Foi lançada nesta semana que passou a versão beta do Ubuntu com nome de código “Jaunty Jackalope”. Como sempre, a Canonical traz-lhe um produto alvo de vários meses de trabalho, que lhe permitirá usufruir do que melhor se produz no mundo do software livre. Saiba o que de novo lhe trás, a distribuição de Linux mais popular da actualidade.
Comecemos por uma funcionalidade nova que irá se aperceber e que por mais boa vontade que tenhamos no Peopleware, não lhe poderíamos mostrar em imagens. Refiro-me ao tempo de arranque, que será inferior às versões anteriores. Esta boa notícia, deve-se uma tarefa de optimização dos processos de arranque do Ubuntu, de modo a que por mais apelativo seja o Splash Screen do Ubuntu, não o tenha que o ver durante muito tempo. E por falar em Splash Screen, no campo cosmético, será uma das novidades.
Assim que chegar ao ecrã de boas vindas, irá se deparar na segunda novidade cosmética, um novo ecrã de boas vindas mais moderno e refrescado em tons de preto, contrastando com os tons de laranja do logótipo do Ubuntu.
Iniciada a sessão do Ubuntu 9.04 pela primeira vez, irá certamente notar um novo fundo no ambiente de trabalho. Pessoalmente até o acho agradável e leve, é uma forma de quebrar a fórmula dos fundos das últimas versões, que eram sempre baseados nas mascotes das versões correspondentes do Ubuntu. Como o Jackalope, é no fundo um animal, com características fora do normal, parece-me uma escolha mais natural.
No entanto, se este fundo não lhe tiver agradado terá acesso a um outro fundo alternativo que poderá seleccionar no Menu, Sistema > Preferências > Aparência. Na caixa de diálogo aberta, seleccione a aba “Fundo” e e escolha o fundo alternativo.
Confesso que esperava para esta versão que a equipa do Ubuntu, optasse por um novo tema por defeito e quem sabe novos ícones. Se quanto a estes últimos, a alternativa são os ícones Tango, Tangerine ou qualquer outro pacote de Icons que queira descarregar da Internet, para o tema que vem por defeito existem alternativas.
O Jackalope traz-lhe 3 novos temas alternativos que pode usar, qualquer um deles é apelativo e moderno. Falo do Dust, Dust Sand e New Wave. Quanto a estes, excluindo o Dust Sand, tratam-se de temas híbridos conjugando tons de cinzento com preto, conferindo um ar equilibrado aos temas. O Dust Sand parece que vai buscar alguma inspiração à interface do Mac OS X, é uma notícia que poderá agradar aos adeptos da marca da maçã.
Tema Dust
Tema Dust Sand
Tema New Wave
Uma novidade que tem sido amplamente divulgada, como sendo uma das bandeiras desta distribuição, são as novas notificações de sistema do Ubuntu. Alguns utilizadores de Mac OS X, reconhecem o Growl como sistema de notificação, flexível, elegante e não intrusivo. Pois bem, quer esteja a ligar à sua rede wireless, ou a ouvir a sua música o novo notificador estará sempre presente, para lhe mostrar qual a música que está a ouvir. Com este novo mecanismo, ganha também um meio de notificação elegante que completa o Pidgin.
Como não é só de pormenores estéticos, que o Ubuntu joga cartas, existem claro algumas novidades ao nível dos vários componentes de sistema e software disponível.
Este novo Ubuntu traz uma versão baseada no kernel 2.6.28.8, como núcleo principal do sistema e o tão esperado sistema de ficheiros Ext4, que permite ganhos de performance bastante consideráveis em relação ao Ext3. Infelizmente, se decidir optar pelo modo de particionamento automático, o Ubuntu irá usar-lhe o Ext3. Mas caso pretenda criar partições manualmente, poderá contar com esta opção.
Ao nível de infraestrutura que serve de suporte à sessão gráfica do Ubuntu 9.04, destaca-se a inclusão do novo Xorg server 1.6. O que é que isto significa para o utilizador final? Mais e melhor suporte de placas gráficas, como por exemplo suporte “out-of-the-box” 2D para família de geração de placas ATI R6xx/R7xx, e suporte 3D para a família de placas R5xx. Claro que se quiser suporte 3D para as placas R6xx/R7xx pode usar os drivers proprietários que também estão disponíveis.
Ainda há algum tempo referi aqui a saída do GNOME 2.6., pois bem saiba que já pode usufruir da mais recente versão do ambiente gráfico no Ubuntu 8.10. Entre todas as novidades, assinalo a gestão de múltiplos ecrãs e projectores. Esta era uma funcionalidade já há algum tempo pedida pelos utilizadores. Pois bem, agora fazer a gestão de múltiplos monitores, é tão fácil, como em qualquer outro sistema operativo.
Ao nível de aplicações novas, apenas encontrei o Computer Janitor. Nunca sentiu que desinstalou um determinado software e ficaram pacotes residuais para trás? Pois bem, o Computer Janitor propõe-se realizar a tarefa de limpeza desses “resíduos” por si.
Quanto a actualização das aplicações mais comuns pode contar com:
- Firefox 3.0.7 (será actualizável mais tarde para a versão 3.0.8)
- Pidgin 2.5.5
- Transmission 1.5.5
- OpenOffice 3.0.1
- Evolution Mail 2.26.0
- Rhythmbox 0.12.0
- Gimp 2.6.6
- F-Spot 0.50.3
Como impressões finais não deixo de destacar os seguintes pontos menos positivos e mais positivos desta nova distribuição da canonical.
Como pontos menos positivos, assinalo a atitude demasiado conservadora em algumas decisões tomadas. Uma delas é manter o tema das últimas distribuições, é certo que as pessoas podem mudar de tema, mas as primeiras impressões contam. Penso também que apesar de até gostar dos ícones por defeito do Ubuntu, o uso repetido dos mesmos já há 5 ou 6 versões do Ubuntu, levam a que a Canonical possa investir aqui alguns recursos.
Aliás caso não deseje conceber de raíz os mesmos, pode mesmo aproveitar alguns bastante interessantes que existem pela comunidade fora. Não vejo também razões, para o sistema de ficheiros Ext4, não ter ido usado por defeito no particionamento automático usado no instalador do Ubuntu 9.04, já que está num estado considerado estável.
Destaco como pontos bastantes positivos, ao nível cosmético e interacção com o utilizador, o novo sistema de notificações. É não intrusivo, simples e integra-se com praticamente todas as funções do Ubuntu. Acrescento ainda que este mecanismo foi desenvolvido pela Canonical e por essa razão não encontrará noutra distribuição de Linux, pelo menos a curto prazo.
O leque de novos temas alternativos incluídos com o Ubuntu, juntamente com um fundo adicional, traz maior conforto e escolha ao utilizador normal que não tem paciência para ir procurar um tema novo. Apesar de não ter feito uma medição precisa, noto claramente uma melhoria no tempo de arranque do Ubuntu, como prometido pela Canonical. E isso no fundo é que todos os utilizadores querem, um sistema que seja suficientemente rápido e prático, de modo a não se pôr como obstáculo ao utilizador.
Se tiver uma máquina em casa sem uso, porque não dar-lhe uma nova vida e instalar esta beta? Não tem máquina livre? Não seja por isso, instale na mesma o Ubuntu na sua máquina de produção através do Wubi. Isto porque, esta fase é onde o utilizador entra, para testar esta nova versão para detectar possíveis erros. É uma fase fulcral para ajudar os programadores do Ubuntu, a produzir uma versão final melhor que todos nós iremos usufruir.
