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Fallout 3 – Análise

Está de volta mais uma aventura no pós-apocalíptico mundo de Fallout. 10 anos depois do lançamento de Fallout 2, é para grande felicidade dos fãs da série que surge Fallout 3, totalmente remodelado, mantendo o humor negro, a violência extrema e o espírito que os títulos anteriores tão bem nos habituaram.

Desenvolvido pela Bethesda Game Studios, Fallout 3 leva-nos mais uma vez a uma América devastada pelo rebentamento de diversas bombas atómicas no ano 2077. A acção em si desenrola-se 200 anos após esses mesmos acontecimentos e 30 anos após Fallout 2.

Para proteger os seus cidadãos, o governo americano construiu previamente aos ataques, uma série de bunkers, conhecidos como Vaults. Estes abrigos são totalmente fechados e isolados do exterior, de forma a que os seus habitantes fiquem protegidos contra os efeitos devastadores que um ataque nuclear pode ter. Um desses efeitos é o chamado fallout, termo inglês utilizado para mencionar a descida das partículas radioactivas provenientes de uma explosão nuclear, transportadas pelo vento, podendo causar a morte ou provocar alterações genéticas nos seres vivos, bem como contaminar todo o terreno envolvente. No entanto, apenas uma pequena percentagem da população teve a oportunidade de se abrigar nestes abrigos, ficando a restante exposta a todos os efeitos nocivos da radiação.

Fallout 3 é uma mistura de First-Person Shooter com Role-Playing Game, um pouco ao estilo do Oblivion (igualmente desenvolvido pela Bethesda e lançado em 2006) mas desenrolado no futuro. Aliás, as semelhanças entre Fallout 3 e Oblivion são mais que muitas, o que nem é mau, tirando um ou outro bug.

O jogo começa com o nosso próprio nascimento, no qual a nossa mãe morre. Com 1 ano de vida, começamos a dar os primeiros passos com ajuda do nosso pai, médico no Vault 101, bunker onde vivemos. Desde cedo que nos é dada a opção de começar a personalizar todo um conjunto de atributos do nosso personagem. No nosso 10º aniversário é-nos oferecido o Pip-Boy, um dispositivo electrónico utilizado no pulso que nos vai acompanhar ao longo de todo o jogo, dando-nos informações sobre as missões, inventário, mapas, estatísticas e até permite ouvir diversas estações de rádio. Aos 19 anos, algo inexplicável acontece, o nosso pai foge do abrigo que supostamente não era aberto há 200 anos! É assim que começa a verdadeira aventura, ao tentar descobrir onde se encontra o nosso pai e porque razão ele fugiu.

Ao sairmos do Vault 101, somos confrontados com a terrível realidade existente no mundo exterior. A cidade outrora conhecida como Washington DC é agora chamada de Wasteland, maioritariamente deserta onde reina a destruição, habitada por criaturas mutantes e onde as famílias abandonadas há 2 séculos lutam pela sobrevivência, vivendo em bairros improvisados construídos a partir de destroços, ou aproveitando as ruínas já existentes.

O mundo de Fallout 3 é vasto e completamente aberto à exploração. Cada objectivo é completado da forma como o jogador bem entender, onde cada acção tomada é reflectida no desenrolar dos acontecimentos. Para o leitor ter uma noção do quão importante são as decisões que tomamos desde o inicio do jogo, deixo aqui um pequeno exemplo. Logo após darmos início à nossa aventura fora do Vault 101, encontramos uma pequena vila onde podemos ter acesso a muitas novas missões. No entanto, se quisermos podemos simplesmente fazer explodir uma bomba atómica, transformando a pequena vila em cinzas, juntamente com as suas missões. Isto logo no inicio do jogo!

Os combates esses podem ser feitos de duas formas. Para os amantes de acção non-stop o melhor é simplesmente apontar e descarregar directamente os cartuchos nos inimigos. No entanto podemos optar por uma forma mais táctica e pensada, utilizando o sistema de pontaria assistida, apelidado de VATS. Este sistema permite parar o tempo, avaliar o inimigo e escolher a parte do corpo para onde se quer disparar, brindando-nos depois com cenas em câmara lenta.

As armas essas são muitas e variadas, desde as nossas mãozinhas, passando por armas vulgares, até às armas mais estranhas! Podem contar com as armas tradicionais, como pistolas, snipers, shotguns, ou simples facas, bastões e canos de água. Não esquecendo as armas um pouco mais destrutivas como lança rockets, minas terrestres, granadas, lança chamas, tendo também à nossa disposição armas laser e também armas mais artesanais, como por exemplo o belo lança pregos.

Relativamente à evolução do nosso personagem, é aqui que entra a verdadeira vertente RPG. À medida que vamos avançando no jogo, completando objectivos, matando inimigos, vamos ganhando pontos de experiencia e consequentemente subindo de nível. Quando isso acontece, é-nos dado alguns pontos para distribuir por diversos elementos do nosso personagem.

Esses elementos estão divididos em 3 grupos, Special, Skills e Perks. No grupo Special podemos distribuir os pontos pela Agilidade, Inteligência, Carisma, Força, Resistência, Percepção e Sorte. No grupo Skills é onde se encontram as habilidades de aprendizagem em diversas áreas, desde os vários tipos de armas (grande porte, médio porte, explosivos, etc.), passando pela ciência, medicina, entre outras. Por último temos os Perks, que são muitos e dão algumas habilidades especiais ao nosso personagem como, regenerar a nossa saúde absorvendo raios solares, fazer os corpos dos inimigos explodirem quando são mortos, ou até mesmo tornando-nos canibais!

A longevidade, apesar de ser um jogo apenas de singleplayer, é grande! Mesmo muito grande! Além das missões principais, vão-nos sendo dadas muitas outras missões secundárias que podemos ou não aceitar. Por isso e dependendo de cada jogador, podem contar com muitas e longas horas de exploração neste mundo devastado.

Graficamente Fallout 3 está bom, mas nada de extraordinário. Utiliza o mesmo motor gráfico que o Oblivion, que na altura do seu lançamento era de cortar a respiração mas, já lá vão 2 anos e meio, estando assim um pouco ultrapassado actualmente. Os cenários estão muito bem concebidos e apesar do jogo se passar no futuro, toda a sua componente artística foi inspirada na América dos anos 50, no entanto é pena as texturas utilizadas não terem uma resolução mais alta. Os personagens esses podiam estar mais detalhados e detectei alguns bugs (versão PC) na animação de alguns deles, mas nada de grave que interferisse directamente com a jogabilidade.

No que toca à sonoplastia, está muito boa no geral, os sons dos ambientes funcionam muito bem e de forma realista, tal como os sons das armas e afins. A qualidade dos diálogos varia um pouco, há personagens em que estão muito bem representadas e outras que nem tanto, mas está bom na generalidade. A música retro dá um toque especial ao jogo, combinando na perfeição com o seu aspecto gráfico.

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_____________________________________________________________________________________________________________________________ .Apesar da mudança radical de Fallout 3 comparativamente aos dois anteriores, os fãs não ficarão desiludidos, mantendo o mesmo espírito de sempre, apenas adaptado aos dias de hoje. É sem dúvida um jogo para adultos, não só pelo humor negro característico deste e dos títulos anteriores, bem como na sua violência física e verbal. Podem contar com muitas horas de exploração e combate, uma história detalhada e interessante, armas e engenhocas divertidas de se usar, e uma total liberdade neste mundo pós-apocalíptico. Este é daqueles jogos que a única coisa da qual se fica triste, é de quando não temos muito tempo livre para jogar. Sem dúvida que Fallout 3 é mais do que recomendado!

 

Classificação: 9.2 / 10

Plataformas: PC (Windows), Playstation 3 e Xbox 360.

ATENÇÃO: Esta análise foi escrita com base na versão PC e não detectei qualquer bug significativo, apenas em algumas animações, mas nada de grave que afectasse a fluidez do jogo. No entanto após esta análise ter sido escrita, constatei através de vários relatos que Fallout 3 sofre de graves bugs nas versões de consolas, principalmente na Playstation 3 em que vários jogadores se queixam do jogo encravar constantemente, sendo necessário desligar e voltar a ligar a consola. Fica aqui o alerta para quem pensa adquirir este jogo para consolas.

NOTA: este artigo foi escrito por Ricardo Afonso para o Pplware

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