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XBOX Core Gaming – Análise “Fable: The Journey”

Por Nuno Silva do blog IT-online para o Pplware

A Microsoft e a Lionhead Studios lançaram no dia 9 de Outubro “Fable: The Journey”, o novo capítulo da aclamada saga Fable que foi desenvolvido a partir do zero para a plataforma Xbox 360 e onde o jogador pode ser verdadeiramente o herói do jogo.

“Fable: The Journey” é um dos primeiros títulos não desportivos criados inteiramente para o sensor Kinect. Por causa das limitações do próprio acessório, o jogo apresenta uma perspetiva “first-person” e assenta maioritariamente no modo “on-rail”.

O Fable presenteia-nos com um enredo profundo, uma ação emocionante e o fantástico e pitoresco mundo de Albion que os fãs deste título tão bem conhecem.

Ficha técnica:
Game Story

Esta jornada ocorre 50 anos depois dos acontecimentos de Fable III. O jogador vai vestir a personagem de Gabriel um jovem Dweller, de etnia com parecenças á etnia cigana. Enquanto Gabriel viaja na sua carruagem e durante uma tempestade repentina, é separado da sua tribo. Este acontecimento faz com que ele encontre Theresa, uma vidente cega e personagem já conhecida de outras sagas Fable, a ser atacada por algo maligno, conhecido em Albion por The Corruption. Este acontecimento irá trazer a Gabriel a tarefa de ajudar Theresa a recuperar os seus poderes e acabar com este mal que ameaça o mundo. Para o auxiliar nesta tarefa, Gabriel recebe umas braceletes mágicas que permitem lançar feitiços a estes demónios.

À medida que o nosso jogo avança por cenários de elevada animosidade, Gabriel na companhia do seu fiel cavalo de nome Seren, irá aprender a dominar a magia como uma arma mortal, a defender-se em combate e a resolver enigmas.

De um modo geral e considerando que o nosso caminho ao longo do jogo já está previamente definido, posso dizer que estamos perante um jogo on-rails. Ainda assim não estamos totalmente impossibilitados de tomar determinadas decisões. Estas decisões, vão-nos permitir ao logo da jornada alcançar locais especiais onde podemos encontrar itens mágicos ou mesmo locais de repouso á medida que vamos conduzindo a nossa carroça de local em local.

Game Play

Antes do início da aventura, visualizamos um vídeo que nos dá todas as recomendações para que a nossa experiencia de jogo seja a melhor. Condições como a altura e distância do sensor, espaço circundante, conforto e posição corporal são explicadas. Se for necessário devemos proceder á calibragem do sensor para todo o sistema de rastreamento esquelético funcione na perfeição.

Depois de tudo a postos, começamos então a nossa aventura. Um tutorial in-game vai-nos explicado alguns dos movimentos que iremos utilizar durante todo o jogo.

Começamos logo pelo simples gesto de com as duas mãos, escovar o nosso companheiro de viagem, o Seren. Após um breve cinematic, passamos a outra aprendizagem: Conduzir a nossa carroça.

Conduzir a carroça pode ao início parecer difícil mas na realidade, não é. Considerando que o Kinect responde 80% das vezes muito bem, conseguimos ir avançando estrada fora sem percalços de maior. Para esta parte do jogo é recomendado estarmos sentados, assim podemos manter os braços bem nivelados.

Os movimentos para conduzir são simples e fáceis de decorar. Mantendo os braços ao nível da cintura, com asmãos controlamos as rédeas. Para que o Seren acelere o galope usamos um movimento de chicote. Virar de direção também é simples, basta mover os braços para a frente em sentidos opostos, por exemplo para virar para a direita, avançamos o braço esquerdo e puxamos o direito. Ao atingir determinadas velocidades, podemospuxar os braços ao nível do peito para que o Seren abrade o galope e se necessitarmos reduzir a velocidade até a passo, elevamos ambos os braços ao nível da cabeça e puxamos as rédeas. Estas velocidades maiores ou a passagem em terrenos acidentados reduzem a resistência do Seren. Para podermos controlar melhor estes fatores, temos sempre visível uma barra na zona inferior do ecrã que nos vai indicando estes estados.

Temos que ter um pouco de atenção á rapidez dos nossos movimentos, pois nem sempre obtemos a resposta esperada por parte do Kinect. Requer alguma paciência e boa coordenação para atingir os melhores resultados.

Mas nem só da condução do Serem se trata o Jogo. Outro elemento importante na jogabilidade do Fable é a componente combate. A nossa personagem recebe umas luvas (Black Gautlets) que lhe concedem poderes especiais. Mais tarde irá usar esses poderes como armas de defesa e ataque com vista à destruição das forças malignas, para além dos poderes curativos e que usará para restabelecer a força de Seren.

Os movimentos usados em combate também são aprendidos com alguma facilidade. Com a mão direita podemos lançar feitiços e bolas de fogo, com a mão esquerda lançar chicotes que agarram o inimigo e o destrói e ainda, criar um escudo protetor que repele os ataques inimigos. O Kinect neste campo permite-nos ainda usar o reconhecimento de voz para ativar alguns feitiços. Por exemplo para criar uma bola de fogo, basta dizermos “Fireball”, “Inflame” ou mesmo “ Flame on”. Para outros feitiços existem os respetivos comandos de voz.

Ao contrário do que se passa durante a condução da carroça, o Kinect no modo shooter não é tão eficaz. Como habitualmente estamos habituados noutros títulos do género, no Fable não existe qualquer tipo de mira que nos permita uma pontaria mais refinada, nem mesmo com muito treino. Muitas das vezes damos connosco a apontar para um inimigo e a acertar numa rocha.

Aqui o Kinect mostra-se um pouco mais impreciso do que o expectável, considerando que nos momentos de grande ação, a velocidade e precisão determinam se avançamos no jogo ou simplesmente perdemos uma vida. Ainda assim, existem movimentos que não exigem muita mestria tal como referi anteriormente.

Durante as várias fazes do jogo, podemos ir apanhando objetos que nos irão aumentar a XP e são representados por diversas cores. Para serem recolhidos temos que respeitar determinadas regas como por exemplo, podemos apanhar os objetos de cor verde a qualquer velocidade enquanto os de cor azul, a uma velocidade reduzida. Desbloquear puzzles durante a jornada, aumenta a nossa mestria na arte de lançar feitiços.

A medida que vamos subindo de nível podemos ir personalizando a nossa experiência de jogo. Aumentar a nossa potência dos nossos feitiços e a nossa energia, são algumas dessas personalizações.

Temos ainda, o modo Arcade que se encontra bloqueado no início do jogo mas que á medida que os níveis vão avançando abrem de forma a podermos repetir mais tarde, as secções do jogo que entendermos. Este modo de jogo permite disputar lugares nos rankings mundiais entre os melhores jogadores.

O grafismo de Fable é algo de impressionante. Foi desenvolvido a partir do motor Unreal Engine 3 e que dá uma nova dimensão a Albion, com um tamanho 3 vezes superior comparando com edições anteriores de Fable. Toda a narrativa está bem conseguida e consegue prender-nos ao jogo de forma entusiasta. As partes faladas do jogo são muito boas e recheadas de humor, requisito imprescindível nos títulos Fable.

Veja uma pequena demonstração do jogo Fable: The Journey

 
Conclusão

Fable: The Journey é um jogo que possui todas as potencialidades para vir a superar todas as expectativas dos fãs deste título. Contudo, a minha nota menos positiva vai efetivamente para alguns aspetos da jogabilidade onde o sensor não corresponde de todo às nossas expectativas, dando por vezes alguma sensação de frustração por não conseguirmos atingir os objetivos.

Quero acreditar veemente que tratando-se de um novo conceito de jogo, no futuro estas barreiras sensoriais e de movimento, estarão completamente sanadas e nessa altura, venham recompensar algumas situações menos boas. Fico assim a aguardar o “lado b” de Fable: The Journey.

A minha classificação final: 7.5/10

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