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E se um jogo revelasse que uma pessoa tem Alzheimer?

Um grupo de neurologistas britânicos lançou um jogo para iOS e Android com o intuito de os ajudar a desenvolver um teste para a demência.

O jogo chama-se Sea Hero Quest e desafia os jogadores a içar as velas e procurar artefactos preciosos – em forma de memórias – que podem ser recolhidas em diferentes localizações ao redor do mundo.

À medida que o utilizador progride no jogo, os cientistas podem usar esses dados gerados para obter informações sobre as suas habilidades de navegação geográfica – uma das primeiras habilidades perdidas no início da demência.

O objetivo é fazer com que centenas de milhares de pessoas joguem em todo o mundo, isto para os cientistas poderem identificar um intervalo “normal” de habilidades de navegação entre as pessoas em geral.

Uma vez estabelecido este intervalo, os neurocientistas poderiam, então, identificar novas diretrizes para detectar a demência precocemente.

 

Qual é a dimensão da demência?

Apesar de ser potencialmente “evitável” em cerca de um terço dos casos, estima-se que alguém desenvolve demência em todo o mundo a cada três segundos.

Em 2015, mais de 46 milhões de pessoas globalmente viviam com a demência, de acordo com informações do World Alzheimer Report 2015.

O problema é um conjunto de sintomas, como perda de memória, piora na habilidade de navegar pelo ambiente, dificuldades de raciocínio e de solucionar problemas. É causado por doenças como Alzheimer e Parkinson.

Apesar do enorme número de pessoas afetadas, ainda não há um teste preciso para diagnosticar o problema precocemente.

A Demência está a tornar-se num dos maiores desafios médicos que enfrentamos globalmente.

Referiu Hilary Evans, directora executiva da organização Alzheimer’s Research UK.

É uma doença que pode ser prevenida… não é uma parte inevitável do envelhecimento.

 

A necessidade de dados globais

Os neurocientistas querem que pelo menos 100 mil pessoas testem o jogo até ao final de 2016, desta forma esperam recolher a informação em falta.

Os dados recolhidos são anónimos, confidenciais e somente os investigadores da University College London (Inglaterra) terão acesso aos mesmos.

 

Como funciona o jogo?

Em traços gerais, os jogadores devem procurar objectos – que na verdade são memórias perdidas do pai da personagem principal – em diferentes locais do mundo.

Para progredir, o jogador deverá passar por vários percursos que funcionam como labirintos. É essa movimentação que é registada pelos investigadores. Essa mecânica utilizada dará informações sobre a memória e sentido de localização de pessoas de diferentes idades em diversas regiões do planeta.

A ideia é conseguir informação para que quando um jogador jogar o mesmo mas já em fase de ferramenta de diagnóstico, e se perder com muita frequência ou levar muito mais tempo para cumprir as missões (do que a média mundial), isso indicará ao seu médico que pode haver um problema com a sua saúde.

Este jogo, segundo o neurocientista Hugo Spiers, pode ser usado como um termómetro para identificar mais cedo os primeiros sinais da demência e também para acompanhar o tratamento médico.

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