Pplware

Análise TitanFall 2 (Xbox One)

Titanfall 2 é a sequela do original first person shooter que a Respawn Entertainment lançou em 2014. O original teve reações variadas por parte dos jogadores. Se por um lado os jogadores que privilegiam a competitividade online adoraram o jogo, do outro lado, os que simpatizam mais por com uma boa campanha a solo terão ficado certamente desagradados pela falta desta.

É nesse sentido que Titanfall 2 é promovido pela Respawn, com o principal foco numa campanha a solo onde vamos seguir a história de um aspirante a piloto destas portentosas máquinas de guerra chamadas Titan, na luta contra a IMC – Interstellar Manufacturing Corporation.

Na campanha de Titanfall 2 assumimos o papel de Jack Cooper, um fuzileiro da Frontier Militia que treina secretamente com o veterano piloto de Titans, o capitão Lastimosa, com o intuito de ele próprio se tornar um piloto destes gigantes de ferro.

No início do jogo e em forma de tutorial, o capitão Lastimosa ensina-nos o que é ser um piloto e treina-nos a movimentarmo-nos como um. Os pilotos possuem um equipamento especial, que lhes confere uma manobrabilidade superior à de um soldado normal, com este equipamento conseguimos saltar mais alto, correr na vertical e deslizar no chão por mais tempo. Este treino é interrompido abruptamente devido a um conflito num dos planetas da Frontier, onde o nosso herói e o capitão Lastimosa terão de intervir no campo de batalha.

Neste confronto no planeta Typhon entre a IMC e a Militia, o capitão Lastimosa acaba por ser ferido com gravidade e num último sopro de vida, passa o seu equipamento de piloto e as diretrizes de ligação entre o seu Titan, chamado BT, para o inexperiente Cooper. Antes de podermos completar a ligação com BT, temos de percorrer as florestas montanhosas de Typhon e encontrar baterias para o carregar. É logo neste momento que temos um vislumbre da verticalidade dos cenários de Titanfall 2, onde temos que empregar todas as habilidades de piloto que aprendemos no início, de forma a ultrapassar os obstáculos que nos vão sendo impostos.

Quando finalmente completamos a ligação com BT as coisas mudam de figura, e em vez de usarmos a destreza e manobras de um piloto, passamos a usar a força bruta e o poder destrutivo de um Titan. BT é um Titan da classe Vanguard, com inteligência artificial, e por isso mesmo muito mais que uma simples máquina de guerra. Ao longo da campanha iremos acompanhar o desenvolvimento da amizade e companheirismo entre Cooper com BT, e é fantástico a forma como a Respawn conseguiu introduzir esta característica de forma tão natural, onde a amizade de um humano com uma máquina nunca parece forçada.

Os níveis estão absolutamente extraordinários! Como referido anteriormente, a verticalidade destes promove o uso das nossas habilidades enquanto pilotos, seja na maneira de como os atravessamos ou na forma de como encaramos os inimigos. Um bom piloto é aquele que usa o ambiente para obter vantagem sobre o opositor, e é exatamente essa a sensação que obtemos no combate de Titanfall 2.

Os níveis da campanha são todos muito bons, mas há um em especial que marca a campanha por ser um dos mais originais dos últimos tempos. Neste nível vamos percorrer e combater a IMC numa fábrica de casas, enquanto estas vão sendo construídas pelas máquinas. Aqui o principal inimigo não é a fação adversária, mas sim as próprias máquinas da fábrica.

Quando a ação passa para BT a transversalidade é feita completamente no terreno e começam a surgir inimigos também eles em Titans. Uma das particularidades de BT é que podemos apanhar loadouts que alteram as armas e habilidades do nosso Titan. Estas habilidades podem ir do simples escudo até uma bomba de fumo elétrico, sendo o resto do arsenal variável, mas maioritariamente composto por lança rockets e metralhadoras.

O multijogador de Titanfall 2 mantem-se fiel às suas origens, trazendo de volta o popular modo Attrition, que coloca no campo de batalha duas equipas de seis jogadores, as equipas são ainda compostas por suporte controlado pela IA. Os jogadores têm a capacidade de chamar o seu Titan ao fim de algum tempo, podendo reduzir este tempo conforme a performance durante o jogo.

O modo Last Titan Standing coloca os jogadores diretamente nos Titans e como o nome indica, ganha a equipa que conseguir destruir os Titans da outra equipa primeiro. Outros modos no multijogador incluem modos já clássicos, mas adaptados ao universo de Titanfall.

Graficamente podemos dizer que Titanfall 2 cumpre com as expectativas. Não vos vai deixar de queixo caído, mas traz algumas melhorias em relação ao antecessor, com um ajuste nos efeitos de luzes, mais partículas e detritos a saltarem no ecrã, um maior detalhe nos reflexos dos materiais e um aumento da qualidade das texturas.

Em termos de performance, na máquina da Microsoft corre a uns sólidos 60 frames por segundo durante os momentos de jogo, apenas com algumas quebras, notórias, nas cinemáticas, mas nada que arruíne a experiência. O único ponto negativo é a baixa resolução de 720p.

Veredicto:

É com agradável surpresa que se verifica que o grande ponto fraco do original, que era a inexistência de uma campanha, foi o foco principal da Respawn para a sequela.

É fácil de aconselhar Titanfall 2 a quem gosta de first person shooters, pois este é um dos melhores que tive o prazer de jogar nos últimos tempos, com uma campanha original, personagens carismáticos e com um multijogador equilibrado e bastante divertido.

Titanfall 2

Exit mobile version