A 13 de Maio, saiu numa nova versão uma das mais famosas distribuições de GNU/Linux do mundo. Não só é famosa como largamente utilizada um pouco por todo o lado, e tem razões para tal, entre as quais ser fácil, livre e prática. O Projecto Fedora, é o nome do projecto em que está inserido o Fedora, anteriormente conhecido por Fedora Core, sendo assim a distribuição doméstica da gigante Red Hat.
Bem, desta vez já esperava quase aos saltinhos pela saída do Fedora, a versão anterior tinha-me desiludido um pouco, e por isso tinha grandes expectativas, ou talvez só esperança para ver até que ponto em coisa de 6 meses a equipa do Fedora seria capaz de repôr o seu menino bonito em jeito de estar totalmente operacional.
Pois bem, lá me dirigi á página do Projecto Fedora, e reparo que os servidores principais estavam a ter bastante trabalho ao tentar “dar vasão” a quantidade de pedidos de Download. Por isso, fui obrigado a procurar alternativas a servidores de países onde desconfiava que estariam a ser mais utilizados e acabei por ir parar a um servidor polaco, que foi de onde saquei o ISO que me permitiu instalar o Fedora.
1. A instalação do Fedora é feita pelo Anaconda, um instalador fácil e muito atractivo, talvez o mais atractivo de todos. Para iniciarem o Anaconda façam um duplo clique no ícone que diz “Install to Hard Drive” e que tem o logotipo do Fedora.
2. Esta é a janela do Anaconda, onde iremos passo a passo fazer a instalação do sistema, quando acharem que estão prontos cliquem em “Next”.
3. Seleccionem o teclado que usam, certamente que será o teclado português, e não se preocupem pois não há diferença entre o teclado português e brasileiro; em ambos os casos esta é a opção que devem escolher, “Next”.
4. Agora vem a configuração da ligação à Internet, não são obrigados a fazê-la, pois podem-no fazer mais tarde, mas recomendo que se faça agora, para que assim que acabem de instalar o sistema esteja já “Ready for Use”.
5. O fuso horário para a maioria é o do meridiano de Greenwich, o famoso GMT. Para Portugal podem escolher entre Lisboa, Madeira e Açores.
6. Escusado será dizer que a palavra-passe do super-utilizador, root, tem de ser bastante segura, e claro, nunca em situação alguma a divulguem.
7. O particionamento, a parte mais difícil para muitos utilizadores, pois é aqui que correm o risco de lixar outro Sistema Operativo que tenham instalado.
8. Como podem ver temos uma série de opções; escolham a que mais vos convém. No meu caso vou para “Create custom layout”, que é como quem diz partição manual dos discos.
Nota: O local onde devem instalar o GRUB (What drive would you like to boot this instalation from?) certifiquem-se que é o disco “Master”, que será provavelmente o primeiro disco pelo qual o computador arranca bem como o mais antigo.
9. No meu caso, prefiro sempre o particionamento manual. Caso o escolham, já sabem: o ficheiro Swap deve ter pelo menos o dobro da vossa RAM, e têm de criar pelo menos a partição / (lê-se root ou raiz), que tem de ter pelo menos 4 GB, mas já sabem o céu é o limite, neste caso o espaço livre que têm no disco.
Uma novidade interessante e que já se pedia há muito, é de facto, a capacidade do Anaconda redimensionar partições, coisa muito útil quando só temos um disco com um Sistema Operativo, e queremos instalar-lhe o Fedora.
10. Aqui está a instalação do GRUB, o carregador da grande maioria das distribuições de Linux. Contudo, no Fedora, quase de certeza que não irá detectar o vossa partição de Windows, por isso têm de arranjar um caminho alternativo de chegar ao Windows, ou um caminho alternativo para chegarem ao Fedora, neste caso as disquetes de arranque são preciosas, mas há mais opções.
11. Começou a instalação do sistema. Esta é a altura perfeita para irem fumar um cigarro, ver um pouco de televisão ou ir tomar um café… Desta vez estou mesmo a brincar, o Fedora em LiveCD, não deve levar mais de 5 minutos a instalar, por isso, no máximo podem ir fazer um “pipizinho”.
12. “Parabéns. A instalação está completa”, vamos lá reiniciar a máquina para começar a usar o Fedora.
13. Depois de reiniciar entramos na parte 2 da instalação, “Foward”.
14. A licença, como todos os que já instalaram seja o que for na máquina, ou concordam com a licença ou não instalam, por isso não me parece que hajam grandes alternativas, claro que recomendo a leitura, se bem que não tenha nada com que se devam preocupar.
15. Um passo inevitável é criar um utilizador, por questões de segurança, nunca devem usar a conta root, por isso criem uma conta de utilizador normal.
16. Acertar a hora e a data pode ser feito agora, caso ele não o tenha já feito correctamente.
17. Aqui está o sumário do Hardware, recomendo vivamente que enviem o relatório para a Red Hat, como? Simples: seleccionem a opção “Send profile”, e não se preocupem que nada de pessoal será enviado.
18. Isto é o desktop que verão depois de fazerem o Login, a semelhança da versão anterior (Fedora 8), o Wallpaper muda de cor consoante a hora do dia, mas desta vez de uma forma muito mais discreta. Como é costume vou personalizar.
19. Primeiro, abram uma qualquer pasta, e vamos a Edit>Preferences, no separador Behavior, metam um visto em Always open in browser windows, para que o nautilus deixe de abrir uma janela a cada pasta que abram, assim ficam com um gestor de ficheiros mais prático.
20. Agora como mostra a imagem, vamos ao Terminal e escrevemos:
su
Colocamos a palavra-passe do utilizador Root, e de seguida escreve-se:
yum install gconf-editor
Depois de instalado, abram um novo terminal, e iniciem o Editor da Configuração do GNOME, com o comando:
gconf-editor
21. Na nova janela, naveguem até apps>nautilus>desktop e como mostra a figura podem agora fazer desaparecer os ícones dos discos da vossa área de trabalho, podem sempre encontrá-los no Computador.
Agora dizem “Cánojo isto está em inglês, tenho de usar isto assim para sempre?” Não, basta terminar a sessão, quando escolherem o vosso nome, aparece em baixo numa barra branca, uma caixa com os idiomas que podem usar; basta escolher português, e pronto, o sistema fica assim na língua de Camões.
22. Como podem ver, fiz alguma modificações, e escolhi um Wallpaper mais “Sulphórico” ou será “Enxofórixo”?
23. Como seria de esperar, fui á procura de novidades, e eis que encontro uma coisa chamada AiksaurusGTK, que é uma espécie de dicionário de sinónimos, mas só de inglês. Mesmo assim pode dar jeito.
24. O GIMP, programa de edição de imagem bastante profissional, ao ponto de ser capaz de bater-se com o Photoshop, está incluído nos pacotes originais do Fedora. Explorem bem este programa pois tem muito para oferecer.
25. Estranhamente, o Firefox 3 Beta 5, é incluído nesta versão do Fedora, não percebo muito bem porquê. No Ubuntu Hardy Heron compreende-se por ser uma Long Time Support, agora o Fedora, bem é uma escolha um pouco arriscada, porque o Firefox 3 ainda é uma beta, e claro, uma Beta é sempre uma Beta, por isso não se admirem se por vezes der uns crashezitos ou uns erros, é normal, diga-se de passagem, que a nova versão do Firefox promete ser mais leve que a anterior (2), e até agora tem cumprido essa promessa.
26. Para gerir o correio electrónico temos o Evolution, que dispensa apresentações, por ser tão famoso como um bom programa na matéria.
27. “Não, não é o OpenOffice, mas sim o Abiword”, pois é, para reduzir o tamanho dos pacotes, bem como o tempo de instalação o Fedora na versão LiveCD, traz o Abiword para os textos, em vez do OpenOffice Texto, incluído na versão DVD do sistema. Aviso que o Abiword é um bom editor de texto, mas pouco mais, não tentem usar nele textos com muitas imagens, pois tal levará ao arrastamento do programa.
28. Excel? Quem? Onde? Hã, folhas de cálculo? Isso é com o GnuMeric, leve, e prático, boa alternativa a qualquer programa do género, altamente recomendado.
29. É na área da multimédia que o Fedora, peca, sempre pecou, e irá fazê-lo, pelo menos no futuro próximo, isto é devido as limitações legais dos Estados Unidos da América, país de onde a Red Hat é originária, bem como o Fedora, por isso, os únicos codecs que o Codeina irá apresentar serão os codecs do Fluendo, onde só existe um codec grátis, o Fluendo MP3.
A solução passa ou por arranjar um RPM de instalação do Gstreamer, via RPMFind, ou instalando o VLC Media Player que podem encontrar aqui.
30. Como podem ver o gestor de pacotes, que agora está mais escondido, em Sistema>Administração>Adicionar Remover Programas, o gestor de pacotes está com cara nova, mais leve e muito mais prático.
31. A equipa do Fedora, decidiu arrumar com o KDE 3 de vez, assim, o Fedora 9 é a primeira grande distribuição a adoptar inteiramente o KDE 4, contudo ainda só está para efeitos de teste a meu ver, enquanto não sair o KDE 4.1, não me parece que este cenário vá mudar muito.
Veredicto: Pronto, aqui está, o Fedora 9, está bem trabalhado, muito mais estável que a versão anterior, como mais rápida, voltando a receber o título de distribuição principal mais rápida no que toca a carregamento e a desligar. As novidades foram bem escolhidas, e muitas delas são bastante discretas, mas desta vez perdeu o título de distribuição mais inovadora para o Mandriva. Veremos se o Fedora 10, melhora isso, apesar de não ter estado nada mal.
É de se lhe tirar o chapéu.
Avaliação: 5/5
NOTA1: Este artigo foi elaborado por Miguel Guerreiro para o Pplware.