Na semana em que a Google apresentou o seu mais recente projecto, um carro que dispensa condutor, do outro lado do mundo descobriu-se que existia um projecto similar e que também está a ter um elevado grau de sucesso.
Na Universidade de Freie, na Alemanha, foi apresentado um projecto que mostrou também ao mundo um carro que se conduz de forma autónoma. Neste caso existe ainda uma aplicação para iPad que permite que se chame o veículo para a nossa localização e que nos indica a localização do veiculo. Conseguimos desta forma saber quanto tempo vai demorar a nossa boleia.
Estes dois projectos, apesar de similares, têm algumas grandes diferenças, que se devem fundamentalmente capacidade que a Google tem de alocar recursos para este tipo de projectos e dai extrair retorno de forma segura.
No entanto, e apesar dessas diferenças, os resultados apresentados são muito similares. Ambas as equipas conseguem ter carros que conduzem sozinhos, dispensando a intervenção humana, e que conseguem entrar no terrível transito que as nossas cidades nos oferecem hoje em dia.
Fica provado que não são os recursos a ditarem os resultados. Uma pequena equipa conseguiu os mesmos resultados que a grande Google. Tudo depende da capacidade inventiva e do génio das pessoas envolvidas.
O reavivar deste tipo de tecnologias e os resultados animadores apresentados vêm fazer prova de que tem capacidade de evoluir e vêm dar ao mundo uma visão do que poderá ser o futuro.
Para os menos conformados será uma perigosa dependência das máquinas e da tecnologia. Para outros será o culminar de anos de desenvolvimento e mais um passo de gigante rumo à nossa integração plena com a tecnologia.
Mas os perigos inerentes conseguem suplantar as vantagens óbvias? Não estamos a delegar à tecnologia o nosso livre arbítrio? Quem terá a última palavra num momento de decisão? O Homem ou a Máquina?
Na verdade e se pensarem um pouco, vão concordar que estamos já rodeados de máquinas que nos auxiliam e que nos permitem ter algum do grau de conforto e liberdade que nos vai ser dado pela tecnologia apresentada. A diferença é que o grau de inteligência e autonomia que essas máquinas têm é muito reduzido e isso dá-nos o controlo efectivo das acções.
A questão que vos vamos deixar hoje tem pouco a ver com a tecnologia apresentada. Faz antes focos no que ela nos pode trazer, de bem ou de mal!
Estamos nós preparados para dar à tecnologia a capacidade de decidir o que é melhor para nós? Vamos abdicar da nossa capacidade de decisão?
Temos muitos anos ainda pela frente, se é que algum dia lá chegaremos, mas a cada passo dado essa realidade fica mais próxima e vamos ter de saber tomar uma decisão. Estamos preparados para a tomar?