Análise ao Samsung Galaxy Alpha

O Samsung Galaxy Alpha veio ditar a nova aposta da marca numa nova concepção de design dos seus dispositivos, agora com uma construção metálica, respondendo também às exigência dos consumidores.

O Galaxy Alpha foi desenhado com o intuito de atingir um público mais prático, que não está tão preocupado com o hardware do equipamento, mas sim com o seu design e usabilidade. Mas esta contextualização, feita pela Samsung, parece que se perde quando olhamos para as suas características aliadas ao seu preço.

Conheça em pormenor o Samsung Galaxy Alpha através da nossa análise.

Habitualmente, o preço é o primeiro factor para posicionar um equipamento numa determinada gama. No entanto, com o aparecimento de smartphones de origem chinesa, esta teoria começa a cair por terra e temos cada vez mais oferta de topo a preços que nos habituámos a ver em equipamentos de gama média.

Mas o estranho é quando vemos um smartphone a preços elevados, superior até que os de topo de outras marcas conhecidas, mas que depois, em termos de desempenho não se revelam como tal.

O Samsung Galaxy Alpha representa na perfeição o que está de errado no mercado dos smartphones. Apesar do seu design mais atractivo, da sua ergonomia e tamanho, o ecrã, a autonomia e o desempenho em geral deixam muito a desejar num smartphone com um preço médio de 539 euros.

 

1 – Características Gerais

O Galaxy Alpha tem um ecrã Super AMOLED de 4.7 polegadas, com um resolução HD de 720×1280 píxeis, o que acaba por ser uma das maiores desilusões deste smartphone. Conta com um SoC octa-core, composto por um processador quad-core 1.8 GHz Cortex-A15 e um quad-core 1.3 GHz Cortex-A7, e tem um GPU Mali-T628 MP6.

Este smartphone não permite o aumento de armazenamento interno através de micro SD, mas tem 32 GB de ROM o que para muitos utilizadores é mais do que suficiente. De memória RAM tem 2 GB.

Vem com a versão 4.4.4 do Android KitKat integrada, alterada pela sua interface própria TouchWiz.

O Galaxy Alpha está disponível em Portugal nas cores de preto (o mesmo que na análise), dourado, prata e branco.

O melhor deste Galaxy Alpha são as duas câmaras, ambas conseguem resultados bastante satisfatórios, a principal conta com 12 megapíxeis e a secundária com 2.1 megapíxeis.

Dentro da caixa vêm o Samsung Galaxy Alpha, a bateria de 1860 mAh, o carregador e o cabo USB/microUSB, os auscultadores e respectivos acessórios e os guias de instruções rápidas.

 

2 – Hardware e Design

A aposta num novo design, num smarphone mais fino, mais pequeno e mais leve foi, sem quaisquer dúvidas, uma excelente estratégia por parte da Samsung. Este Galaxy Alpha é um smartphone esteticamente atraente e bastante ergonómico.

Mas, tal como o Samsung Galaxy Note 4, existem alguns pormenores em termos de construção que ainda não estão bem conseguidos. Neste caso em concreto, é visível uma pequena folga entre o vidro do ecrã e a estrutura metálica.

Em termos de dimensões, este é o smartphone ideal para quem procura uma marca de qualidade mas não quer um equipamento muito grande, especificamente, tem um volume de 132,4 x 65,5 x 6,7 mm e pesa 115 g.

Na lateral direita está apenas incluído os botão de Power e na lateral esquerda o botão de volume, como vem sendo habitual nos Galaxys.

Em cima encontra-se a entrada para os auscultadores de 3,5 mm e o microfone. Na parte de baixo a entrada microUSB, mais um microfone e o altifalante principal.

O ecrã Super AMOLED de 4.7 polegadas tem uma resolução HD de 720 x 1280 píxeis o que lhe proporciona uma densidade aproximada de 312 pontos por polegada. Esta resolução é claramente fraca para um smartphone de mais de 500 euros. Os píxeis são bem visíveis, os contornos e a definição deixam obviamente muito a desejar.

A utilização com incidência de luz directa não existe qualquer ponto negativo a apontar, encontra-se ao nível da maioria dos equipamentos disponíveis no mercado.

Acima do ecrã encontram-se os sensores de proximidade e luminosidade, a câmara de 2.1 megapíxeis, o altifalante de chamada e o LED de notificações. A baixo, os botões comuns de um Galaxy, os tácteis de Menu e Retroceder e o botão físico Home, com sensor biométrico integrado.

A capa traseira tem um padrão agradável de pequenas cruzinhas que quase parecem pontos. Na traseira vem incluída a câmara de 12 megapíxeis, o sensor de batimentos cardíacos e o LED de flash. A capa é removível dando acesso à bateria de 1860 mAh e ao slot para cartão nano SIM.

 

3 – Samsung Galaxy Alpha em vídeo

4 – O poder do Samsung Galaxy Alpha: a desilusão?

O desempenho do Galaxy Alpha deixa muito a desejar. Seria espectável que um smartphone com processador octa-core, com 2 GB de RAM e um ecrã de resolução mediana, “voasse” em qualquer tarefa, mas infelizmente não é o que acontece.

O TouchWiz mantém-se semelhante ao do Galaxy S5 e esse poderá ser o motivo para os pequenos problemas de desempenho que vão surgindo. Ter várias apps abertas em simultâneo é sinónimo de um sistema mais lento e com bloqueios.

Os vários benchemarks corridos colocaram o Galaxy Alpha no topo, à frente dos melhores, como LG G3, Xiaomi Mi 4 ou até mesmo o Galaxy S5, mas na realidade, na utilização diária, é inferior.

 

Sistema operativo e interface

Relativamente ao sistema operativo e à interface não existem quaisquer novidades. Estamos perante um equipamento Samsung com Android modificado pela interface TouchWiz já conhecida.

É possível a gestão de aplicações em multi-janela, bastando seleccionar as aplicações pretendidas, trabalhar em duas delas em simultâneo. Ao deslizar para o ecrã da esquerda, a partir do Home, o utilizador tem acesso ao agregador de notícias A minha revista e ao clicar de forma continua no botão Home surge o Google Now, o assistente pessoal da Google.

A aplicação S Health permite toda a monitorização da actividade física e alimentar do utilizador, medição do ritmo cardíaco e dos níveis de stress.

O Estúdio é um editor de fotografias e vídeo bastante completo em termos de funcionalidades, de aplicações de filtros, colagens, cortes de vídeo que dispensa qualquer outra aplicação de terceiros.

O Galaxy Alpha conta com ainda com a restante panóplia de aplicações e funcionalidades que já apresentámos detalhadamente na análise ao Samsung Galaxy S5, nomeadamente, o modo de bloqueio, modo privado, assistência de segurança, poupança de energia, Galaxy Essencials e Galaxy Gift, S Note, S Voice, S Planner e PayPal, entre muitos outros.

De referir que os novos wallpapers desenhados para este smartphone têm muitas cores e muito fortes que causam alguma dificuldade em distinguir alguns dos nomes de algumas apps, ou até widgets.

 

5 – Câmara

Na minha opinião, este é o único factor realmente positivo no smartphone. A câmara principal tem 12 megapíxeis, podendo ser capturadas com um tamanho máximo de 4608 x 2592 píxeis, conseguindo resultados bastante satisfatórios nos diferentes ambientes testados.

Na aplicação da câmara não existem diferenças relevantes face a outros modelos, mantendo-se os modos como Focagem Selectiva, onde é possível focar um elemento a menos de 50 metros da câmara e toda a envolvente vem desfocada, sendo possível alternar entre elementos focados e desfocados, ou Passeio Virtual, que permite criar um vídeo através de fotografias do caminho que se percorre.

Em modo de vídeo é possível filmar a 2160p a 30fps e, neste caso, os resultados também são satisfatórios tanto a nível de imagem como de som capturado.

Confira a qualidade das imagens através de alguns exemplos:

 

6 – Autonomia

A bateria removível de 1860 mAh proporciona muito poucas horas de autonomia ao Samsung Galaxy Alpha. Em utilização diária normal não são conseguidas mais do que 9/10 horas em cada ciclo. É óbvio que esta fraca autonomia pode ser compensada com os modos de poupança, contudo, perdem-se grande parte das funcionalidades.

Especificamente, o Galaxy Alpha conseguiu uma autonomia de conversação em 3G de apenas 12, 2 horas, de navegação no browser de 7,9 horas e de reprodução de vídeo de 8 horas.

 

7 – Veredicto

A utilização do Samsung Galaxy Alpha confirmou-se uma verdadeira desilusão. Aquando da sua apresentação em Portugal, no pouco tempo que o pude observar não tinha ficado nada impressionada, mas depois de alguns dias de utilização intensiva, pude comprovar, e agora assumir, que a Samsung falhou neste smartphone.

Na verdade, não se pode dizer que o smartphone é mau, porque não é, tem um bom SoC, muito espaço de armazenamento interno, 2 GB de RAM, mas o seu preço exagerado não corresponde de todo às expectativas.

Para um smartphone da Samsung, com este desempenho, uns 200 euros a menos fariam dele um equipamento muito mais apetecível e as criticas negativas poderiam ser esbatidas, principalmente no que toca à resolução de ecrã, que mesmo sendo igual à do Galaxy SIII consegue ter pior definição que ele.

Ainda assim, o novo design com laterais metálicas, o tamanho, bastante bem conseguido e as câmaras que permitem uma captura de imagens com grande qualidade constituem aspectos bastante positivos.

Aspectos positivos

• Design e tamanho
• Câmara

Aspectos negativos

• Resolução de ecrã baixa
• Bloqueio durante a execução de aplicações
• Autonomia
• Preço exagerado

O Pplware agradece à Onbit e à Samsung a cedência do Samsung Galaxy Alpha para análise.

Samsung Galaxy Note 4