Pplware

Global Game Jam ’17 @ Lisbon – Um videojogo em 48h!

Foi no passado fim-de-semana que Lisboa e Braga se tornaram um dos palcos da Global Game Jam ’17. Um evento que reúne, em vários países, pessoas interessadas e focadas em desenvolver jogos.

Esta Jam session é um local onde facilmente se faz crescer uma ideia e onde juntos, os participantes, podem ser criativos, partilhar experiências e expressarem-se através dos videojogos. Numa maratona de 48h, o objetivo é juntar uma equipa, criar um conceito e desenvolver um protótipo o mais funcional possível. Este ano a Global Game Jam teve como tema mundial as Ondas (Waves) e como não poderia deixar de ser o Pplware foi espreitar o que se passou por Lisboa.

Tudo começou na ETIC, Escola de Tecnologias Inovação e Criação

A nossa primeira paragem foi na ETIC, Escola de Tecnologias Inovação e Criação, onde fomos muito bem recebidos pelo Professor Ivan Barroso, coordenador do Higher National Diploma (HND) – Animação e Videojogos, que nos descreveu o ponto da situação e nos encaminhou para falarmos com a primeira equipa representada pela Cátia Carvalho, estudante da escola e aluna do Professor Ivan. A equipa tinha 5 elementos, um de som, dois artistas, um game designer e um programador.

Juntos construíram um jogo baseado no velhinho jogo “snake” da Nokia, onde a habitual cobra deu lugar a um dragão, que se deslocava em forma de onda (fazendo assim a ligação ao tema) e que tinha como objectivo a recolha de uns objectos brilhantes, um pouco como o Smaug, o dragão do Hobbit. Também à semelhança do “snake”, quantos mais objectos o dragão recolhia, maior se tornava, dificultando a sua deslocação no ecrã.

Às 19h20 de sábado, esta equipa tinha o storyboard, a interface, a programação e a personagem acabadas, ficando a faltar toda a animação e aspectos a nível de som. A Cátia revelou-nos que a equipa estava confiante para acabar o projecto, mas que, acima de tudo, se estava a revelar uma excelente experiência. Fazer networking, ganhar estofo a trabalhar sobre pressão e desenvolver soft skills, foram algumas das competências que levou deste fim-de-semana.

A passagem pela Universidade Europeia

Já na Universidade Europeia falámos com a equipa do Wave Arena, que apresentavam um conceito diferente, um jogo 1vs1, programado em Unity e C#. Quando chegámos, a equipa encontrava-se a dar algum descanso às máquinas e às cabeças, depois de terem começado a demanda por volta das 14h.

Enquanto deixamos a equipa do Wave Arena recuperar forças fomos falar com o Jorge, aluno, participante e parte da organização desta Jam na escola e que anseia coisas maiores para o futuro, construir algo mais sério e mais sólido e acredita que para o ano, na Universidade Europeia, a Global Game Jam será mais e melhor.

Encontrámos o Edgar Jesus, uma das principais figuras da Ludoteca, organização sem fins lucrativos responsável por trazer a Global Game Jam ao nosso país que nos disse que o objectivo da Ludoteca era carregar a bandeira dos videojogos em Portugal, sem nenhuma liderança associada e onde qualquer pessoa pode participar, organizar e criar.

 

No último dia visitamos outros dois locais, a World Academy, uma escola de formação profissional em Carnaxide, e o já centenário Instituto Superior Técnico, mas no campus do TagusPark em Oeiras.

A visita de domingo à World Academy

Na escola de Carnaxide falámos com outra pessoa importante da Ludoteca, a par de Edgar Jesus. Isaque Sanches tinha exactamente o mesmo discurso da forma como a Ludoteca e a comunidade dos videojogos em Portugal se deviam comportar e interagir entre si. Comparou também a nossa realidade com aquilo que se faz lá fora, e deu o exemplo da Suécia Castel Gam Jam, que consiste em fechar um castelo por completo para um evento do género mas, ainda assim, ficar aberto ao público para que este possa desfrutar, num ambiente singular, da divulgação do meio, e do que melhor por lá se faz, nos videojogos.

Depois tivemos oportunidade de falar com a equipa do Hipponaut e de experienciar pela primeira vez um produto resultante deste evento. Com um resultado surpreendente o Hipponaut era um jogo com um conceito simples, um hipopótamo astronauta que defendia o seu planeta das ondas eletromagnéticas enviadas pelos satélites em órbita. A equipa, criada em 48h, fica com a ideia que poderá ter saído daqui um projecto para o futuro e com pernas para andar, tudo isto com tecnologias disponibilizadas apenas pela escola tanto a nível de hardware como de software.

Outro pormenor interessante que encontrámos na World Academy foi o de uma equipa que se encontrava a desenvolver um jogo de tabuleiro, também ele referente ao tema (ondas), totalmente do zero. Só não fizeram os dados! Tudo o resto foi feito em 48h, com uma complexidade relevante o Hey! Wave a Minute sofria de várias influências de jogos de tabuleiro e teve um resultado bastante revelador.

O final no Instituto Superior Técnico – TagusPark

Por último, mas não menos importante, chegámos mesmo na altura das apresentações ao Instituto Superior Técnico – TagusPark. Aqui tivemos uma percepção geral do que tinha acontecido ao longo do fim-de-semana. Assistimos à apresentação de vários jogos, dos momentos mais stressantes e também dos momentos mais descontraídos, como a construção do conceito, etc…

Ficámos também com a ideia que aqui as plataformas usadas eram mais diversificadas, como o Unreal engine em C++ ou Java, por exemplo. Estivemos ainda à conversa com o Professor Carlos Martinho, que fez um balanço do fim-de-semana com um saldo bastante positivo e que embora este ano, a instituição não quisesse dar um passo maior que a perna, Carlos prevê anos vindouros muito positivos na indústria dos videojogos, com uma participação melhor e mais assídua por parte do Instituto Superior Técnico.

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