Análise: Transformers Devastation (PC)

Tranformers: Devastation não é apenas uma imitação dos nostálgicos desenhos animados dos anos 80, agora transposto para jogo. Em vez disso, Devastation aproveita toda essa mística e espírito, elevando-os para um nível, aprimorado e entusiasmante. O “sumo” que retirámos deste jogo é algo básico mas garante, a quem o joga, momentos frenéticos e uma diversão intensa. Mesmo quem não é fã devoto, não vai resistir à diversão que Devastation oferece.

Permitam-se jogar, nem que seja os primeiros 15 minutos, e vão logo perceber do que falo quando apelido este jogo de frenético. Somos colocados logo nos primeiros momentos do jogo numa batalha contra o poderoso Devastator, que é “apenas” o triplo do tamanho de Optimus Prime. Podem contar também com as vozes originais dos episódios nostálgicos e com uma excelente banda sonora.

Em Devastation foram usadas as técnicas de cel shading, e diga-se, está espectacular. As texturas e animações estão muito bem conseguidas e nada foi esquecido: os Autobots e Decepticons parecem mesmo saídos da série dos anos 80 e até a forma como eles se transformam está simplesmente perfeita.

No que toca a trabalho gráfico e animações sem duvida que este jogo captura com sucesso tudo a que se propõe. No entanto, à medida que vamos entrando nos meandros do mundo de Devastation, começamos a perceber que, apesar de tudo estar brilhantemente trabalhado, os edifícios, as estradas, enfim… todas as texturas parecem cópia uma das outras, ao ponto de até ser necessário recorrer ao mapa para que não nos percamos, isto infelizmente fez-me esquecer, por momentos, todo o aspecto extraordinário deste jogo.

A premissa de Devastation é muito simples, Megatron descobre uma maneira de transformar o planeta Terra em metal, exterminando tudo o que é vida nele e, para isso, conta com a ajuda dos Constructicons. Algo que os Autobots promovidos pela sua amizade, não vão deixar acontecer.

Parece uma história de crianças e é mesmo isso que se é suposto ser, não um título exclusivo a crianças, mas um título que transporta quem o joga, aos nostálgicos momentos de infância, onde assistíamos a histórias cheias de boas lições de moral e esta não deixa de o ser, pois, no fim, os vilões são maus, os heróis são bons e a amizade vence tudo. Simples e bem feito, este jogo chega perfeitamente para entreter um fã ou um simples jogador que gosta de um jogo divertido.

O modo de combate neste jogo é fluido e viciante, já para não falar que nos combates contra os “bosses”, por mais difícil que por vezes sejam, são super divertidos e deixam qualquer um agarrado ao ecrã. Por mais que os inimigos estejam muito bem desenhados e todos “bonitinhos”, não é por isso que deixam de ser assustadores quando começa o combate.

Por mais simples que seja o estilo de combate, os criadores fizeram questão de não ser “canja” ganhar todos os combates e obriga mesmo a acertarmos uns bons “combos” para vencer. Dito isto, nunca vi os Transformers combaterem de forma tão espetacular num jogo, e nisso Devastation está de parabéns.

É-nos permitido escolher qualquer dos cinco Autobots (Optimus Prime, Bumblebee, Grimlock, Sideswipe e Wheeljack) para qualquer missão e não pensem que são todos o mesmo robot, apenas com carcaças diferentes, pois os seus estilos são bem distintos.

Destacam-se um dos outros entre força e velocidade, sendo que cada um tem ainda uma habilidade especial. Para exemplo, enquanto o Otimus Prime é mais à base da força, causando mais dano, mas mais lento, Sideswipe é rápido e excelente para aplicar combos, no entanto, não causa tanto dano.

É impressionante a forma fluída como nos é permitido trocar golpes em modo robot e em modo veículo, então se formos bons ao ponto de encadear longos combos, é brilhante!

O que já não é tão impressionante, é o design de algumas fases do jogo, onde, de tanto tentar criar um ambiente frenético de perseguição, acabam por criar situações, como por exemplo conseguirmos ultrapassar o inimigo ou até nos perdermos, por pistas não estarem bem conseguidas.

Mas se estamos a falar do pior deste título, temos então de falar da complexidade desnecessária aplicada ao sistema de construção/evolução de equipamento que não oferece nada mais que confusão ao jogador.

Para além de ser complexo esse sistema, somos também, a cada nível, galardoados com equipamento repetido, genérico e fraco que nada ou pouco evolui os nossos stats. É esta complexidade insignificante, a parte menos atractiva de um jogo que se pode afirmar, como sendo um bom jogo de acção.