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Tardes de Cinema…

Por Ricardo Vieira para o Pplware. Para gáudio de milhares de cinéfilos chega finalmente ás salas de cinema Watchmen. Será realmente a estreia do ano? O supra-sumo dos filmes de super-heróis é mesmo este? Uma coisa é certa: é a estreia da semana!

Quis custodiet ipsos custodes”. Quem vigia os vigilantes?

Bella (bella) Drama|México,EUA|91 min Realização: Alejandro Gomez Monteverde Argumento: Alejandro Gomez Monteverde Intérpretes: Eduardo Verástegui, Tammy Blanchard, Manny Perez IMDB: 7.4/10 (5 369 votos) RT: 46%/59 críticas

José (Eduardo Verástegui), um ex-jogador de futebol de sucesso, trabalha actualmente como cozinheiro de um restaurante mexicano do seu irmão. Nina (Tammy Blanchard) é uma empregada. Juntos, passam um dia em Nova Iorque após alguns mal-entendidos no restaurante, encontro que irá transformar as suas vidas para sempre.

 

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Vencedor do People’s Choice Award do festival internacional de Toronto, esta fita prima pela simplicidade do argumento que gira em torno de duas personagens. É uma história de amor vivida por duas pessoas muito magoadas pela vida. Quem viu e gostou, diz que este filme não possui nenhum acontecimento extraordinário, nem nenhuma espécie de reviravolta; o que tem é uma narrativa simples e tocante muito bem interpretada.

Escrita e realizada por Alejandro Monteverde, um jovem realizador mexicano, Bella é um filme a ter em conta para quem aprecia histórias românticas. Com traços leves de humor, a trama é narrada em fragmentos, onde lembranças do passado se confundem com fatos do presente, numa sucessão de belezas delicadas e denso dramatismo.

Homem no Arame (man on wire) Documentário|Reino Unido|90 min Realização: James Marsh Argumento: Intérpretes: Philippe Petit, Annie Allix, Jean-Louis Blondeau IMDB: 8.1/10 (5 247 votos) RT: 100% (137 críticas)

A 7 de Agosto de 1974, o jovem francês Philippe Petit andou durante uma hora sobre um cabo de ferro suspenso entre as duas torres do World Trade Center, em Nova Iorque, sem qualquer equipamento ou rede de segurança. Imediatamente depois, foi preso juntamente com um grupo de cúmplices, com quem planeou o “golpe” em segredo por oito meses. Usando materiais de arquivo, o filme reencena o engenhoso trabalho do grupo e entrevista todos os envolvidos neste que ficou conhecido como “o crime artístico do século”.

 

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Homem no Ferro, dirigido por James Marsh, conta a história de Philippe Petit, um francês carismático, que tinha uma forte ambição – antes mesmos de as torres gémeas estarem plenamente construídas – de atravessar de uma torre a outra por um cabo de ferro.

“É muito difícil não gostar do que Philippe fez mesmo que não gostes do filme”, disse Marsh em uma entrevista recente. “É preciso realmente esforçar-se muito para não apreciar a coragem, a audácia e a beleza do que ele criou. Se não gostares disso, não estás exactamente vivo da forma como deverias.”

O facto de o filme ser tão empolgante e envolvente nem sempre foi tão evidente. O Festival de Cinema de Sundance quase não o aceitou, apesar de posteriormente os direitos de distribuição do filmes nos EUA terem sido adquiridos pela Magnolia Pictures, após o filme conquistar o prémio do público e o prémio do júri no festival do ano passado.

“Foi bastante difícil convencer as pessoas – particularmente na América – de que o filme poderia funcionar e ser viável”, disse Marsh. “De uma perspectiva, trata-se de um homem caminhando num ferro, mas não é só isso. É uma história sobre os limites do que somos capazes de fazer como seres humanos.”

Mas havia limitações à filmagem. O cenário, obviamente, já não existe. E não existe nenhum vídeo da façanha de Petit. Em vez disso, Marsh emprega “todos os recursos cinematográficos que podia usar” para ilustrar a história. Trabalhando em conjunto com as entrevistas estão cenas recriadas, fotos e vários vídeos de antes e depois da proeza.

Esta fita ganhou inúmeros prémios em festivais e, inclusive, o Óscar para melhor documentário. Uma das coisas mais surpreendentes é a pontuação no Rotten Tomates: 100%!!

Isto significa que, dos 137 críticos que analisaram o documentário, nenhum lhe deu uma pontuação negativa. Em 10 anos de RT, apenas Toy Story 2 da Pixar obteve tal distinção!

“Eu prefiro sempre que seja em primeiro lugar um filme, em segundo um documentário”, disse Marsh.

Watchmen – Os Guardiões (watchmen)

Acção|EUA|163 min Realização: Zack Snyder Argumento: David Hayter, Alex Tse Intérpretes: Carla Gugino, Jeffrey Dean Morgan, Malin Akerman IMDB: 8.5/10 (2 078 votes) RT: 65% (80 críticas)

Numa América alternativa de 1985, super-heróis mascarados são parte da estrutura comum da sociedade, e o Relógio do Juízo Final – que marca a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética – é permanentemente acertado em cinco minutos para a meia-noite. Quando um dos seus antigos colegas é assassinado, o vigilante mascarado Rorschach decide investigar um plano para matar e desacreditar todos os super-heróis do passado e do presente. À medida que ele se restabelece ligações com sua antiga legião de combate ao crime – um grupo desorganizado de super-heróis reformados, dos quais apenas um possui verdadeiros poderes – Rorschach vislumbra uma ampla e perturbadora conspiração que está ligada aos seus passados e a catastróficas consequências para o futuro. A missão deles é vigiar a humanidade, mas quem vigia os vigilantes?

 

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Este filme para muitos cinéfilos é o mais aguardado do ano. Para alguns devido á fabulosa qualidade dos trailers, para outros devido á agressiva campanha viral em torno deste filme, mas não são as únicas razões; outros ainda porque conhecem a novela gráfica considerada por alguns especialistas a melhor do século, e para terminar porque temos Zack Snyder, autor do arrojado e visualmente estrondoso 300, ao leme desta adaptação.

Muita tinta já se fez correr. Uns dizem que vai ser um marco histórico no cinema, dizem que a partir deste filme existirá um novo patamar de qualidade nos filmes de super-heróis a ser ultrapassado. Mas também há quem diga que uma novela gráfica tão complexa como Watchmen, seria impossível de adaptar. Há, inclusive quem vaticine uma estreia inglória, nada mais que um fiasco. Para já, os críticos incluídos no RT não dão a pontuação que a maioria esperava; dos 65, 41 dão nota positiva, mas 24 chumbaram a adaptação de Snyder.

Para quem, como eu, desconhecem a BD deixo aqui um pequeno excerto do Sapo Saber, que ajuda a perceber melhor o que nos esperará hoje nas salas de cinema:

Ambientada em uma realidade fictícia na qual os super-heróis são uma presença real na história da humanidade, Watchmen é um drama de crime e aventura que incorpora temas e referências relacionados à filosofia, ética, moral, cultura popular, história, artes e ciência.

A trama principal trata dos desdobramentos de uma conspiração revelada após a investigação do assassinato de um super-herói. Em torno desta história giram várias tramas menores que exploram a natureza humana e as diferentes interpretações de cada pessoa para os conflitos do bem contra o mal, através das histórias pessoais e relacionamentos dos personagens principais.

A responsabilidade moral é um tema de destaque, e o título Watchmen refere-se à frase em latim “Quis custodiet ipsos custodes”, traduzida comummente na língua inglesa como “Who watches the watchmen?” (“Quem vigia os vigilantes?”), tirada de uma sátira de Juvenal. Neste sentido, a obra procura questionar o próprio conceito de “super-herói” comum nos quadrinhos norte-americanos e enraizados na cultura de massas daquele país e a partir daí manifestar-se sobre questões diversas: ao longo de seu texto, a obra (assim como seus próprios personagens) evita mesmo utilizar-se da expressão “super-herói”, preferindo termos como “aventureiros fantasiados” ou “vigilantes mascarados”.

Na realidade alternativa de Watchmen, Richard Nixon teria conduzido os EUA à vitória na Guerra do Vietname. Esta vitória, além de muitas outras diferenças entre o mundo verdadeiro e o retratado nos quadradinhos, derivaria da existência naquele cenário de uma personagem conhecida como Doutor Manhattan, um indivíduo norte-americano dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia.

Neste mundo existiriam quadradinhos de super-heróis no final de 1930, inclusive do Superman, os quais eventualmente seriam a principal inspiração para que um dos personagens das série viesse a se tornar um combatente do crime (o primeiro Coruja). As revistas deste género então teriam deixado de existir, sendo substituídas por quadradinhos de piratas (talvez devido ao surgimento de heróis verdadeiros).

O Doutor Manhattan, o único a possuir poderes paranormais, foi o primeiro da “nova era” de super-heróis mais sofisticados que durou do começo dos anos 60 até a promulgação da “Lei Keene” em 1977, implantada em resposta à greve da polícia e a revolta da população contra os vigilantes que agiam acima da lei.

A Lei Keene exigia que todos os “aventureiros fantasiados” se registassem no governo. A maioria dos vigilantes resolveu se aposentar, alguns revelando suas identidades secretas para facturar com a atenção da mídia. Outros, como o Comediante e o Doutor Manhattan, continuaram a trabalhar sob a supervisão e o controle do governo. O vigilante conhecido como Rorschach, entretanto, passou a operar como um herói renegado e fora-da-lei, sendo frequentemente perseguido pela polícia.

A história abre com a investigação do assassinato do homem de negócios Edward Blake, logo revelado como sendo a identidade civil do vigilante mascarado conhecido como Comediante. Tal assassinato chama a atenção de Rorscharch, o qual passará toda a primeira metade da trama entrando em contacto com seus antigos companheiros em busca de pistas, considerando praticamente todos como possíveis suspeitos.

Bobby Z, Imagens de Palermo, Patti Smith: Dream Of Life

“The Fate Of The World Rests On The Courage Of One Warrior.”

Um dos melhores filmes de animação de sempre. Mergulhem num mundo mágico magistralmente realizado pelo génio Myiazaki.

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