A final do Eurovision Song Contest 2023, em português, Festival Eurovisão da Canção, está marcada para hoje, em Liverpool. No ar desde 1956, o leque de vencedores é, desde essa altura, muito heterogéneo. Mas, afinal, será que há uma fórmula para a música perfeita? Estes especialistas tentaram responder.
Hoje, a terra que viu nascer os The Beatles vai receber os 26 finalistas do Festival Eurovisão da Canção 2023. A concorrer com o peso das Quinas está Marisa Isabel Lopes Mena, mais conhecida como Mimicat, com a música “Ai Coração”.
Como acontece, anualmente, já existem favoritos e potenciais vencedores. Aliás, considerando as fontes que são, normalmente, utilizadas para as estimativas, a vencedora apontada é a sueca Loreen, com Tattoo.
Apesar das estimativas, o perfil dos vencedores não segue um padrão claro, pelo que nem sempre é fácil de prever quem ocupará o pódio. Ainda assim, alguns estatísticos e especialistas em música fizeram cálculos e tentaram estabelecer os parâmetros que tornam as músicas levadas à Eurovisão apelativas para o público.
Embora haja outros parâmetros que podem ser decisivos, os especialistas considerara, a música e as letras para a sua fórmula.
O professor da University of Liverpool e embaixador da Royal Statistical Society do Reino Unido, Liam Brierley, reuniu os resultados da Eurovisão desde o começo, em 1956. Dessa forma, concluiu que há vários fatores que podem aumentar a probabilidade de vencer, nomeadamente, dois:
- Estilo musical – o matemático percebeu que as músicas que ganham mais frequentemente são pop e baladas, com o folclore a funcionar bem
- Número de músicos – os artistas solo têm 15% mais probabilidade de ganhar do que as duplas ou os grupos
Por sua vez, Glenn Fosbraey, reitor associado de humanidades e ciências sociais da University of Winchester, analisou as últimas 20 vencedoras da Eurovisão e chegou a novas conclusões.
Dessas 20 canções, 17 eram em inglês, 17 eram sobre relacionamentos, 13 usavam a palavra “love“, 18 tinham pelo menos uma alusão direta da primeira pessoa para a segunda e todas usavam refrões repetidos. Além disso, a maioria utilizava muitos clichés (ainda que variáveis consoante a época e a cultura) e rimas.
Na realidade, a música perfeita não existe. No entanto, é possível detetar algumas coincidências interessantes que podem, de facto, apontar as preferências dos europeus.