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Como é que a toxicidade da internet afeta o mundo gamer?

A internet é um universo que tem muito de positivo para oferecer ao nível de entretenimento, e vemos muito isso no mundo dos jogos. Por exemplo, os jogos que exigem uma maior interação por parte dos jogadores, acaba por criar comunidades fortes em torno dos mesmos.

Mas o anonimato por detrás de um computador, poderá também trazer efeitos negativos. Então, de que forma é que a toxicidade da internet afeta o mundo gamer?


A Internet foi responsável por “transformar” todo o setor de jogos eletrónicos, e hoje é mesmo capaz de encher arenas com os seus campeonatos e atrair a atenção de várias empresas de diferentes segmentos, como é o caso das empresas de apostas esportivas, que têm no seu catálogo várias opções de apostas em jogos.

Mas nem tudo são flores, a internet também ajudou a reverberar ideias e comportamentos altamente tóxicos dentro das comunidades gamers e este é um problema que afeta todo o tipo de jogadores sejam eles profissionais ou amadores.

O anonimato da internet incentiva a toxicidade?

Apesar de ser um advento extremamente positivo para o universo gamer, a internet também trouxe um contraponto relevante: o aumento dos comportamentos tóxicos dos jogadores. Isso tem muito a ver com a sensação de anonimato que a internet proporciona, fazendo com que os utilizadores se sintam acima de qualquer possível aplicação da lei. Isso tem consequências muito sérias, pois muitas vezes, os crimes são cometidos dentro dos servidores e, geralmente, nada é feito.

O comportamento tóxico passa por atitudes anti-jogo, assim como agressões verbais e não-verbais nos modos multiplayer dos jogos. Alguns crimes, como racismo ou injúria racial, não são nenhuma novidade para quem tem por hábito jogar online. Outros jogadores já agem de outra forma, com insultos a outros jogadores e tentativas de provocação de várias maneiras diferentes.

Mais de 80% dos jogadores já sofreram com comportamento tóxico em jogos online

Um estudo divulgado pela Anti-Defamation League (ADL), em parceria com a Newzoo, revelou que cerca de 81% dos jovens de 18 a 45 anos relataram já ter sofrido com alguma forma de assédio online em jogos multiplayer em 2020. Além disso, o estudo também traz outro número extremamente relevante: 53% desses jogadores que relataram ter sofrido assédios, já sofreram com ofensas de cariz racial/étnico, religioso, de género, orientação sexual ou capacidade física e mental.

Apesar do foco do estudo ter sido os Estados Unidos, não é difícil imaginar que essa situação seja muito similar à situação vivida pelos jogadores um pouco por todo o mundo. Há um caso no Brasil, por exemplo, relacionado com o streamer Hernan “Hastad” que foi acusado de injúria racial durante uma transmissão ao vivo de Valorant e acabou por perder patrocínios e ser suspenso permanentemente da Copa Rakin.

Por que é preciso combater esse tipo de comportamento?

Para combater a toxicidade dentro dos eSports é preciso ser feito mais do que, simplesmente, incentivar as práticas como o cancelamento em massa de personalidades da internet. É necessário jogar uma luz e consciencializar as pessoas acerca de um problema que precisa ser combatido com contundência.

Pode parecer algo sem grande importância numa primeira análise, mas este tipo de atitude tem efeitos negativos sobre toda a comunidade, fazendo com que muitas pessoas olhem com desdém e preconceito para o mundo dos jogos.

Isso afasta as empresas, os investidores, os jogadores e todas as outras pessoas que poderiam acrescentar algo positivo para a comunidade. Por isso, é importante que qualquer tipo de comportamento tóxico seja frontalmente combatido, seja pelas diretrizes das empresas de jogos, ou mesmo pelos outros jogadores que estão presentes no servidor. A comunidade é uma só e quanto mais cedo isso for entendido, melhor será o ambiente para todo mundo.

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