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Fotografia do Ano do World Press Photo espelha a guerra Israel-Hamas

O World Press Photo atribuiu o prémio de Fotografia do Ano à imagem de uma palestiniana abraçada ao corpo da sobrinha, morta a par da mãe e da irmã por um míssil israelita.


Pela lente do fotógrafo Mohammed Salem, da Reuters, na morgue do hospital Nasser, a imagem premiada mostra Inas Abu Maamar, de 36 anos, abraçada ao corpo da sobrinha Saly, de cinco anos, já envolto num lençol branco, após ter sido morta por um míssil israelita que atingiu a sua casa em Khan Younis, na Faixa de Gaza.

Numa publicação sobre a imagem captada dias após o próprio fotógrafo ter sido pai, lê-se que “o júri ficou profundamente emocionado pela forma como esta imagem evoca uma reflexão emocional em cada espetador”.

Composta com cuidado e respeito, oferece um vislumbre metafórico e literal sobre uma perda inimaginável.

O fotógrafo Mohammed Salem descreve a fotografia como um momento “poderoso e triste que resume amplamente o que estava a acontecer na Faixa de Gaza”.

Na mesma comunicação do concurso World Press Photo, lê-se que “a imagem tem várias camadas, representando a perda de uma criança, a luta do povo palestino e as 33 mil pessoas mortas na Palestina”.

Conforme reconhecido pelo júri, este fotógrafo foi premiado pelo mesmo tema há quase uma década, “sublinhando a luta contínua pelo reconhecimento de uma questão tão premente”.

 

Vencedores do World Press Photo

Na categoria de História do Ano, a vencedora foi a sul-africana Lee-Ann Olwage com um trabalho em Madagáscar, sobre como “uma falta de consciência pública acerca de demência significa que as pessoas que mostram sintomas de perda de memória são muitas vezes estigmatizadas”.

Por sua vez, o fotógrafo venezuelano Alejandro Cegarra conquistou o prémio de Melhor Projeto de Longo Prazo com um trabalho sobre migrantes que tentam entrar no México pela sua fronteira a Sul.

Por fim, na categoria de Formato Aberto, a vencedora foi a ucraniana Julia Kochetova. De nome “War Is Personal”, o site “reúne fotojornalismo com um estilo de documentário pessoal de diário que mostra ao mundo como se vive com a guerra enquanto realidade quotidiana”.

As fotografias premiadas vão estar expostas em Amesterdão a partir de sexta-feira e até julho, passando por Portugal entre 29 de julho e 18 de agosto, em Portimão.

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