Para quem é utilizador do sistema operativo da Microsoft, certamente já se apercebeu que, após a formatação e instalação do sistema operativo, a maquina tem normalmente um desempenho muito bom. No entanto, à medida que vamos instalando aplicações, esse desempenho vai-se degradando gradualmente e muitos utilizadores recorrem à desfragmentação do disco para tentar melhorar esse desempenho.
Mas afinal o que é a desfragmentação da memória secundária (disco) e porque é que este processo não é normalmente necessário em sistemas Linux?
O que é a fragmentação do disco?
De uma forma muito simples e rápida, até porque este é um assunto que pode envolver muitos mecanismos de gestão de memória e conceitos, a fragmentação de um disco ocorre quando o sistema operativo não consegue por exemplo, armazenar a informação de um ficheiro de uma forma contigua (ou seja, apenas numa determina “área” do disco). Desta forma, como a informação se encontra dividida em pequenos “pedaços” (fragmentos) ao longo do disco, o acesso ao disco, para leitura e escrita, é mais demorado.
A desfragmentação é um processo intensivo, que tenta reordenar a informação no disco, fazendo que a mesma fique armazenada de uma forma contigua e também que sejam criados espaços livres contínuos com maior dimensão.
De lembrar que, os discos magnéticos são formados por um conjunto de pratos que armazenam dados em sectores (blocos). As partições são subdivisões lógicas do espaço de armazenamento de um dispositivo físico e cada partição pode ter mais do que um sistema de ficheiros diferentes.
Porque não é preciso (normalmente) desfragmentar o disco em Linux?
Os sistemas de ficheiros ext2, ext3, e ext4, usados nas distribuições Linux, fazem a alocação dos ficheiros no disco de uma forma “”mais inteligente” que o NTFS (sistema de ficheiros usado nas ultimas versões do Windows). O NTFS guarda a informação de um ficheiro de uma forma contigua, o que faz com que vão surgindo pequenos fragmentos e como consequência, o acesso à informação do disco torna-se mais lento. Ao contrário do NTFS, que tenta colocar os vários ficheiros próximos uns dos outros, os sistemas Linux dispersam os ficheiros ao longo de todo o disco, deixando uma quantidade de espaço considerável entre eles. Se por algum motivo a fragmentação ocorrer, o próprio sistema de ficheiros tem a capacidade de reduzir os espaços, sem a necessidade de recorrer a nenhuma ferramenta de desframentação.
Mas a fragmentação não ocorre no Linux?
Bem, segundo alguns testes já realizados, um sistema de ficheiros usado no Linux pode começar a “ressentir-se“, em termos de fragmentação, quando atinge cerca de 95% da sua capacidade. Nestes casos, o utilizador deverá libertar algum espaço ou então adquirir um disco com capacidade superior.
E o seu sistema, é lento? Costuma recorrer à desfragmentação ou acaba por formatar o sistema?