Esta é mais uma das milhares de distribuições de Linux baseadas em Ubuntu, mas será que esta tem algo realmente em especial? Foi por causa disso que me “fiz à estrada” para ver o “porquê?” de se fazerem algumas referências tão sagradas a esta distribuição.
Lá gravei o ISO, e reiniciei a máquina e sem alguma surpresa vi que era de facto um LiveCD bem ao estilo Ubuntu, estes passos podem ser desnecessários para a maioria, pois todos os que instalaram Ubuntu sabem, ou melhor, têm a obrigação de saber instalar o Mint, pois o instalador é exactamente igual. Primeiro iniciem o LiveCD, e deixem-no trabalhar, quando finalmente estiver carregado, vamos lá instalar isto, como? Com um duplo clique no ícone que se refere a isso, e que tem o símbolo do Mint.
Esta é a primeira coisa que vós aparece, vamos lá, primeiro seleccionem o Português como língua, pois parto do principio que preferem o Linux maioritariamente em Português.
Nota: para instalar os pacotes de língua portuguesa e outras que não a de origem (inglesa) têm de ter ligação a Internet.
Ora vamos lá escolher a nossa localização para que o Mint acerte o relógio como deve de ser, para Portugal , temos como escolhas Portugal continental, os Açores e a Madeira, seleccionem lá o cantinho onde se encontram e “avancem”…
Agora vamos a uma parte importante, que é o teclado, a maioria, para não dizer todos, devem certamente ter um teclado português, e de qualquer das formas, ele costuma “atinar” bem com isto, detectando bem o caso, agora a duvida pode estar nas escolhas do lado esquerdo, em primeiro caso o vosso deve ser igual ao meu, mesmo assim para testar, têm um local em baixo onde devem ver se a acentuação e a simbologia funcionam correctamente.
Esta é a parte dita mais importante, e de facto talvez seja, e a mais perigosa, ou melhor, a única relativamente perigosa, podem escolher as opções guiadas, normalmente limpar um disco inteiro, e instalar lá o Linux, é por isso que recomendo sempre terem um disco só para o Linux. No meu caso prefiro fazer isto “a lá mano”, pois as minhas partições já estão feitas há muito.
Ora, quando escolhem o particionamento manual, é mais ou menos, isto que vos aparece, uma lista de todas as partições de todos os discos, podem eliminar partições, editar, redimensionar, salvo erro, e façam tudo como deve de ser, e avancem só quando tiverem a certeza do que fizeram.
Nota: Para a criarem partições manualmente, numa forma básica só precisam de duas partições, uma que é o ficheiro SWAP, que é uma espécie de ficheiro de paginação, que deve ter no mínimo o dobro da vossa RAM, quanto mais melhor, mas claro sem exageros, 8 GB, por exemplo é mais do que suficiente para um PC actual. Quanto a partição /, camada root ou raiz, devem dar-lhe uns 10 GB, ou até mais, depende do espaço em disco que têm disponível, pode ser 16 GB, é a vossa escolha.
Estamos mais perto do fim, o que é isto? Este passo opcional pode permitir que importem alguns ficheiros e configurações de outro sistema operativo que tenham, claro desde que não tenham ordenado a sua “exterminação” no particionamento, podendo importar de Windows, Unix e Linux. O que podem importar? Algumas configurações, e imagens e ficheiros, pessoalmente isto é me inútil, mas há quem goste ou precise, fica ao vosso inteiro critério.
Nota: Se seleccionarem qualquer coisa, não se admirem se a instalação levar bastante tempo, pois os ficheiros têm de ser copiados, quantos mais copiarem mais tempo leva, e pode acontecer que ele não consiga configurar bem as coisas, nomeadamente contas de correio electrónico e os favoritos do navegador.
Agora metam o vosso nome ou uma alcunha, podem mudar o nome da conta, que vai ser por defeito o vosso primeiro nome, e por fim o nome que querem dar a máquina, não que seja algo importante para a maioria dos utilizadores. Quanto a palavra-passe arranjem uma forte, não estavam a espera que eu deixasse aqui o numero de caracteres que tem a minha…
Aqui está o sumário das coisas, e só, só mesmo se tiverem a certeza do que fizeram, instalem-no.
Nota: Pelo sim, pelo não, se não andam nisto há muito, e se não percebem muito da matéria, façam andes disto tudo uma copia de segurança dos vossos outros sistemas.
Começou a instalação, deixem-no lá tratar de tudo, vão fazer qualquer coisa, ou dêem uma vista de olhos ao Mint, pois não se esquecem de qualquer das formas é um LiveCD.
Depois de ele terminar o que tem a fazer, aparece a mensagem acima exposta, no vosso caso para começarmos a mexer no Mint a sério é melhor escolherem «Reinicar agora». Depois de reiniciar terão de fazer duas coisas, permitir a criação de uma conta Root, propriamente dita, e a instalação de um programa, salvo erro, chama-se Fortune, que coloca algumas mensagens quando abrimos o terminal, na imagem em baixo podem vê-lo em funcionamento. No meu caso “activei” os dois.
Acho que a maior novidade do Mint é sem dúvida alguma, o menu, que é bastante agradável, mas de qualquer das formas, prefiro o “antigo”, mesmo assim de todos os novos menus modificados este é de facto de todos os que vi o melhor.
Prontos para uma dica? Sim? Vão ao terminal e escrevam:
gconf-editor
Agora no Editor de Configuração, vamos navegar vão a “apps>nautilus>desktop” certamente alguns já conhecem esta dica, mesmo assim aqui fica, seleccionem as mesmas opções que escolhi, e terão uns ícones mais úteis na área de trabalho, e claro que lhe dão uma aparência mais profissional.
Aqui fica o resultado, que acham? Agora sem ícones de “volumes” a chatear, pois se os queremos ver basta irmos ao “Computador”.
Pronto, não resisti a dar-lhe uns retoques, como uma maior resolução e um aparência mais similar com o estilo clássico do GNOME.
Para dar umas voltas pela Internet temos o mais que famoso Navegador da Mozilla, o Firefox na versão 2, o que não é de forma alguma uma nada que surpreenda, acho que a única distribuição que não o inclui de origem é a Debian, pois esta tem a sua própria versão do Firefox, o Icewasel.
Não resisti também a ir dar um salto ao YouTube, e para meu grande espanto o Flash Player da Adobe estava instalado. Primeiro pensei que fosse o Gnash, mas é de facto o Flash Player.
Para a gestão do correio electrónico temos o Thunderbird, que ultimamente tem caído em desuso nas distribuições que usam GNOME, devido ao Evolution, que se tem assumido como um bom programa no campo. No Mint só temos mesmo de origem o Thunderbird, o que não é nada mau.
Para as músicas ele instala, e para mim isto é incompreensível tratando-se de uma distribuição assente no GNOME, ele instala o AmaroK, programa que até nem gosto nada em KDE quanto mais em GNOME… Por isso contornei a situação, instalando o Banshee:
sudo apt-get install banshee
Constatei que o Linux Mint lê sem problema, OGG, FLAC e agora voltou a surpreender-me, MP3, sem eu lhe ter instalado codec nenhum. Depois fui-me aos vídeos, abri o Totem, e enfiei no leitor o DVD do filme “O Padrinho I”, e deu sem me chatear, só posso chegar a uma conclusão, ele já vem com “codecs out of the box”.
Para escrever e coisas parecidas temos a suite de escritório, o mais que conhecido OpenOffice, sendo considerado pela C-Net o melhor download de 2007! De facto, posso dizer que sou um feliz cliente desta suite, desde que comecei, fiquei “agarrado”.
Edição de Imagem? Onde? Quando? Como? Pois é, o programa grátis mais profissional já vem instalado o grande GIMP, pode ter uma curva de aprendizagem relativamente “curvada de mais” mas é o melhor que se pode arranjar a borla.
Veredicto: Depois de isto tudo a que conclusões é que chego? Para ser honesto, o Linux Mint, parece-me o sistema operativo gratuito mais prático do mundo, pelo menos de todos os que conheço e experimentei, instala os codecs proprietários principais, e no meu caso instalou de origem duas das três únicas coisas proprietárias que meto no Linux, e essas três coisas são o Opera, o Flash Player e um codec para ler DVDs, neste caso ele até instalou mais…
Pessoalmente e por questões ideológicas que tenho de apoiar como fã do Software Livre/Aberto, é que apesar de muito prático, eu não gosto que um sistema Linux, me instale seja o que for de proprietário, especialmente codecs sem que eu tenha opção de os não os instalar, pois eu seria capaz dos instalar mas seria depois do Sistema Operativo instalado, ou seja, o que eu procuro é um sistema 100% livre de origem, caso eu queira instalar algo de proprietário, instalo eu pelas minhas próprias mãos.
Quanto a maioria dos utilizadores, bem para vós, é de facto fácil de instalar e de usar, é muito prático, ao vir com tudo o que precisam, logo é uma óptima escolha, de qualquer maneira, não me parece que a inclusão destes codecs e afins viole muito o Software Livre/Aberto, por isso recomendo-o vivamente! Não é cinco estrelas mas de facto é um bom “hotel” de 4 grandes e merecidas estrelas.
NOTA: Este artigo foi elaborado por Miguel Guerreiro para o Pplware.