um carro ou uma pessoa a passar.
• Sorriso de grupo: depois de detectar os rostos, são capturadas várias fotos o que permite escolher, por cara, a expressão melhor, evitando a situação de ter que capturar e voltar a repetir as fotos até que toda a gente fique bem.
• Animação GIF: através da captura seguida de várias imagens é criado um GIF

Veja alguns exemplos de imagens capturadas através do Asus Zenfone 5 em diferentes modos fotográficos e ambientes.

 

5 – Veredicto

À excepção do problema associado à ROM modificada (característica não aplicável aos modelos que a Asus irá disponibilizar para o mercado europeu), o desempenho do Asus Zenfone 2 é bastante satisfatório e está à altura das expectativas. No Benchmark Antutu conseguiu uma pontuação de 41493 que o coloca acima de equipamentos como o Xiomi Mi3, Nexus 5 e LG G3 e muito próximo do Galaxy S5 ou do Xiaomi Mi 4.

Quanto à autonomia não há qualquer aspecto a apontar, a bateria de 3000 mAh dura perfeitamente para dia e meio de utilização, o comum nos smartphones actualmente.

As câmaras, apesar de não terem resultados que coloquem o Asus Zenfone em destaque no segmento médio, têm funcionalidades e modos de captura que acabam por criar alguma distinção.

O Pplware agradece à Geekvida a cedência do Asus Zenfone 2 para análise e ao Rafael Marcelino pela colaboração.