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Tardes de Cinema…

Por Ricardo Vieira para o Pplware. Esta semana, com a estreia de Exterminador Implacável: A Salvação, o Pplware apresenta um especial acerca da saga criada em 1984. Será uma maneira de conhecer a história da saga, compreender a sua importância na história do cinema, e tentar perceber se valerá a pena este Salvation.

THE TERMINATOR The Terminator saiu em 1984 sob a alçada de James Cameron. Um filme que, inicialmente, não passaria de uma produção de baixo custo, rapidamente se tornou num fenómeno de culto, muito devido aos efeitos especiais inovadores e à história original, pertinente e deveras memorável.

Escusado será dizer que, hoje em dia, os filmes que falam da mesma temática que esta saga, abundam. Mas nos anos 80 tudo era diferente. Uma visão apocalíptica do futuro em que as máquinas se tornam auto-conscientes e decidem aniquilar a humanidade, tinha sido pouco utilizada no grande ecrã.

Arnold Swarzenegger fica imortalizado como o robô mais perigoso da história e a one-line “I’ll be back”, rapidamente se torna numa das melhores e mais conhecidas do cinema.

The Terminator conta então a história de Skynet, um supercomputador que se torna consciente de si mesmo e que decide eliminar a sua maior ameaça: a humanidade.

Provoca então um holocausto nuclear, no entanto, nem todas as pessoas são exterminadas e, os sobreviventes, liderados por John Connor nas sucessivas batalhas que vão disputando no futuro, começam a ganhar vantagem e, na iminência da derrota, Skynet envia para o passado um exterminador – ciborgue assassino especializado em procurar e eliminar humanos – na tentativa de mudar o curso da história para vantagem das máquinas.

O objectivo de T-101 – também conhecido por T-800 – era eliminar Sarah Connor, mãe de John Connor, e com isso anular a liderança de Connor no futuro apocalíptico. No entanto, os humanos também conseguem enviar um soldado que tenta proteger Sarah Connor do T-101 e avisá-la do perigo que corre e do futuro que promete ser sombrio.

T2 – THE JUDGEMENT DAY Após o sucesso estrondoso do primeiro filme, James Cameron volta à carga com uma sequela.

T2 – The Judgment Day, o filme mais caro até à data (custou cerca de 102 milhões de dólares), que obtém um sucesso tremendo, facturando mais de 510 milhões de dólares.

É considerado uma das sequelas mais bem produzidas da história do cinema, um marco na cultura popular e uma das maiores inspirações para filmes de acção e ficção-científica ainda hoje. A base começou no anterior e neste foi tudo expandido e alargado até atingir contornos de filme de culto.

Pessoalmente, este é o meu filme preferido da saga. O impacto que teve, e que ainda tem nos dias de hoje não pode ser ignorado. Talvez por isso esteja no topo 250 do IMDB num excelente 59º lugar – convém dizer que o primeiro também está no top 250, no 180º lugar – e obtenha também reconhecimento por parte da crítica, com uns merecidos 97% no reputado Rotten Tomatoes.

São várias cenas memoráveis, mas destaco a perseguição de camião a John Connor por parte do novíssimo modelo de exterminador, T-1000.

Nunca se tinha visto nada igual. Para além dos efeitos especiais topo de gama, convém frisar que o argumento era dotado de grande profundidade, com personagens fortes e carismáticas.

Após a primeira tentativa falhada pela Skynet em mudar a história, é enviado para o passado o T-1000 – novo exterminador feito em metal líquido com capacidades invulgares, tais como adquirir a forma de outras pessoas ou recuperar rapidamente de ferimentos – com o objectivo de matar John Connor, que neste filme é um adolescente rebelde.

Em contrapartida, a rebelião humana consegue capturar um T-101 e reprogramá-lo para proteger Connor a todo o custo. Vale bem a pena ver, ou rever este T2 – The Judgement Day.

T3 – RISE OF THE MACHINES A saga manteve-se parada por mais de uma década, até que, em 2003, T3 – Rise of the Machines, chega ao grande ecrã. Desta vez, sem James Cameron como realizador, o filme não obteve uma recepção tão boa como os dois anteriores.

Ainda assim foi um sucesso tremendo no box-office obtendo lucros na ordem dos 250 milhões de dólares. Era a força do franchise a vir ao de cima.

Obviamente que, com tamanho lucro, não tardou a ser anunciado nova sequela, mas dela falarei mais à frente.

A história deste T3 é, basicamente, uma cópia do anterior. Existem algumas achegas à história, mas no fim resume-se a um jogo do gato e do rato. Não é que o filme seja mau, porque não o é.

Tem cenas de acção bem feitas, como por exemplo a primeira perseguição a John Connor no camião guindaste, mas a saga merecia melhor. Arnold merecia uma despedida melhor. A sensação de deja-vu (cópia) é constante durante o filme.

Desde as perseguições, falas, como o momento em que o exterminador chega ao passado e vai escolher a roupa. O regresso de Arnold prova que é O exterminador. É sem dúvida o seu papel mais carismático de sempre.

Desta vez, a história avança 10 anos e, mais uma vez a Skynet envia novo exterminador – T-X que adquire uma forma feminina e que é uma exterminadora de exterminadores – para o passado.

Desta feita não com o objectivo de aniquilar John Connor, porque o seu paradeiro é desconhecido, mas sim os vários tenentes da rebelião humana. Como resposta, os humanos enviam mais outro exterminador reprogramado, um T-850, que é um upgrade ao antigo modelo T-101.

A T-X, acidentalmente, encontra o paradeiro de John Connor quando tenta matar uma das tenentes, Katherine Brewster e, a partir daí, começa a perseguição.

Esta sequela é mais do mesmo. Não trouxe quase nada de novo à saga, apenas uma actualização de efeitos especiais, umas achegas à história e a certeza que John Connor afinal morreu no futuro.

A cena final, a do dia do julgamento, é mesmo a melhor coisinha que o filme nos oferece. Recomendo-o, apenas a título de curiosidade, ou para os mais fanáticos da série.

TERMINATOR SALVATION E eis que chegamos a Terminator Salvation. Desta vez, não temos viagens no tempo. A acção passa-se no futuro preconizado e anunciado várias vezes ao longo dos anteriores 3 filmes.

Estamos em 2018, e a guerra entre as máquinas e os humanos está no seu auge. No entanto, a trama adensa-se com a inclusão de um personagem misterioso, que se chama Marcus Wright.

A última coisa que Marcus Wright, melhor amigo de John Connor, se lembra é de estar no corredor da morte, no entanto mais à frente chega a descobrir um terrível segredo. Veremos também um pouco das origens de T-101 e do T-850.

Christian Bale é o líder da resistência e, confesso que é um grande trunfo, pois a sua qualidade como actor é inegável, e McG realiza. Para além de Bale, teremos Helena Bohnam Carter como grande vilã, Bryce Dallas Howard como Katherine Brewster, esposa de Connor, um voz-off de Linda Hamilton e ainda um cameo de Arnold Scwarzenegger.

O elenco é bom, possui nomes fortes, no entanto é McG que deixa apreensivos os fãs do franchise.

A recepção, e para grande pena minha não foi muito boa. No Rotten Tomatoes, chega a ser assustadora a pontuação que tem até agora: 34%. No entanto, alguns críticos conceituados dizem tratar-se de uma excelente adição a este universo. Pelo que me apercebo, será um filme que irá dividir opiniões.

Será, com certeza, difícil igualar os originais, mas no mínimo o que se pede é algo de coerente com a história da saga e não apenas um qualquer filme cheio de efeitos especiais, mas que de conteúdo seja um redondo zero.

Antes mesmo de estrear, McG confirma que pretende fazer nova trilogia a partir da saga. É uma afirmação muito forte de se fazer. Ainda por cima sem sequer saber o sucesso ou não, que este Salvation iria ter.

Até agora, a afluência aos cinemas tem sido boa. Ainda não deu para pagar o orçamento do filme, mas pouco falta. Para terminar, saliento a campanha agressiva de marketing em torno deste filme que foi claramente exagerada.

Para o mal ou para o bem, a verdade é que o Universo criado nos longínquos anos 80 continua vivo, e bem vivo. Espero que tenham gostado deste especial tanto como eu gostei de o ter feito. Abraços!

Algumas curiosidades da saga:

RESTANTES ESTREIAS Home – O Mundo é a Nossa Casa, Star Crossed – Amor em Jogo

SUGESTÃO DA SEMANA

Exterminador Implacável e exterminador Implacável 2 – O Dia do Julgamento de 1984 e 1991.

Realizador: James Cameron

Com a estreia de Salvation a sugestão da semana não poderia ser outra, senão os filmes originais que deram início ao mito.

Descubram ou redescubram personagens icónicas, sequências de acção inesquecíveis e torçam pela humanidade, num dos confrontos mais memoráveis entre esta e as máquinas.

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