Foi no final do Verão que a Bohemia Interactive (estúdios responsáveis pelo simulador bélico ARMA) lançou Vigor, um shooter Battle Royale de download gratuito na terceira pessoa e que estava a causar bastantes expectativas.
Bem, o que é certo é que, com apenas uma semana de lançamento Vigor conseguiu alcançar uns impressionantes 1.2 milhões de downloads.
O Pplware foi um desses soldados a entrar em acção…
Para a criação de Vigor, a Bohemia criou um história razoável que alimenta o jogo. Houve um holocausto nuclear e algures na Noruega o jogador acorda no meio de escombros numa zona ainda (aparentemente) intocada pela radioactividade.
Após alguns minutos iniciais, que servem como breve tutorial, o jogador descobre uma cabana semi-destruída que servirá como abrigo que nos permita sobreviver em segurança e conforto nas altas montanhas norueguesas.
Tal como referi, a cabana encontra-se bastante danificada e de forma a conseguir torna-la habitável, são necessários recursos. Pois bem, apesar de haver outras formas mais avançadas (que iremos ver adiante), inicialmente a melhor é através de Loot nas zonas ainda livres da radiação.
Cada sessão online (chamados Embates) coloca entre 8 a 12 jogadores (em single ou equipas de 2) numa luta desesperada pelos recursos existentes nesse mapa (em casas, acampamentos, carros abandonados,…) ou num airdrop que é sempre lançado e com uma Loot bastante generosa.
Os mapas disponíveis são 6 (para já) e bastante diferenciados entre eles, e que serão do agrado de uma grande variedade de jogadores. (Fiske Fabbrikk, Floresta Dverg, Fjellkanten, Vale Grontheim, Batterie Draug e Estação Viktorsen)
Na sua essência, Vigor é um Battle Royale mas que apresenta algumas diferenças que o distanciam de jogos como Fortnite, tornando-o mais sério, exigente e estratégico.
Em Vigor a cabana do jogador é efectivamente o seu armazém onde guarda, não só os recursos para a melhorar/construir objectos ou a própria cabana, mas também onde tem as suas armas e munições. As armas e munições que o jogador usa nos Embates (sessões de jogo) são seus e… podem ser perdidos.
Vigor exige análise de risco/proveito nas nossas acções
Ao entrar numa sessão o jogador pode escolher ir armado ou seguir apenas com a roupa que tem no pelo e esse pormenor é extremamente estratégico. Isto pois, caso vá armado, se morrer, perderá não só as arma e munições como todo o Loot que tenha feito. Em Vigor o jogador tem de saber equacionar as suas estratégias e riscos quando enceta uma missão. (aliás ao inicio de cada missão é possivel ver as armas equipadas de todos os adversários).
Há que saber equacionar o risco versus a recompensa. Por exemplo, o jogador pode claramente partir em sessões apenas para fazer loot, sem armas e salvaguardando dessa forma qualquer morte (não perdendo nada), saindo do mapa assim que acha que já sacou recursos suficientes.
Por outro lado, se a meio de uma sessão o jogador achar que já tem um loot bastante bom, poderá equacionar se não será mais sensato evitar perdê-lo numa morte estúpida e sair enquanto é tempo.
O jogador pode ir claramente atrás do airdrop e dessa forma convém ir bem armado.
Os mapas, conforme referi, permitem até 12 jogadores e apesar de ser algo desapontante para quem está habituado a dezenas de jogadores em simultâneo, acabam por ser bastante equilibrados. Nunca se chega a ter a ideia de serem, nem grandes nem pequenos demais. Uma das prioridades iniciais dos jogadores terá de passar claramente por estudar os mapas e memorizar os pontos de interesse (pontos de saída, edifícios, acampamentos,…)
Cada mapa é diferente e com bastantes nuances próprias o que faz com que cada um permita diferentes formas de se jogar. Existem zonas montanhosas, vilarejos, cais, acampamentos, florestas.. criando cenários propícios a tácticas diversificadas.
Os efeitos atmosféricos, com ênfase no nevoeiro e chuva, estão muitos bons.
Os Loots encontram-se geralmente concentrados em determinadas zonas (geralmente povoações, ou acampamentos) o que faz com que toda essa abundância traga os seus riscos a quem queira explorá-las, sob a ameaça de emboscadas.
Existem armas para todos os estilos de jogo. Caçadeiras, carabinas, pistolas e até armas brancas. Na generalidade comportam-se bem notando-se apenas algum desequilibro nos seus efeitos a curta e longa distância.
Torna-se curioso não haver um aviso quando alguém é morto ou abandona o Embate, pois assim nunca se tem uma noção de quantos jogadores ainda se encontram activos. Isso torna o jogo mais empolgante e aconselha a constante cautela.
Tal como disse mais acima, os recursos são usados para a melhoria da cabana através da construção e upgrade de bancadas de trabalho específicas. Por exemplo, podemos criar um logger para gerar madeira, ou uma antena para gerar Coroas (dinheiro do jogo)… os upgrades na cabana e geração de recursos acontecerem em tempo real, o que quer dizer que, se o jogo diz que demorará 1 dia para gerar 50 coroas por exemplo (na antena), significa que demora realmente 1 dia.
Essas melhorias fazem com que a nossa cabana vá ficando com melhor aspecto e aos poucos se vá tornando num local aprazível para viver mas também, um local gerador de recursos para potenciar a criação de armas e munições para as missões.
Se por um lado, o objectivo de melhorar a cabana dá um pouco de conceito lógico ao jogo por outro lado, retira aquela pressão de combate que muitos jogadores estão acostumados, ou seja, pode-se perfeitamente entrar em Embates apenas para loot.
Graficamente, e como podem ver pelas imagens e vídeos que disponibilizamos, o jogo encontra-se decente. Não se trata de um assombro mas encontra-se funcional. Contudo nota-se em determinados cenários (mais abertos) que, com sol se torna demasiado visível os movimentos dos inimigos a longa distância.
Um pormenor curioso é o facto de nos mapas terem sido acrescentados alguns pontos com outras particularidades como um scanner que permite ver temporariamente a localização dos outros scavengers.
Com tantos veículos espalhados pelo cenário seria interessante a possibilidade de conduzir alguns.
Nota-se a ausência de falta de outros Modos de jogo
Quanto mais se joga Vigor, nota-se de forma crescente a ausência de outros modos de jogo pois os mapas actuais não irão manter os jogadores empolgados eternamente (será que estão previstos novos mapas??)
Nota final para a existência de um sistema de micro-transacções que, até à data, apenas disponibiliza itens, texturas e acessórios meramente cosméticos, não sendo assim um sistema desequilibrador.
Veredicto:
Uma surpresa agradável, é o que se veio a revelar Vigor. Um shooter free to play muito na onda Battle Royale que consegue trazer uma componente estratégica a jogo sem deixar de ser divertido e que faz esquecer a ausência de mais modos de jogo.
Para quem gosta do género mas prefere menos frenesim e mais estratégia, é uma boa escolha.